O que fazer quando o acaso toma conta?
O que fazer quando o acaso se torna um intensa paixão, de inverno e não verão?
Talvez nada disso precise realmente de uma resposta.
Talvez você só precise tragar seus sentimentos e expira-los como a fumaça cinz...
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Ei, você precisa acordar.
Essas são as palavras que me fazem voltar a consciência depois de dignas 6 horas de sono. Ao abrir meus olhos, vejo um lindo rosto de pele morena me observando com um sorriso tímido nos lábios.
Aaah o meu favorito dentre todos.
Lembro-me de pensar.
Como um gesto 100% involuntário, levo minha mão até aquela face. Pouso com ela em sua bochecha. O carinho é bem aceito, pois em fração de segundos sinto seu rostinho pesando em minha mão enquanto seus olhinhos puxados fecham lentamente. Algum curto tempo depois, vejo as mãos do garoto indo até a minha e a tirando dali.
-é sério amor, eu tô de saída e quero que me acompanhe até a pista de decolajem.
Pensei em protestar, porém desisti segundos após a ideia surgir em minha mente. Me levanto de supetão da cama e quase bato nossas cabeças. Não havia percebido que ele estava tão perto.
Sinto um pequeno calafrio percorrer meu corpo, seguido dos pelos de minhas pernas, recentemente depiladas, e braços se ouriçando. Estava vestida apenas com uma camisa larga e uma calcinha de algodão.
As manhãs daqui são meio frias.
Penso comigo mesma cruzando os braços. Ao fazer isso, olho em direção ao homem sentado em minha cama. Ele me observava com um olhar atento e delicado ao mesmo tempo.
-tá com frio, não tá?
Ele se levanta e pega minhas pantufas do chão, as trazendo até mim logo após.
-eu queria poder ir junto com você.
Digo sem tirar meus olhos de cima dele.
-então vem, larga tudo e vem comigo.
Um sorriso amargo brota em meus lábios.
-queria poder.
Passamos algum tempo em silêncio, silêncio que não foi quebrado com palavras, mas sim com um abraço. Nos segundos que passemos abraçados, senti uma corrente elétrica passando por meu corpo e sei que ele sentiu também, afinal, era assim toda vez. Passado alguns segundos, talvez um minuto, senti as pontas de meus pés reclamarem por ficar sobre elas por aquele tempo todo. Antes de solta-lo de uma vez, dei um profundo suspiro. Queria guardar seu cheiro em minha memória.
-então vamos meu docinho de coco. Não queremos que você perca seu voo.
Disse sorrindo sem dentes e desviando o olhar.
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Cap curtinho pra deixar as coisas no ar hehe. Bem, não gosto de fazer introdução além da descrição porque da muito spoiler, prefiro que tudo seja uma surpresa pra vocês. Espero que gostem! Beijo!
