12. Nosso Bug

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Narrado por Skyless.

Quando passamos por aquela fenda temporal senti que o calor daquela sala que havia explodido em chamas havia cessado. Uma brisa fresca abraçou de leve meu corpo, me arrepiando por conta da brusca mudança de temperatura. Seagull estava certo e graças a ele estávamos no andar 58. Uma campina macia e longa, que mais parecia um oceano verde esmeralda, se encontrava diante de nós. Estamos vivos.

Eu olho para Seagull no mesmo instante que ele se vira para mim. Nosso olhar se penetra e o calor volta para o meu corpo imediatamente. É horrível a forma como aqueles olhos amendoados me cativam toda vez que os encontro. Eu sempre evito, eu luto para não focar neles, mas dessa vez é diferente. É arrebatador.

Talvez a adrenalina ou a tensão daquela interminável partida que continuava presente em minhas veias, mas eu o agarro ali mesmo. Ele me recebe completamente sedento, tirando meus pés do chão. Nossas peles suadas se colidem, se amassam, se mesclam como se nunca mais pudessem se soltar, enquanto nossos lábios tragam um ao outro. Nossas línguas dançam juntas, conquistam terreno dentro da boca me fazendo esquecer onde estamos ou quem somos. Sinto seu desespero enquanto tenta me abraçar, me apalpar, me beijar e respirar ao mesmo tempo. Sem raciocinar, começo a arrancar suas roupas, puxando, rasgando. Sua cintura é fina, seus músculos são duros. Sinto sua ereção se formando depressa quando ele me agarra pelas coxas, me fazendo entrelaçar as pernas ao redor de seu quadril. Não aguentamos nem um minuto de pé daquele jeito, eu não seguro os gemidos que estavam se instalando na minha garganta, quando ele passa sugar minha pele, meu pescoço. Me deita na grama macia, minhas costas colidem no chão e seu peso cai todo sobre mim. É satisfatório. Eu quero tanto aquilo que parece até que meu peito vai explodir. Estou me segurando desde que o reencontrei. Não entendo porquê, mas ele me atrai. Sua bondade e seu jeito puro me capturam por completo e a cada dia eu o admirava mais. Admiro sua bondade, embora também a odeie. Eu queria ser como ele. Queria que as pessoas recebessem meus sorrisos sinceros, assim como recebem os dele.

Sua aura bonita brilha diante dos meus olhos, como se ele fosse usar seus poderes, sinto que o mesmo acontece comigo. Não conseguimos conter a excitação e a agitação. Nossos corpos estão desesperados e parece que o jogo vai dar tilt a qualquer instante. Minha cabeça gira. Me coloco sentada sobre meus joelhos e ele faz o mesmo, assim termino de tirar a regata justa que usava, desconectando nosso beijo somente pra deixar passar aquele pedaço de tecido entre nós. Meus seios despidos deslizam pelo peitoral dele e ele arfa lançando a cabeça para trás. Sem nos estendermos nas preliminares e sem qualquer tipo de pudor ficamos completamente nus e em questão de segundos já éramos um do outro. Tínhamos pressa. Seagull me penetrava com força, enquanto me beijava desesperado. O ouvi gemer enlouquecido quando o apertei dentro de mim, contraindo intencionalmente minhas paredes internas. Nossos gemidos devem ser ouvidos a quilômetros dali, mas éramos os únicos no andar. Nós definitivamente estreamos o 58 com chave de ouro. Gozamos e gozamos de novo e depois de novo. Terminei em cima dele e, com nossos olhares conectados, nos derramamos juntos mais uma vez. Seu jato quente me faz sentir gloriosa. O senti me recheando e em seguida, escorrendo para fora. Me sinto satisfeita e estranhamente completa. Nunca foi assim na minha vida. Sexo nunca significou tanto, mas desde que fizemos na versão beta eu me perguntava quando teria um orgasmo novamente. Eu queria ele. Eu desejei ele todos os dias desde que o reencontrei. É difícil admitir isso, mas eu precisava tanto dele. Queria que seu corpo e que sua Aura fossem meus para sempre.

Pronta para sair de cima dele, desencaixo nossos sexos, o tirando de dentro de mim. Não espero um comentário ou qualquer outra coisa de sua parte. Sei - ou tento provar pra mim - que o que temos é apenas carnal, uma atração física insana e instintiva. Porém, Seagull me surpreende me puxando para si e me fazendo deitar a cabeça em seu peito quente. Assim que nos envolvemos daquele jeito, sinto uma pontada nas costelas, no lado esquerdo, exatamente no local da tatuagem que temos em comum. Como se tivesse lido meus pensamentos, ele coloca sua mão no local, fazendo um carinho de leve, com a pontinha de seus dedos. Me pergunto internamente se ele também tinha sentido aquilo em sua própria tatuagem, mas não consigo externar a pergunta. Não consigo dizer nada. Apenas desejo estar ali, recebendo seu toque, sentindo seu abdômen que sobe e desce ainda acelerado; o coração agitado é gostoso de ouvir, assim como seus pequenos sons internos. O realismo presente no jogo chega a assustar. Realmente Rebirth foi projetado para fazer seus usuários esquecerem por completo da vida lá fora e acreditarem que o que vivenciamos ali é que é o real. Eu, na verdade, quero que aquilo seja real, mas não tenho o direito de esquecer. Não posso. Quem eu penso que sou para me dar prazer? Sinto o peso da condenação e da culpa. Isso deve ser um pecado mortal.

REBIRTH • jjkWhere stories live. Discover now