Capítulo 45

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 VALENTINA

Então me diz, o que fizemos de errado para merecer tamanha desgraça. Amar alguém é passivo de punição divina? Dizem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar, será mesmo?

A resposta para isso é meus olhos embaçados com as lágrimas que me tomaram diante do barulho estrondoso que veio da cozinha, o desespero tomou meu corpo avassalador. O desespero era um sentimento imprevisível, meu coração batia tão forte que pensei que ele sim, seria capaz de sair do peito. O medo tomando posse dos meus nervos, fazendo cada célula do meu ser reagir imediatamente ao som ensurdecedor que veio do cômodo ao lado.

Corri o mais rápido que pude, me esqueci totalmente da Lorena que me vigiava e fui ao encontro da minha esposa, se alguma coisa acontecesse com a minha princesa eu jamais me perdoaria.

- Você está bem? - foi o que consegui perguntar ao me aproximar e vasculhar seu corpo todo à procura de qualquer indicio de que ele havia machucado-a.

- Foi só um susto... - essas foram as palavras balbuciada por ela, mas o horror em seu rosto me deixou muito preocupada.

Sim, porque aquilo não era um bom sinal. Ayla era fria quando a situação exigia, isso eu aprendi vendo a executar seu trabalho com perfeição.

Era algo que a Ayla tinha aprendido com maestria, ser fria nas horas em que a situação exigia, mas ali diante de um disparo feito por alguém que não era capaz de se controlar, minha esposa deixou a frieza escorrer pelas mãos e deixou transparecer e aquilo me deixou em alerta.

- Ayla, olha pra mim – virei seus rosto em minha direção – vai ficar tudo bem!

- Não vai, Valentina – ela sussurrava – a gente precisa sair daqui. - vi em seus olhos o desespero.

- Nos vamos! - falei tentando manter a calma.

Tentando pensar em algo enquanto Heitor e a Lorena discutiam depois da atitude impulsiva do homem.

Nada mais impulsiva do que minha vontade de viver cada segundo do que a vida me proporcionava, meu casamento, minha profissão, minha aproximação intensa com a minha irmã.

Essa que só me trazia boas notícias e enchia minha vida de alegria.

- Estou grávida!! - fui surpreendida.

Me trazendo muita alegria.

- Não acredito!! - abracei-a com força – Esse bebê vai ter pais incríveis, quanta sorte ele tem.

- O Ramiro está muito feliz e eu também. - passei a mão em sua barriga acariciando o futuro baby que já morava ali.

- Parabéns papai! - cumprimentei meu cunhado quando ele se aproximou.

- Obrigado, eu estou tão feliz. - ele abraçou Vanessa e posou a mão carinhosamente na barriga da minha irmã – E parabéns pelo seu casamento, sua noiva é linda.

- É sim! - concordei com um sorriso bobo, eu não conseguia evitar.

- A cerimonia foi esplêndida. - ele elogiou com um grande sorriso.

- Obrigada! Nós estamos muito feliz.

- Você merece! - minha irmã sorria com alegria.

- Nós merecemos. - me referia sua boa notícia.

- Sabe que corre o risco de ser gêmeo, né?! - Ramiro comentou.

- Sério?! Que incrível!! - gargalhamos muito e sentimos aquela alegria nos abraçar.

Como era bom estar cercada por pessoas que nos amavam, pessoas que queriam nossa felicidade e que eram felizes por nos ver bem e juntas. Eu não poderia me sentir mais completa.

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