PRÓLOGO

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A Ilha de Eroda era uma ilha com quinhentos e setenta e dois metros quadrados de pura beleza, os bosques os mais belos, suas colinas as mais verdes, e seus campos de flores os mais encantadores; acho que não exista nenhuma palavra para definir o quão bela e majestosa aquela ilha era. Sem contar, que mesmo sendo localizada próxima do Reino Unido, seu céu era totalmente diferente do que os habitantes do continente costumavam ver; enquanto o Reino Unido sofria as consequências de ter tantas fábricas soltando gases tóxicos em sua atmosfera, deixando assim seu céu cinza e nublado, em Eroda o céu era azul e cheio de nuvens brancas.

Entretanto, mesmo a ilha já tendo incontáveis belezas, hoje ela estava ganhando mais uma maravilha.

No território Sul da ilha, em um casarão de pedra, um tanto que afastado de sua vila, estava os Tomlinson; mais especificamente, Mark Tomlinson e sua amada ômega Johanna Tomlinson. Porém, diferente de todos os outros dias, em que o casarão era reinado por paz, risadas e sossego, hoje estava repleto de gritos de dor, ordens, empregados preocupados e uma parteira.

— Ande Julia, me trague mais um pano! — Gritou a parteira, gesticulando para a sua ajudante, querendo que ela fosse mais depressa.

Acontece que Johanna e Mark estavam tendo seu primogênito.

A ômega estava semideitada em seu ninho, suas costas apoiadas no tronco de seu alfa, que estava a um passo de ter um treco. Jay poderia estar exausta, sentindo as piores dores que até mesmo um guerreiro nunca sentiu, dando seu melhor para colocar uma vida ao mundo; mas seu marido também parecia sofrer. Afinal, já fazia algumas horas que eles estavam naquela posição, suas costas não tendo  apoio doíam como nunca, e suas mãos então nem se fale. O alfa lúpus não sabia que sua ômega poderia ter tanta força assim. Cada vez que a parteira – Cristine – pedia para a mulher fazer força, Mark secretamente queria morrer, pois era o momento em que sua amada mais apertava sua mão. E o alfa lúpus tem certeza que depois de 9 horas de trabalho de parto, ele vai precisar de um médico.

— Respire querida, respire. — Mark disse, passando um novo pano seco em sua testa, tirando o suor, e respirando profundamente, querendo dizer que era para ela o seguir.

— Mark, eu juro que se você mandar eu respirar mais uma vez eu acabo com você, alfa! — Ela resmungou, totalmente furiosa, parando para gemer algumas vezes.

Jay poderia amar seu novo filhote, mas naquele momento ela não gostaria de ter mais nenhum outro além deste.

— Mais um pouco querida, eu já estou o vendo! — Fala Cristine.

Um grito, mais um aperto na mão, outro grito, e então, um choro estridente ecoa pelo quarto do casal.

Mark Tomlinson nunca se sentira tão realizado quanto naquele momento, seu lobo interior pulando de alegria, querendo uivar, e Jay não se sentia diferente. A ômega estava muito feliz, mas ela apenas conseguia sorrir naquele momento, seu corpo estava cansado pelo esforço. Cristine enrolou o pequeno bebê em panos limpos, não demorando para levá-lo a ômega. Assim que a Sra. Tomlinson pegou seu primogênito no colo, ela chorou de felicidade. Ali estava seu pequeno pacotinho, com bochechas rechonchudas e fofas.  O bebê recém-nascido parecia reconhecer sua mãe, pois parou de chorar imediatamente, segurando firmemente o dedo da ômega.

Louis — Sussurrou Jay, sua voz sendo um pouco falha, mas ainda assim seu alfa a escutou, sorrindo mais ainda com o nome escolhido por ela — Louis William Tomlinson.

Agora, a família Tomlinson tinha mais um membro, um herdeiro. Certamente a vila faria uma festa naquele mesmo dia, comemorando a chegada do pequeno Louis. E Jay e Mark certamente apareceriam, além do mais, era o primeiro filhote deles, eles estavam muito felizes. Era um belo dia para se comemorar.







Entretanto, enquanto no Sul da ilha uma família comemorava a chegada de uma vida e planejavam uma festa; no território Norte, eles choravam pela perda de uma.

Anne Styles chegou a óbito depois de passar dias adoecida, ninguém sabia ao certo o que a ômega tinha, mas esperavam que ela logo melhorasse. E isso aconteceu. No dia anterior, Anne estava bem, conseguia comer e levantar de sua cama, aproveitou o dia com seus filhotes e seu amado marido Desmond. Mas, uma melhora súbita é sempre algo a desconfiar. Na manhã de hoje, a ômega mal conseguia respirar, sempre a procura do oxigênio para encher seus pulmões. 

Ao entardecer, depois de ter pedido um momento com seus filhotes, ela faleceu.

Gemma e Harry Styles estavam ao seu lado, as pequenas crianças dormiram ao lado de sua mãe, pensando que era apenas um mal estar novamente, e que tudo ficaria bem mais tarde, mas ao acordarem, sentiram o corpo de sua mãe sem vida.

Desmond, seu alfa, estava em uma reunião com os comerciantes de seu território quando tudo aconteceu, saindo as pressas da sala de reuniões da mansão até o quarto principal quando percebeu que não sentia mais a ligação com sua ômega.

A família que antes era formada por quatro pessoas, agora é formada apenas por três.


Ao escurecer, no Sul, os habitantes do vilarejo comemoravam a chegada do primogênito da alcateia dos Tomlinson. Já no Norte, se era feito a cerimônia de Anne.

Todos da família do líder da alcateia tem uma mortalha, mas Desmond não achava que usaria tão cedo a que fora especialmente feita para sua esposa. Anne era considerada a mulher mais especial da alcateia, por isso, a vila inteira estava presente naquele momento. O corpo de Anne fora vestido em um vestido branco longo, chegando a cobrir seus pés descalços, seus cabelos estavam soltos e bem penteados. A ômega fora colocada em sua pira, um barco desenhado pelo marceneiro mais próximo da família, no centro estava a pira funerária e ao redor estava cheio de lírios azuis, algo que certamente foram seus filhos que colocaram, em cima do corpo dela, foi-se pousado uma mortalha azul com detalhes dourados nas bordas. Tudo tinha sido feito especialmente para ela, para aquele momento nada aguardado.

Na beira do lago, se encontrava a alcateia Styles. Desmond e seus filhotes estando vários metros a frente de seu povo. Margot, a sacerdotisa do Norte, se aproxima da família, ficando ao seu lado. Desmond faz um sinal para seus guerreiros, e então eles empurram o barco para longe. Todos ficam em silêncio, podendo ouvir em bom som as palavras da senhora sábia.

— Que Éaco, Radamento e Minos tenham piedade e que você possa tomar seu lugar nos Campos Elisios e, enfim ter a paz que tanto almejava. — Começou ela, indo em direção ao arco e então a flecha — Hoje, uma grande mulher caiu. Uma líder, uma mãe... — a senhora andava agora em direção a pequena fogueira, colocando a ponta da flecha nela e a fazendo pegar fogo, a entregando para Desmond. — uma filha.

Desmond puxa a flecha, mirando no barco que agora estava á metros de distância e então dispara, acertando em cheio a piraLogo em seguida, a pequena Gemma dispara outra, aumentando o fogo no barco. A sacerdotisa, com pouca força em seus braços é a próxima a disparar, acertando e fazendo o fogo se alastrar mais ainda.


Neste dia, muita felicidade chegou, alegrando o coração de todas as pessoas próximas. Mas, ao mesmo tempo, o caos se instalou.

Enquanto no Sul eram-se feitas promessas de amor, no Norte eram-se feitas promessas de ódio. Enquanto alguns choravam de felicidade, outros choravam de tristeza. Naquele dia, naquela noite, naquela Ilha, tudo mudou.



[...]

fearless *°• (l.s) ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora