Capítulo 4

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Valentina

O tempo é um cara engraçado, ele passa devagar quando quer nos perturbar e passa depressa quando estamos bem.

Eu tenho caminhado com um passo de cada vez, vivendo uma coisa de cada vez. Não deixando que os meus problemas viessem a tona e tomasse conta do que eu sou.

Eu tenho o controle e não os meus problemas, eu não posso deixar que esse sentimento errado, tome posso das minhas faculdades mentais.

Minha médica dizia, que eu tinha que ter o controle. Está certo que eu não havia contado para ela o motivo maior para minha depressão, eu não estava pronta para dizer aquelas palavras em voz alta.

Eu não conseguia me ouvir dizendo cada palavra, não imaginava que aquilo era real. Assim eu tomei o controle, de um jeito torto mais eu tomei.

Tanto tomei o controle, que acabei tomando a decisão mais as avessas que eu poderia ser capaz de tomar e hoje eu iria contar para os meus amigos.

Para eles, óbvio, isso pareceria normal. Mas eu sei que tem alguém que não entenderia nada.

- Hoje a pizzaria está de pé né?! – Jéssica perguntou empolgadíssima.

- Sim! – respondi empolgada também.

- Bom proveito, eu não vou conseguir ir. – Ayla simplesmente informou e saiu de perto.

- Ela anda esquisita não é mesmo?! – Jéssica comentou – Você sabe o que aconteceu?

- Não! – respondi tentando mostrar pouca importância – Eu não faço a menor idéia.

O assunto morreu e nós fomos juntas embora. Fui para casa e avisei meus pais que sairia a noite com o pessoal, eles apenas me deixaram ir por que sabiam que podiam confiar.

Não em mim...

Já a noite, eu estava ansiosa. Queria demais que fosse perfeita, mas não existe perfeição, algo de estranho, para não dizer ruim, sempre acontece.

Ayla

Eu mudei, não sei por que. Mas mudei, tudo a minha volta parecia ter perdido a graça. Alguma coisa tinha se tornado cinza.

Não havia mais vontade de estar com o meu namorado e tão pouco eu queria ir para o colégio.

Estar lá e não conversar com a Valen da mesma forma como antes, me machucava. Era no mínimo estranho.

Me deixava vazia, eu acho. Não sei ao certo como descrever o que eu sentia.

- Alô? – atendi meu celular já sabendo que era o Heitor.

- E aí? Já mudou de ideia? – Ele foi direto ao assunto.

- Oi Heitor, eu estou bem e você?? – falei com ironia.

- Qual é, Ayla? A gente já se viu hoje e você me disse para te ligar nesse horário que já teria uma resposta.

- Eu já disse um milhão de vezes que eu não quero ir. – suspirei cansada – Se você que ir, vai! Eu não vou te impedir.

- Mais eu gostaria que fossemos juntos, não é a mesma coisa sem você. – ele falou fazendo denguinho.

- Nossa Heitor você exagera demais. Uma noite que você sai sem eu, não irá te matar.

- Qual é, Ayla. Vamos!! – ele insistiu mais uma vez.

Me dei por vencida, eu já não aguentava mais ouvir a voz dele.

SentimentosTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang