Capítulo 5

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Ayla

Acordei com um bom humor incomum, Fantine tinha me dado uma nova perspectiva da situação no geral, eu não estava apaixonada pela Valentina, isso era fato. Mas saber que minha amiga gostava de meninas me fez querer ir além.

Não havia possibilidade de eu e Valen sermos mais que amigas, não tem como. É muitos anos de amizade e amor só se for de irmãs. Mais o que eu não sabia, é que as surpresas não paravam por aí.

Fui para casa e minha mãe me esperava para almoça, eu havia avisado ela que iria dormir na casa da Fantine, então ela estava despreocupada.

- Como foi na casa da Fantine? – minha mãe perguntou assim que eu entrei.

- Foi esclarecedor! – sorri.

- Uau e o que tinha de tão obscuro assim para ser esclarecido? – minha mãe tentava me fazer falar.

- Nada, mãe... Só sei que eu estou bem.

- Ok! Mais tem alguém te esperando no seu quarto. – ela me informou.

- Quem é? – perguntei com medo da resposta.

Eu tinha certeza que era o Heitor.

- Vai lá ver... – ela saiu sem me dar nenhuma pista.

Subi as escadas correndo, ansiosa para ver quem era. Abri a porta bem devagar sem fazer barulho para poder ver quem era, antes de ser vista.

Pelo vão da porta eu pude vê-la, parada olhando minhas fotos penduradas num quadro de ferro. Cabelos soltos, vestido azul claro, rasteirinha. A cara dela, Valentina!

- Oi! – bati na porta e abri o restante.

- Oi. – ela se virou calmamente.

Entrei e fechei a porta atrás de mim.

- Eu não me lembrava de ter tirado essa foto. – ela apontou para uma das fotos penduradas.

Foi no dia em que fomos passar o fim de semana na praia, primeira viagem nossa sem os adultos, só adolescente. Foi muito divertido.

- Esse dia foi incrível! – concordei.

- E aí como você está? – ela me perguntou mudando de repente o assunto.

- Bem! – dei uma resposta vaga.

- Você está realmente bem, ou só está dizendo isso para eu não perguntar mais?

- Não sei... O que você quer saber? – respondi com outra pergunta. – Quer realmente saber como eu me sinto, ou uma resposta que te alivie e traga paz?

- Caramba Ayla, você não facilita. – ela grunhiu – Eu estou aqui em missão de paz, não quero que me diga o que quero ouvir, quero minha amiga de volta.

Eu me joguei na cama e fiquei olhando para o teto, eu tinha duas opções dizer o que eu realmente sentia, mesmo não tendo certeza, ou dizia o que era correto e ter minha amiga de volta.

- Eu... – Fechei os olhos e deixei meu coração falar – Eu tô bem, Valentina. Só que é coisa demais para digerir, esses dias mesmo éramos amigas inseparáveis e de repente nos tornamos duas estranhas e isso tem mexido demais comigo.

- Nem me fale – ela sentou do meu lado – Não ser mais sua amiga me deixou perdida, não tem nada que eu sinta mais falta do que te ter na minha vida de novo.

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