Love or Lost - Jikook abo

Conversas

Havia uma semana desde que Jungkook e Jimin haviam conversado. O alfa estava com um caso complicado para resolver, e passava boa parte do seu tempo no trabalho e o ômega simplesmente evitava qualquer espaço onde o marido estava. Cuidavam de suas atividades e quase não se viam dentro da própria casa.

Porém, naquela manhã, uma ligação mudara os planos do ômega. Era aniversário da sua prima preferida e esta exigia sua presença, fazia bons meses desde que se viram e agora, com o acúmulo de saudades e uma boa desculpa, poderiam finalmente se ver.

Jimin passava algumas roupas, aproveitando que Soobin havia dormido logo depois que o amamentara. Cantarolava distraidamente enquanto dobrava as peças já passadas, que ao menos notara que o marido lhe olhava da porta.

— Jimin-ssi? — chamou-lhe, queria poder negar que apenas ver o esposo se sentia em casa, mas por hora, conteve a si e ao seu lobo carente.

— Ahn, Jun — olhou-o por curtos segundos, logo voltando ao que fazia anteriormente.

— Eu estive pensando... Quase não nos vimos ultimamente, o que acha de sairmos este fim de semana?

Seu coração batia desesperado e esperançoso, queria muito não ser rejeitado novamente pelo ômega. Ora, queria que o mesmo voltasse ao que era antes.

— Não vai dar — respondeu rápido, não olhando-o nos olhos em nenhum momento, o que fazia o alfa se sentir ainda mais inseguro e rejeitado.

— E porque não? — aproximou-se, se pondo em frente ao esposo.

— Dae. Ela está na cidade e é o aniversário dela. Ela vai dar uma festa e quer que eu vá. — respondeu, saindo do quarto de hóspedes com o cesto de roupas limpas.

— Mas podemos sair depois. A festa não vai durar o fim de semana todo — seguiu o mesmo enquanto o ômega tratava de guardar as coisas no lugar, ainda ignorando a existência do alfa.

— Uh... Eu pretendo matar a saudade durante todo o fim de semana — respondeu-lhe, fechando o closet, colocando o cesto vazio sobre a cama do casal.

— Jimin... E eu? E Soobin?!

— Soobin vai ficar com a minha mãe, já combinamos e quanto a você — aproximou-se, dando-lhe dois tapinhas na bochecha — saia com seus amigos. Não era o que você fazia sempre?! Não vá me dizer que não quer?!

Riu, deixando o alfa incrédulo, parado no meio do quarto.

— JIMIN — gritou, ambas as mãos na cintura.

Ora, estava muito irritado. Queria seu ômega, não estava mais se aguentando de saudades. Porém o olhar de desdém que recebera fora como uma facada no coração. Logo um chorinho fino havia começado, o ômega lhe encarou, revirando os olhos.

Estava cansado. Soobin sugava toda a sua energia e a casa era enorme e não tinham empregados. O alfa ao menos colaborava consigo, era desorganizado e ao menos limpava sua própria bagunça.

O ômega estava farto.

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— JIMINIE

— DAE

Se abraçaram com força, matando a saudade de meses. De longe, a alguns metros de ambos os primos, o alfa permanecia sério, irritado e enciumado. Não gostava nem um pouco de dividir a atenção do seu ômega. Tinha em sua cabeça que o ômega era apenas seu.

Vez ou outra, passava a língua na bochecha. Tentava se enturmar com os outros na festa, mas ao menos conseguia tirar os olhos do marido, seguia-o com os olhos por onde ia.

— Jungkook-ssi, quanto tempo — tocou o ombro do alfa, exalando sua essência doce.

— Soraya? O que faz aqui? — afastou-se quando notou que a ômega estava prestes a lhe abraçar.

— Isso são modos de tratar a sua cliente preferida? — mordeu os lábios.

Queria seduzir o alfa, havia um bom tempo. Porém, o moreno ao menos correspondia suas investidas.

— Soraya, tem uma coisa que eu não te contei... — escorou-se na pilastra, deixando a garrafa de cerveja apoiada ao seu lado.

— O que Jungkookie?

— Eu sou casado — ergueu a mão esquerda, mostrando a aliança grossa e reluzente no dedo anelar.

— Ah — exasperou-se — isso não é problema para mim

— Mas para mim é. Eu não disse nada naquela época, mas eu amo meu marido, meu ômega e me desculpe por te dar esperanças — sorriu gentilmente.

Esperava que a ômega entendesse, porém tudo que a mesma fez foi lhe acertar um tapa no rosto e sair apressadamente do jardim da casa e indo embora.

— Jungukk?

— Uh? Jiminie... O-olha eu juro que não é nada do que você está pensando e—

E calou-se quando sentira o breve beijo que recebera.

— Vamos para casa. Temos que conversar.