Seis

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Me sento na cadeira enquanto espero o médico vir dizer alguma notícia do garoto, já faz mais de uma hora e ninguém vem me dizer nada

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Me sento na cadeira enquanto espero o médico vir dizer alguma notícia do garoto, já faz mais de uma hora e ninguém vem me dizer nada.

O estado que o garoto chegou aqui foi de assutar,a única coisa que o médico falou é que ele teve sorte de ser encontrado logo, nada mais que isso.

Me encosto na cadeira e suspiro ficando sem paciência de esperar, um tempo se passa e finalmente vejo o médico aparecer.

- Então doutor? - questiono.

- O jovem está estável no momento, mas se tivesse demorado um pouco mais séria tarde - diz - Ele fraturou suas costelas, uma delas perfurou o pulmão e isso foi o mais complicado, no momento sedamos ele e vamos deixar assim até que cicatrize e consiga respirar sozinho, houve uma pequena hemorragia e contemos ela, mas é necessário mantê-lo na observação por um tempo.

Suspiro me sentindo aliviado e assinto.

- Você quer vê-lo? - questiona.

- Sim - sigo ele e vejo por uma janela o garoto dormindo, em seu rosto há uma máscara que leva oxigênio para ele - Quanto tempo ele vai focar assim?

- Dois dias que vamos sedar ele, depois deixaremos para ver se o corpo dele está descansado e acorda sozinho - responde - Como médico eu preciso perguntar o que aconteceu.

- Eu não sei, cheguei na casa dele e estava tudo revirado, encontrei ele no chão em posição fetal - falo ainda olhando pro corpo do garoto.

- Ok - diz - Qual sua ligação com o paciente?

- Sou patrão dele - respondo e ele assente - Ele precisa de algo?

- Fornecemos tudo enquanto ele estiver dormindo - responde e assinto.

- Tem visitas? Pretendo vir aqui amanhã visitá-lo - falo.

- Sim - assinto e olho mais uma vez para o garoto, suspiro e saio do hospital.

Decido ir direto para casa, ao chegar tomo um banho, como algo e pego meu celular ligando para Ethan, estamos acostumados a nós falar todos os dias.

- Está em casa? - é a primeira coisa que pergunta ao atender, ele está deitado e de pijama.

- Sim, aconteceu algo e eu decidi vir para casa já que perdi metade do dia - falo.

- O que aconteceu? - questiona.

- O garoto Benjamin faltou pela manhã, eu fiquei irritado e puto, decidi ir até o local onde ele morava, chegando lá encontrei ele caído no chão com o apartamento todo quebrado assim como ele - respondo.

- Meu Deus, como assim? - indaga parecendo chocado - O pobrezinho está bem amor?

- O médico disse que agora está estável, mas ainda ficará em observação e sedado por um tempo - respondo.

- Que pena, sabe o que aconteceu com ele? - questiona.

- Não, talvez quando ele acordar eu pergunte - falo - Não quero falar disso agora, você está bem?

- Sim, finalmente amanhã já vou poder voltar e dormir com você - diz e sorrio de lado para ele - Consegui os projetos e mais um de bônus, a próxima viagem quem fará é você.

- Odeio essas viagens - falo, ficamos conversando um tempo até ele precisar ir para outra reunião, nossos horários são diferentes então quando é estou indo dormir ele vai trabalhar - Tchau amor, amo você.

- Também amo você Leo - diz sorrindo, desligamos e me deito para dormir.

∆∆∆∆∆∆

Três dias depois.

Saio do carro e entro na recepção do hospital, deixo meu nome e sigo em direção ao quarto onde benjamin está ficando, os médicos tiraram a sedação ontem, então provavelmente hoje ele estará acordado.

Dou uma batida na porta e empurro, vejo o garoto sentado e olhando para a frente, um dos seus olhos está fechado por conta do inchado e está roxo também, ele me olha assustado mas parece um pouco relaxado ao me ver.

- Finalmente acordou - falo chegando perto dele, vejo seu olho aberto bem vermelho, ele engole em seco e faz uma careta - Como está se sentindo?

- Mal - responde baixinho.

- Algum médico já veio aqui depois de ter acordado? - questiono e ele assente - O que ele disse?

- Não sei - responde quase sem voz.

- Quer água? - ele assente, pego o copo e coloco a água da jarra, entro em sua mão e ele leva aos lábios com ela tremendo, seguro o copo e ajudo ele a beber, Benjamin faz uma careta de dor ao fazer pouca força para beber.

- Obrigado - diz baixo.

- Você lembra o que aconteceu? - questiono e ele me olha assutado.

- Não - diz baixando o olhar.

- Eu acho que você se lembra - falo, ele me olha e engole em seco - Eu posso te ajudar.

- Não se for igual a quem fez isso - diz e arqueio a sobrancelha, ele olha ao redor e suspira dando de ombros - Foram alguns homens, eles não aceitam pessoas diferentes.

- Que tipo de diferenças? - questiono, ele abaixa a cabeça e nega, seguro a mão dele sentindo um calo e aperto tentando passar segurança a ele - Pode confiar em mim Benjamin.

- Do tipo de diferença em que um homem gosta de outro homem - diz parecendo envergonhado e fico surpreso ao olhar para ele - Eu apanhei pelo fato de ser gay.

- Sinto muito - falo apertando a mão dele, ouço uma batida na porta e vejo Ethan entrar por ela, ele dá um sorriso e olha para mim.

- Como está Benjamin? - questiona parando ao meu lado e tocando meu ombro.

- Mais ou menos - diz e abaixa a cabeça.

- Você lembra dos homens? - pergunto.

- Não, estavam de capuz, eles me seguiram ontem, entraram na minha casa, me bateram e quebraram tudo, depois foram embora - diz e olho para ele sabendo que está mentindo.

- O médico disse que pelo estado que chegou aqui é preciso chamar a polícia quando acordasse, acho que pode tentar se esforçar e falar com eles não é? - ele me olha assustado - Não se preocupe, vou ajudar você Benjamin.

Ele assente, o médico chega e começa a falar algumas coisas com Benjamin, Ethan fica ao meu lado e segura minha mão por trás dos nossos corpos, aperto a dele que me olha e sorri, retribuo e ficamos ouvindo o depoimento do garoto quando a polícia chega.

Sinto que preciso ajudar esse garoto.

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Doce Sabor Do PecadoWhere stories live. Discover now