11

966 55 24
                                    

Na manhã de terça-feira, logo depois de se instalar em seu escritório com uma xícara de café fresco e um muffin na mão, Cecelia entrou agitada.

— Bom dia, senhorita Granger! Lamento incomodá-la, mas estas foram entregues por um mensageiro com o seu nome. Disse que o remetente pagou para garantir que elas fossem entregues a você imediatamente.

A mandíbula de Hermione se abriu ao ver aquilo. Sua secretária estava oculta por uma nuvem de folhagem verde, o ramo alcançava a largura de um braço enquanto ela segurava o vaso longe do corpo para garantir que não esmagaria nenhuma das flores fechadas. Quando Cecelia gentilmente colocou o arranjo em sua mesa e se afastou, Hermione piscou rapidamente, tentando entender o que estava vendo.

— O que é?

— Flores, minha querida! Para você!

Hermione inclinou a cabeça, olhando mais de perto. Elas não pareciam flores. Parecia um arranjo de ervas daninhas e botões, todos colhidos cedo demais para serem consideradas um presente. Ela cerrou os dedos ao lado do corpo, evitando tocá-lo, só para garantir.

— Isso não é flo... — As palavras morreram em seus lábios assim que ela viu o pequeno cartão branco, aninhado na vegetação. Sem assinatura ou etiqueta de identificação, ele estava em branco até que seus olhos pousaram sobre ele. Assim que ela o notou, as palavras começaram a fluir pela superfície como se tivessem sido escritas por uma pena invisível. Três palavras simples, rabiscadas em uma caligrafia familiar, elegante e sinuosa, com seu toque cuidadoso.

Parecia certo.

Não havia assinatura, mas não era necessária. Não havia dúvida de quem havia enviado o arranjo. Prendendo a respiração, ela estendeu a mão com uma mão instável. Seu peito estava ficando mais apertado agora, menos por medo e apreensão e mais por aquela sensação estranha e agitada que ela tinha toda vez que pensava em Draco. Mas não havia se dado conta de que, com a nova união entre eles, ela estaria recebendo o cortejo dele. Considerando a profundidade do relacionamento deles, algo tão puro e inocente como um buquê de flores parecia surpreendentemente... gentil.

Assim que as pontas de seus dedos tocaram a borda do cartão, as flores ganharam vida. Todas elas se desenrolaram com um brilho mágico, cintilando como purpurina no ar ao redor de cada botão à medida que se abriam e espalhavam suas pétalas até florescerem completamente. O arranjo inteiro era feito de uma variedade de flores, todas de diferentes formas e tamanhos. Algumas eram pequenas e agrupadas com pequenos grupos de pétalas, enquanto outras se abriam com cabeças pesadas e exuberantes. Mas a única coisa que todas tinham em comum era a cor. Todas tinham o mesmo tom impressionante de branco puro e intocado. As fragrâncias se misturaram, leves e aromáticas, e Hermione respirou fundo, chocada com a visão de todas elas juntas. Era lindo.

— Oh meu Deus, eu nunca vi algo tão lindo — Cecelia arrulhou, e Hermione quase pulou fora de si. Ela havia esquecido completamente que não estava sozinha.

Segurando o cartão na mão, Hermione o trouxe para baixo da borda da mesa e fora de vista. Metade por medo de que Cecelia pudesse reconhecer a caligrafia de Draco, e metade porque ela não queria compartilhar um sentimento tão inesperado e terno com mais ninguém.

— Sim — ela concordou fracamente. — Nunca vi nada parecido.

Seu estômago revirou ao pensar em Draco providenciando o envio das flores para ela. Ele mesmo as escolheu? Ou ele simplesmente pagou para que outra pessoa as selecionasse para ela? O tamanho e o número de flores diferentes no arranjo eram impressionantes. Algumas ela conseguia reconhecer, como rosas-repolho e tulipas, mas muitas ela nunca tinha visto antes. Ela já recebeu muitos buquês e arranjos, mas nenhum desse tamanho ou escala. Nem foram encantadas para florescer apenas com o toque dela. Entre a seleção e a magia, continha um nível de intimidade que ela não esperava, e ela olhou de volta para o cartão em seu colo.

Contradictions | DramioneWhere stories live. Discover now