4 • Calor

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" Pode parar de se esconder
O perigo achou você"

Mesmo com a neve caindo lá fora, concretizando o fato do inverno, estava quente. Muito quente.
Seu hálito queimava meu pescoço, e seus sussurros eram delirantes. Seu membro duro pronto para o ato, me abraçava por trás.
  Suas mãos inquietas, passeavam todo meu corpo. E quando elas pararam, apertando minha cintura, foi quando sua voz se tornou audível. Era rude e rouca. E cheia de desejo.
- Esta gostando raposinha ?
                       
                                 🔸️

  Abrindo meus olhos, vejo a luz que atravessava as frestas da janela, e assimilando que tudo aquilo foi um sonho. Ela sonhou com o Ogro?

Sendo arrancada de seus pensamentos quando, provavelmente ainda em seu quarto, ouviu sua avó tossir. Várias e várias vezes.
Chegando na sua porta do quarto dela, que é ao lado do seu, Minerva viu que estava destrancada.

-Vó, como posso ajudar ?

Ainda na cama, dona Hilda tentou esconder o sangue que manchava todo o pano.

- Oh, bom dia,querida. - Sua voz sairá seca - Não a nada a fazer. Entretanto  adoraria um pouco de chá, para acompanhar os doces que trouxe ontem.

Minerva estava na estufa há mais de 10 minutos. Depois de colocar roupas descentes, ela foi fazer o chá para dona Hilda, que insistia que ela deveria tomar  chá  de Salvia rosmarinus. E de acordo com sua avó, ela tinha a erva em sua pequena e quente estufa, onde "milagrosamente" o frio, não afetava.

Após achar, ela está voltando á casa, quando vê o homem ogro da noite passada.
Ele saia do celeiro, onde rick e crist estavam. Diferente dela, que só tinha sua capa, contra o frio. Burn tinha roupas descentes. Botas e casacos de pelagem de animal escura, e uma longa e grossa calça preta.
Chegando mais perto, ela viu a parte de cima seu cabelo preso em um coque.

  Distraída ela não percebeu que ele agora a observava. Passando direto ele entrou na casa, e ela o seguiu.
Entrando, ela pegou o resto de uma conversa.
- Muito obrigada ! Não sei o que faria sem você Burn.- Dizia sua avó.

Se sentindo enciumada, ela interveio.
- Vó, trouxe sua erva.

Burn a olhava com certo sarcasmo, e disse.- O seu cavalo tem um grande apetite. Acredito que trouxe dinheiro para pagar pelo feno.

- Não pedi para o alimentar. - Ela já estava sem paciência com o maldito  homem.

É claro que ela não é estúpida. Minerva tinha uma pequena bolsa, onde ela juntava moedas, quando sobravam. E a bolsa estava há horas de viajem em Grunhmó. Não pensou nisso quando veio correndo para Lambuk.

- Tenho feno na carroça. Se tivesse perguntado ao invés de fazer o que bem entende, saberia.

Puxando todo o ar da sala, ele respondeu.

- Não respondeu a pergunta.- Disse irritado, e ao perceber que estava agindo assim na frente de dona Hilda,  mudou completamente. - Mas de todo modo, não acho que seu feno irá dar para todo o inverno, certo? Quando precisar pode me dar o dinheiro que eu mesmo comprarei em Pwert.

  A mais famosa feira, localizada do outro lado. Enquanto Grunhmó era no sul e Lambuk era no norte, Pwert era ao leste. Mais distante da minha pequena vila e próxima daqui. Era necessário apenas atravessar o outro lado da floresta.

- Agradecida, mais sei o caminho. Posso ir sozinha.

Sem aguentar mais a tensão, sua avó diz - Burn, fique conosco para o des jejum, sim. - Já puxando o Ogro, dona Hilda o sentou na mesa.

Minerva foi para a cozinha, preparar o chá de sua avó, enquanto eles conversavam. Depois de pronto, levou-o para  ela.
-.... eles não atacaram. Estão satisfeitos pelo resto da semana.- Dizia burn

- Que bom que achou algo que goste, querido. -

- Quem não atacará?- Perguntou Minerva saindo entrando na sala.

- Oh, desde quando está aí, meu bem?- Sua avó parecia assustada. E o homem, tenso e receoso.

- Acabei de chegar, por isso não entendi. Quem não vai atacar ?

- Os lobos.
Assim que as palavras saíram da boca de Burn, ele recebeu um zangado olhar da velha senhora.

- Lobos? Eu os ouvi ontem, eles estão perto ?- A emoção na sua voz podia ser confundida com medo. Mas não. Ela estava ansiosa. Cansou de ameaçar James, de jogá-lo para os lobos. Mas a verdade é que nunca viu um.

- Não se preocupe, não viram para cá. -  O homem garantiu.

Por um segundo, o olhar dele foi deprimente, mas rapidamente se tornou duro e irritado.

- Sério? Como você pode saber disso?- Disse com sarcasmo, e dessa vez, foi ela quem recebeu um olhar de sua avó.

- Querida, ele trabalha com isso. Burn é um excelente caçador. Atraiu os lobos para longe, com os cervos que caçou.

Cervos? Mais de um? Ela ainda tinha muitas perguntas, mas olhando para sua avó, percebeu que a velha senhora, não queria ouvir mais nenhuma delas.
Servindo o chá, ela também se sentou na mesa.
Naquela manhã, entre uma conversa e outra, descobriu que ele caçava para comer, e se necessário também o fazia por dinheiro. Enquanto ele descobriu que ela era um excelente costureira. Por incrível que pareça, foi tudo calmo. Como se eles não tivessem aquele ranço entre eles.

Quando sua dona Hilda se cansou, se retirou para seu quarto. Ela começou  a tirar a mesa. E ele fazia o o mesmo.

- Para uma garota tão petulante,  não sabia que tinha medo de lobos.-  Ele caçoava dela. Entretanto, lá no fundo ela sentiu uma tristeza nele.

- Quem disse? Eu não tenho medo de nada. -  Argumentou.

Sorrindo. Ele estava sorrindo. Porra, ele devia fazer isso mais.

- Não foi o que pareceu.

- Nem tudo é o que parece.- Já estávamos na cozinha, colocando os pratos na pia, quando ele disse.

- Pela primeira vez, ouço alguma lógica no que diz.
Aquelas palavras fizeram ela arrepiar.

Ele estava atrás dela.

Aquela cozinha já foi mais fria.

Quando ela se vira, ele está a centímetros dela.

- Se não tem medo, o que sente? - Ele pergunta.
Seu cheiro era de terra e chuva.

- Curiosidade, nunca vi um lobo verdadeiro. O senhor da padaria, tinha um cachorro, que dizia ele, era meio lobo. Porém nunca vi o real.

Burn chegou mais perto.

- Sabe o que um lobo faria com você se ele chegasse perto o suficiente?

Ele estava inclinado para ela, e seu hálito aquecia sua bochecha.

Ela enfim respondeu.
- Me comeria ?

Com um puxar de lábios, ele  diz
- Com certeza.-

Ela agradeceu pelos pratos estarem na pia. Pois se estivessem nas suas mãos,  eles cairiam no chão, no momento em que ele, colou a boca na dela.

Pra que fugir do que deseja?
  Para não me machucar.
  E fugir resolve?
  Não..."

(( Obrigado, pela leitura ♡))

** Obs: avisar qualquer erro gramatical, por favor **

Mais capítulos em breve.

CAMINHO MALDITO (one-shot)Where stories live. Discover now