Capítulo 3

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	 — Pois é

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— Pois é. É por isso que aqui estou.

Thiago sorriu com a resposta, típica do irmão e contornou o balcão, indo na direção dele com os braços estendidos. O puxou para um abraço apertado, percebendo que tinha sentido muita saudades dele, mas do que tinha imaginado. Quando se afastaram, André estreitou os olhos para ele, o analisando. Daquele jeito típico de irmão mais velho.

E ele também não tinha mudado muito, notou. Havia algo diferente nos olhos dele, da mesma cor que os seus, mas poderia ser coisa da sua cabeça. Afinal, foram dois anos que não o via.

— E que cara é essa já cedo, Thiago? Fiquei dois anos longe, mas você continua o mesmo, hein?

— Cara? Que cara?

— A cara de quem não disfarça que viu uma moça bonita.

Thiago soltou um riso, erguendo as duas mãos na defensiva. Tinha se esquecido que André conseguia lê-lo com facilidade.

— Não sei de nada.

— Ah, não? — André provocou, fazendo um gesto de cabeça para o lado de fora da loja. — Não tem nada a ver com aquela moça sentada ali, tomando um vinho com o Zé?

— Ora, aquela é a filha do Zé — Thiago tentou falar como se não fosse nada, não queria deixar tão na cara seu interesse por uma mulher que tinha acabado de conhecer.

— Não sabia que o Zé tinha uma filha.

— Nem eu.

André franziu o cenho, e Thiago sabia que ele estava curioso, poderia apostar que ninguém nas terras Bodini sabiam da vida pessoal do seu Zé. O que era bem curioso na verdade, ele sempre foi muito carinhoso com eles, sempre ensinava com paciente quando os meninos Bodini pediam para fazer alguma coisa nas vinhas, apenas para mexerem na terra. E mesmo assim, ninguém saberia dizer nada sobre a vida pessoal do especialista de plantio.

— Venha, deixe-me te mostrar tudo o que fiz com a loja.

Atravessaram a porta na parede de trás do bar, que dava acesso a todo interior onde se podia ver alguns materiais ainda da recente reforma que tinha comentado.

— Já foi cumprimentar a família? — Resolveu perguntar e ao ver a careta do irmão, Thiago riu. — Não me diga que a nonna já te cobrou dos tão sonhados netos dela?

André olhou feio para o irmão.

— E ainda lembrou que na minha idade o nonno já tinha feito três filhos nela.

Thiago estremeceu e ao olhar para ele, soube que ambos pensavam a mesma coisa. Nojento.

— Muito bem, isso foi informação demais — Disse e abriu um sorriso. — Mas pensando bem, André, quando eu serei tio? Precisava pensar no legado da família, nos herdeiros...

— Você é insuportável — André resmungou quando entraram em um quarto nos fundos.

Adorando provocar o irmão, Thiago ampliou o sorriso.

— E você me ama mesmo assim.

André fingiu que não o ouviu e olhou para o lugar.

— O que você fez aqui?

— Instalei um sistema de vigilância em toda a vinícola. Veja. — Apontou para os diversos monitores fixados à parede. — Segurança nunca é demais. E os negócios têm crescido.

— Dá para ver toda a vinícola?

— Os pontos principais. Há câmeras lá fora. Através desse comando, dá para escolher o ponto. Por exemplo, esse aqui nos mostra a entrada, por onde os clientes, turistas e visitantes chegam.

Thiago apertou uma das telhas do computador, a tela se encheu com a entrada da vinícola, no mesmo instante em que um carro sedan prata atravessava a catraca levantada. O que para ele tinha sido uma imagem comum e normal; se espantou quando viu André praticamente colar o nariz na tela.

— Ela sabia que eu estava voltando hoje? — André perguntou com os olhos fixos no carro e Thiago viu uma mulher ao volante, mas não a reconheceu. Voltou a olhar para o irmão, e o viu quase pálido, com os olhos arregalados. Afobado.

— Ela...? Ela quem? — Quis saber, quase cedendo à curiosidade de colar também o rosto no monitor para ver melhor. Quem poderia ser essa pessoa que conseguiu desestabilizar André Bodini?

Mas André não o respondeu, parecia que nem o tinha ouvido. Apenas se virou e atravessou a porta como se tivesse que salvar alguém da bengalada da nonna. Ao se ver sozinho, Thiago piscou, como se isso pudesse ajudar o cérebro a processar os últimos segundos. Depois, olhou novamente para a câmera da portaria, mas o carro já não estava mais lá.

Curioso como sempre fora, Thiago perguntou-se quem poderia ser a mulher que conseguiu botar André Bodini para correr.

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Quando Luísa concordou em morar com o pai, sabia muito bem dos prós e contras da sua escolha. Mas, como ele não tinha nenhuma ficha criminal na polícia, e pelo que viu nos olhos deles, sabia que não estaria colocando sua vida em risco. Mas, ficou muito surpresa quando ao sair da loja de vinhos, ao refazer o caminho em direção a portaria da vinícola, com a resposta do seu pai. Tanto que parou de andar e o encarou.

— Está dizendo que você mora no seu trabalho? Que não tem uma casa?

Zé olhou para ela, confuso.

— Claro que tenho uma casa! Os Bodini sempre foram excelentes patrões e me deram um pedaço das terras dele para construir minha casa. Ela é simples, mas aconchegante e fica bem localizada também. Da janela dos quartos, dá para ver as vinhas e as montanhas.

Luísa franziu o cenho.

— Eles não poderiam pagar o bastante para você construir uma casa em outro lugar?

Seu pai balançou a cabeça.

— Sou bem remunerado aqui e me ofereceram uma casa fora dessas terras. Mas, eu não quis sair. Sabe Luísa, eu não sou um Bodini, mas essas terras também são o meu lar.

E foi quando ela percebeu que ele realmente amava aquele lugar. Não o julgava, era lindo sim as terras, as vinhas, o modo que o sol iluminava as montanhas, do cheiro das uvas que o vento trazia. Era tão lindo que estava com uma vontade louca de pegar a tela e o pincel.

— Muito bem então. Irei pegar minhas coisas no hotel e voltarei mais tarde.

— Estarei te esperando aqui na portaria.

Luísa assentiu, agradecida e entrou no carro alugado. Quando atravessou a portaria, olhou no espelho retrovisor e a imagem do pai, sozinho, com suas roupas simples e jeitos tímidos; fez o coração dela se apertar.

 Quando atravessou a portaria, olhou no espelho retrovisor e a imagem do pai, sozinho, com suas roupas simples e jeitos tímidos; fez o coração dela se apertar

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Aquarela de Sabores (Série Bodini) | DEGUSTAÇÃO حيث تعيش القصص. اكتشف الآن