olívio & remus.

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REMUS SABIA QUE daria aulas para Olívio caso aceitasse a vaga de professor em Hogwarts

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REMUS SABIA QUE daria aulas para Olívio caso aceitasse a vaga de professor em Hogwarts. Ele gostava de Olívio. Era um bom aluno, uma boa pessoa e um bom jogador de quadribol. Mas acima de tudo, ele era o seu eterno cunhado e ele sabia que seria extremamente difícil vê-lo todos os dias sem se lembrar de Allison.

Nos primeiros anos da morte de Allie era comum que ele se juntasse a família Wood em alguns jantares ou em alguns feriados. Olívio até mesmo o considerava o seu melhor amigo. Mas, quando ele entrou em Hogwarts, Remus não conseguiu dar continuidade aos jantares. Olívio o lembrava de Allison a cada segundo e aquilo era um sentimento insuportável.

Continuaram trocando cartas. Remus fingia entender de quadribol e repetia tudo que lembrava de ter ouvido de James e Olívio adorava mostrar o quão bem estava indo não só no time da Grifinória, mas como um aluno também. Lupin sentia-se extremamente bem em saber que o irmão da sua namorada estava feliz como nunca.

Com o tempo acabaram perdendo o contato. Não era tão fácil assim fingir que estava bem o tempo todo e a pior parte é que não podia demonstrar quase nenhuma fraqueza já que Olívio sentia a mesma perda que ele. Era extremamente sufocante.

Por isso Lupin encarava a turma do sétimo ano com certo nervosismo. Seus olhos encontraram o de Olívio de imediato. Ele tinha os mesmos olhos que ela. O Wood não estava surpreso com a presença do professor. Já tinha o visto no Salão Principal e até mesmo escutado os rumores no vagão do trem. Mas era, de fato, estranho olhar para a pessoa que até certo tempo atrás era um dos seus correspondentes.

A aula transcorreu extremamente bem. Assim como a irmã, ele era extremamente dedicado em tudo que fazia. O vinco que se formava entre suas sobrancelhas quando ele estava confuso era o mesmo que Remus via em Allison. Após todos aqueles anos, ele não sabia que ficaria tão vulnerável apenas em comprovar o quanto Olívio era parecido com Allie.

Olívio também estava vulnerável. Ver o cunhado significava lembrar que ele perdeu a sua irmã. Às vezes, quando estava muito eufórico e feliz com qualquer coisa ele esquecia por alguns segundos que Allie estava morta. Ele a amava e sentia falta de tê-la por perto, mas aquilo era algo que havia parado de assombrá-lo havia um bom tempo. E agora estava ali novamente.

No fim da aula Olívio esperou que todos saíssem da sala. Alguns amigos tentavam o puxar para aproveitar o pequeno intervalo entre as aulas, mas ele não se moveu. O grande defeito da perda é que as pessoas fazem de tudo para se lembrar como se sentiam antes de perderem algo ou alguém.

— Professor Lupin? – ele o chamou. Era estranho demais chamá-lo assim, mas era mais estranho ainda chamá-lo de Remus.

— Olá, Olívio. – Remus sorriu gentil como sempre. – Preciso me desculpar. Eu não avisei que seria o seu professor esse ano.

— Você não tem avisado nada, ultimamente. – ele comentou com um tom de voz baixo e ressentido. – Por que parou de me escrever?

— É complicado...

— Você está com saudades dela, eu sei. E eu sei que pareço com ela porque os meus pais sempre dizem isso. Minha mãe às vezes chora porque a gente tem os mesmos olhos e ela diz que sente que a Allie nos vê detrás deles ou sei lá o que. – ele aumentou o tom de voz, mas ela ainda estava embargada. – Eu sinto saudades dela também, mesmo não me lembrando de todas as coisas como eu gostaria. Mas, eu realmente acho que você não deveria ter se afastado.

— Você tem razão. – o homem concordou. – Você me lembra mesmo a Allison e é muito difícil ficar associando você a ela o tempo inteiro. Acho que até você não se sente confortável com essa comparação.

— Eu sinto como se fosse uma recordação ambulante de que ela nunca mais vai voltar.

— É mais do que isso. Toda vez que eu vejo você eu me lembro de como ela te amava, é difícil te olhar e saber que você a perdeu sendo tão novo. É isso que deixa as pessoas tão chateadas, o fato de você lidar com essa perda cedo demais. – Lupin explicou com o seu tom de voz calmo. – Eu peço desculpas por ter me afastado de você e da sua família. E saiba que estou muito orgulhoso com o quão longe você chegou, você é um jovem genial.

Olívio sentiu algumas lágrimas brotarem no cantinho dos olhos, mas afastou o pensamento de chorar ali. Teria aula logo em seguida e não queria que ninguém percebesse que ele tinha andado chorando.

— Trouxe algo para você. – Olívio anunciou, voltando até a sua mesa e pegando uma caixa de papelão que estava escondida debaixo da mesa. – Desde o meu primeiro ano aqui eu sempre pego algumas coisas de casa caso sinta saudades. E eu sempre pego algo da Allie.

Ele colocou a caixa sobre a mesa de Remus. Ele conseguia identificar várias coisas ali que eram da época em que eles estudavam em Hogwarts. O homem não conteve o sorriso que delineou os seus lábios.

Pegou algumas fotos da caixa. Allie com a Lily na Oxford Street fazendo careta para a câmera, Allie e Sirius em um jogo de quadribol (ela estava usando o cachecol de Remus), Allie e James no casamento do Potter e Evans, e por fim, Allie e Remus perto de uma árvore de Natal com o pequeno Olívio.

— Eu também achei isso dentro de um dos livros dela. – Olívio pegou um livro de Defesa Contra as Artes das Trevas, abrindo no capítulo dos lobisomens. Um girassol com suas pétalas secas e esmaecidas estava guardado ali. – Ela adorava escrever nos livros. Tem várias coisas sobre vocês.

Ele sabia disso. Ela adorava escrever nas bordas dos livros para que não se esquecesse sobre o que estava pensando.

— Ela escrevia sobre mim também. Ela tinha um diário onde contava tudo que acontecia comigo, ela queria que eu lesse quando eu já estivesse maior.

— Eu também escrevi nesse diário. – Remus riu ao se lembrar. – Ela tinha as melhores ideias, não é?

Olívio assentiu. O relógio sobre a mesa do professor indicava que a sua aula começaria daqui poucos minutos e não era benéfico matar aula no seu último ano. Ainda tinha muito sobre o que conversar, ele gostaria de desabafar sobre algumas coisas, mas tinha que deixar para depois. E claro, Lupin também daria mais uma aula depois.

— Eu vou deixar essa caixa com você. Acho que você precisa tanto quanto eu. – Olívio disse. – E, por favor, não suma de novo.

— Eu não irei. – Lupin colocou a mão sobre o ombro do mais novo. – Eu nunca devia ter deixado você passar por isso sozinho. Vamos recuperar todo esse tempo perdido novamente, tudo bem?

Olívio assentiu, não conseguindo conter a urgência em abraçar o velho amigo. Lupin ainda se lembrava como o Wood mais novo costumava a abraçar as suas pernas, pedindo para que ele o colocasse nas suas costas. Agora, ele estava quase do seu tamanho, mas parecia a mesma criança de sempre.

— Você me lembra ela também. – ele murmurou. – O tempo todo.

obrigada por acompanharem essa fanfic até aqui! infelizmente, tudo tem um fim :( mas a autora tem outras fanfics em mente (alô fãs do Fred Weasley) e ela espera ver todos vocês novamente!

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𝐓𝐀𝐋𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐎 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍 || histórias não contadas.Where stories live. Discover now