Capítulo 4

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Quem é vivo sempre aparece kkkkk aproveitem a att, e desculpem a demoraaa

Louis pov
 
A minha vida inteira, sempre acreditei que não seria o suficiente nunca. Um destino fadado a decepção, à falha. Sempre me vi encurralado pela sorte e abandonado pela bondade.
 
Quando criança, meu pai me tomou de minha mãe e me largou numa varanda qualquer, queixando-se de falta de dinheiro e condições. Ele não passava de um cretino. O único destino para seu dinheiro eram bebidas, drogas e prostitutas.
 
Minha mãe não pode evitar. Já sofria demais nas mãos dele. Ela sempre foi uma sobrevivente. Mesmo não podendo fazer muito, ela passou meses procurando por mim, e quando finalmente me encontrou, não me levou de volta, porém me visitava toda semana e me contava sobre como pretendia deixar meu pai e me levar junto.
 
Fui criado por dois idosos, devo minha vida a eles. Depois do meu 8⁰ aniversário minha mãe nunca mais voltou. Talvez esteja morta. Talvez tenha escapado. Não sei, mas ainda assim sempre senti falta dela.
 
Enfim, Beth e Paul foram anjos na minha vida. Eles não tinha família grande, apenas uma filha alguns anos mais velha do que eu, Lily, ela morava longe e não éramos tão próximos, até o fatídico dia.
 
Eu tinha 16 anos recém completados quando dois homens invadiram nossa casa com o intuito de realizar um assalto. Paul já tinha seu 60 e poucos anos, não aguentou o susto do barulho da arma, e assim, um disparo que era apenas para assustar, se tornou fatal.
 
Não muito tempo depois, Lily se mudou para morar comigo e com Beth. Nos aproximamos mais a cada dia, porém nenhum dos dois pôde perceber o estado de depressão de Beth. Poucos meses mais tarde ela se juntou a Paul e iluminou mais um ponto no céu como um astro distante.
 
Lily continuou morando comigo, ela se tornou mais do que uma amiga para mim, era como uma irmã, eu a amava mais do que tudo.
 
Um certo dia, ela convidou alguns amigos para casa, entre eles, Stanley. No começo Louis achava fofo o ciúme de Stan e o jeito como ele se preocupava consigo. Infelizmente aqueles foram avisos que Louis ignorou.
 
Daí em diante, tudo piorou. Teve que manter um relacionamento abusivo, se despedir de sua irmã, se mudar, aguentar meses sendo tratado como lixo para garantir proteção.
 
Mas agora tudo estava mudando. E ele seria suficiente. Seria importante. E seria um lar, para o pequeno ser dentro de si. Preferia acreditar que sim, que pode proteger seu bebê.
 
Sentado em cima do mármore da pia, ele encarava Styles, que estava apoiado no batente da porta, ambos tensos por aquele resultado, ansiando pelo melhor. 10 segundos transformados em eternidade. O ar já estava palpável, partículas de energia fluindo em busca de salvação.
 
— Já, podemos olhar– Styles avisou em um tom suave, quase como se aqueles testes fossem seus, mas não eram. Não entendia sua preocupação, não era sua criança, nem seu parceiro.
 
Louis pulou da bancada ficando em frente aos testes, enquanto o cacheado lentamente se posicionava atrás do menor de modo que pudesse enxergar também. 3 testes, a vida, uma família, um lar.
 
O de olhos azuis segurou o primeiro teste e o virou. Negativo. Sentiu cada pedaço de seu ser desmoronar, cada partícula de esperança flutuar e se perder no espaço-tempo. Curvou o corpo lentamente para frente com as mãos apoiadas na bancada, sentindo lágrimas formarem lentos canais em seu rosto lavando sua alma.
 
Sentiu  então, mãos cautelosas rodearam sua cintura. E um corpo se juntar ao seu. Sem malícia, nem maldade, apenas compaixão.
 
— Pode estar errado, querido, tenha esperança.
 
Louis se endireitou, apoiando o peso do corpo no que estava atrás de si. Usou as mãos para enxugar algumas lágrimas teimosas e finalmente concordou com a cabeça.
 
Abaixou a mão para virar outro teste, ainda soluçando contra o peito do maior. Positivo. Só poderia ser mais uma piada de mal gosto do destino. Sentiu seu ânimo melhorar um pouco, e sem conseguir se conter, levantou o último teste.
 
Positivo.
 
Os braços em sua cintura aumentaram o aperto, ao passo que as lágrimas em seu rosto passavam de agonia para felicidade. O rosto que se abrigou na dobra de seu pescoço, junto com as pequenas risadas denunciavam que não era o único contente ali.
 
— Venha você pode ficar mas vai trabalhar. – Styles disse depois de recompor sua postura.
 
E assim, o resto do dia se resumiu a ele apresentando o abrigo para Louis, assim como as pessoas de lá e ajudando o mais novo a ajeitar seu quarto.
 
••••
 
— Já falei que não valeu, Niall seu trapaceirozinho de merda. Eu não vou e ponto final. – esbravejou Zayn, enquanto enpurrava suas cartas de volta para mesa .
 
— Para de ser cagão Malik, você perdeu, a ronda de hoje é sua. – Payne que só observava os outros dois, rebateu.
 
— Não sou cagão porra nenhuma, mas aquelas coisa me enjooam pra caralho, ‘cês sabem. Qual é bro, só dessa vez vai! Lavo suas louças por uma semana!
 
— Proposta tentadora irmão, mas hoje não, já tenho planos para mais tarde. – exclamou dando um piscadinha para Liam
 
— Ew, seus nojentos, odeio ter que conviver com vocês. – disse e saiu apressado do quarto que dividia com os outros dois, indo pegar uma arma maior no arsenal.
 
Pode ouvir Styles mostrando o local para o cara novo enquanto passava pelos corredores. Ah, que merda, o cara novo ia ter um quarto só para ele?
 
— Ei chefe, vou sair pra ronda, precisa de algo? – disse tentando não transparecer quanto estava invejando o cara de olhos azuis por ter um quarto para si só.
 
— Haha, perdeu o truco, pegou o turno? Poxa nem me chamaram adoro quando você é Niall fazem isso! – disse com um leve sorriso no rosto.
 
— Isso faz piada mesmo, faz! Que raiva só eu faço as coisas nesse lugar e nem tenho um quarto si para mim!– disse se afastando mas ainda pode ouvir a risada dos outros dois.
 
Ao chegar no arsenal, esbarrou com Josh, um dos outros caras que sairiam hoje. Este sorriu para si e logo falou:
 
— Ei, dj Malik, você ficou com o lado oeste, boa sorte. – Zayn franziu o cenho para o apelido e só então raciocínio o que Josh havia dito. LADO OESTE?! Porra que dia de merda.
 
— Ah não josh, é brincadeira isso né?– Zayn disse se desesperando, o local era onde apareciam mais coisas sempre. Odiava ir para aquele lado.
 
— Sinto muito cara, mas foi sorteio, leva o rádio, e me chama qualquer coisa.
 
— Okay...– bufou e pegou uma arma e o walkie-talkie.
 
•••••
 
Tudo certo. Três horas já se passaram, mais trinta minutos e então a troca de turno. Só havia esbarrado com uns cinco zumbis até agora, e estava muito feliz com isso.
 
Isso mesmo... Estava... no passado. Em menos de dois minutos daquele pensamento, ele pode ouvir uma movimentação perto de si e barulhos de zumbis, porém havia alguém correndo.
 
— Mas que merda. Sempre comigo!— Disse criando coragem para ajudar seja lá quem fosse.
 
Estreitou um pouco os olhos e foi andando para frente devagar. Não conseguia enxergar muito bem, mas viu uma figura meio encapuzada, correndo de uma forma desleixada, como se estivesse com o tornozelo machucado. Cindo ou seis zumbis seguiam atrás, sem parar de tentar alcançar a figura.
 
Estava se aproximando mais rapidamente agora. 300 metros. 200 metros. 100 metros.
 
— Ei filhos da puta, estão com fome? Então provem isso aqui! — Disse com a arma empunhada, acertando cada um na cabeça.
 
Logo em seguida ouviu um baque, e a pessoa estava no chão. Correu a seu encontro e a pegou no colo, em seguida empurrou a mochila da pessoa sobre o próprio ombro, junto com a própria arma e seguiu correndo para o abrigo.

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⏰ Last updated: Mar 05, 2022 ⏰

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