Volteii
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Fita após fita todas as crianças mesmo com reações diferentes o destino era o mesmo. Uma morte sofrida e dolorida com uma única exceção: o experimento número 7, a última criança.
Apesar de sobreviver os efeitos do componente eram horríveis o garotinho omega, ele cuspia sangue, a pele pálida se enchia de feridas e às vezes o AH13 parecia trazer efeitos além dos físicos, como também psicologicamente. Mas isso não foi o suficiente para parar os experimentos, porém mesmo teste após teste, tentativa após tentativa, modificação após modificação, nada parecia mudar queriam resultados e depois de muito tempo decidiram parar com os testes pareciam ter aceitado que o AH13 era incontrolável e letal. Como uma força da natureza.
Bakugou ainda estava calado, se levantou sem olhar para o homem sentado no chão.
-Vamos. Eu quero ir pra casa. - Disse por fim indo simplesmente saindo sem se importar, se sentia sem forças para nada, como se a qualquer momento não conseguiria se manter de pé.
Recolheram as coisas e partiram Todoroki o levou para casa, o caminho foi recheado de um ar tenso e mórbido. Dentro de si o alfa pensava se deveria dizer alguma coisa ou se era melhor ficar quieto, mas o que poderia dizer? Não existiam palavras para ser ditas como um momento como aquele, experimentos em crianças, crianças ômegas, a mesma classe que Bakugou, a mesma classe que sofria diariamente por simplesmente existir, que tinha que se esconder para levar uma vida minimamente digna.
Ao chegar na casa do loiro o mesmo desceu correndo desesperado para entrar em casa não queria saber de mais nada, queria somente desaparecer, só não esperava ser seguido por Shoto.
-O que você tá fazendo? Vai embora! - A voz embargada pelo choro que prendia na garganta gritou.
-Se você acha que depois do que eu vi hoje eu vou te deixar sozinho está louco. - Disse firme, decidido, nem que se fosse ter que ficar sentado na porta de Bakugou a noite toda ele faria. -Eu não vou te deixar sozinho. E vou achar o imbecil por trás disso.
O ômega engoliu seco, tinha que admitir que estava com medo e a presença do outro não era de todo desagradavel,olhou para o céu noturno coberto por nuvens pesadas, destrancou a porta.
-Entra.- Todoroki correu para pegar as coisas no carro, já tinha desistido de dormir então passaria a noite investigando o caso e ficaria alerta.
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Depois de um dia completamente estressante o nosso ômega de cabelos loiros se sentia um pouco menos tenso depois de um longo banho quente e mesmo sendo um herói forte, sentia-se bem mais seguro com Todoroki na sala vendo uma imensidão de papéis concentrado e vice e versa.
Ainda de cabelos molhados e já com uma roupa confortável, separou uma coberta, um travesseiro e pegou a troca de roupa mais larga que tinha em casa, afinal, Todoroki tinha se tornado um alfa alto, não que Bakugou fosse baixinho (ou talvez fosse).
Deixou em cima do sofá onde o outro supostamente dormiria, mas nem pareceu perceber a sua aproximação, era estranho ver ele focado desse jeito justo de alguém que parecia sempre estar no mundo da lua e o observando que percebeu que não foi somente a altura que mudou desde sua época de escola, claramente dava pra ver de longe que se tratava de um alfa... Um alfa muito bonito alias. O rosto estava mais maduro e tinha o maxilar marcado, o que tirava um pouco o ar juvenil que sempre teve.
Deveria parar de prestar tanta atenção nisso, seu corpo começava a sentir coisas estranhas, talvez o feito de seja lá o que fosse não tinha passado completamente e seria no mínimo vergonhoso se o outro sentisse seu cheiro... Por mais que já tivesse passado por coisa pior a não muito tempo.
Fez um Miojo, exatamente o que iriam comer hoje era miojo. Estava com preguiça de cozinhar. E ai se aquele patife reclamasse. Chamou a sua atenção e entregou a tigela de comida fumegante, só assim para fazê-lo tirar os olhos daqueles documentos.
-Ah! Obrigado Bakugou.
-Descobriu alguma coisa? -Perguntou fingindo desinteresse.
-Descobri que o cientista chefe se enforcou há 1 mês. O CEO foi preso por corrupção, não há nenhum documento com nome ou algum tipo de identidade das crianças que morreram, elas eram chamadas por números, só da última tem muito material sobre ela quando aconteceu tinha 7 anos de idade, mas a empresa só fechou anos depois e quando que as pesquisas pararam eu não sei o que fizeram com ele, se ele ainda está vivo ou se está se foram atrás dele. - Apertou o cenho, tudo aquilo estava dando uma puta dor de cabeça. E para piorar o cheiro de Bakugou naquela casa estava muito forte, não que aquilo fosse ruim, mas o desconcentrou.- Se ainda estiver vivo ele é mais velho que a gente e possuía o nome o nome Tenko Shimura, eu vou conversar com a polícia quem sabe conheçam alguém com o nome assim.
-Tá bom, tá bom, deixa isso pra outra hora. Nós dois precisamos descansar, você vai comer, tomar banho e depois ir dormir. - Aquilo não era uma sugestão. Todoroki assentiu por mais que duvidasse que realmente conseguiria descansar, mas de todo jeito Katsuki estava certo, deveria ao menos tentar.
Depois de comer Bakugou voltou ao seu quarto, estava cansado e assim que seu corpo se chocou com a cama quentinha apagou, mas isso não significa que teve uma boa noite de sono, não teve um minuto sequer de paz, as fotos e os gritos daquelas crianças o atormentaram incessavelmente, como fantasmas cada rosto agora ficou gravado em sua mente e em especial uma com os olhos vermelhos sangue que transmitiam, não tristeza, não medo, não um pedido de socorro como das outras, mas sim o mais puro e intenso ódio, a personificação da dor e da raiva, uma raiva que destruía tudo o que tocava e que era capaz de transformar qualquer coisa em mero pó.
Um omega possuidor da decay.
Continua....
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Gostaria de fazer um cap mais longo mas iria demorar mais para sair, o que vcs preferem caps mais longos que demoram mais pra sair ou caps mas curtos com mais frequência?
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Entre alfas. Todobaku
FanfictionEstava cercado por eles, sempre esteve com eles, era visto como um, tratado como um, se sentia como um. Mas não era um. Bakugou Katsuki não era um alfa, e carregava esse fardo em segredo... Até que um dia alguém o descobriu.