Capitulo 6

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P.O.V Noah Urrea.

Cheguei ao bar e cumprimentei com um movimento de cabeça a Bailey e o Krystian, membros antigos do Dark Wings que estavam na entrada do Inferno, conversando com um jovem humano.

Tínhamos muito cuidado com os mortais que frequentavam o bar para que eles não atrapalhassem o sigilo do local. Aqueles que concordavam em vir, comprometiam-se com o segredo e em alimentar os vampiros.

Os que descumpriam as regras, não costumavam ser vistos de novo.

- Onde você estava? - Nico levantou a cabeça do pescoço de uma garota.

- Conversando com o Benjamim. - Peguei o envelope que o humano havia me entregue e o coloquei sobre a mesa ao lado do meu irmão. - Estão aí os relatórios.

- Ele não pode enviar isso por e-mail?

- Gosto das coisas do jeito antigo. - Passei por ele e segui para os fundos do bar, mas antes que chegasse ao corredor que dava acesso à nossa casa, fui parado por uma mulher.

Vi a mão no meu peito e achei algo arriscado demais para uma humana fazer, mas, assim que subi a cabeça, encontrei olhos vermelhos e um sorriso debochado nos lábios finos.

- Katy!

- Oi, amor! - Passou a língua pelas presas.

Em algum momento, imagino que achava aquilo sexy, mas naquele, só me fez perceber o seu tom de deboche.

- Achei que você estivesse morta.

- Sabe que não sou assim tão fácil de abater.

- E os caçadores daquela noite? Achei que eles tinham...

- Conseguiram me capturar, mas matei todos eles.

- Fico contente. - Mantive a minha postura rígida. Katherine e eu tivemos uma história no passado, mas não podia dizer que havíamos sido namorados. Acredito que ambos sempre fomos instáveis demais para qualquer relacionamento mais duradouro. Fazia pouco mais de dois anos que ela havia sido emboscada por caçadores. Chegou a ligar para mim, mas quando cheguei para socorrê-la, já havia sido tarde demais. Encontrei o esconderijo dela revirado, vi sinais de luta e achei que estivesse morta. - Tira um peso das minhas costas saber que você ainda está viva.

- Lembra-se daquele velho ditado? Vaso ruim não quebra.

- Pelo visto, o seu é de aço.

- Por falar em aço, vamos dar uma volta juntos.

- De moto? Agora?

- Prefere esperar o sol nascer? - Debochada como sempre. Isso era uma das coisas que eu mais gostava dela. - Deixa o seu harém de humanas para passar essa noite comigo.

- O que a leva acreditar que eu estaria disposto a fazer isso? - Abaixei a mão dela até que caísse do meu peito.

- Você me deve isso.

- Devo?

- Você sabe que sim. - Encarou-me com os olhos vermelhos afunilados e balançou levemente os cabelos pretos, cortados no estilo chanel, que ainda eram exatamente como eu me recordava.

- Não vai me fazer mal passar algum tempo com a minha moto.

- Continua um idiota! - Deu um tapa no meu peito.

Saí de perto dela e corri até o meu quarto para pegar minha jaqueta e o capacete. Quando voltei, nós dois seguimos para o lado de fora do bar, onde estavam estacionadas as motos.

Passei ao redor da minha Harley que estava no estacionamento. Além da pintura e o símbolo dos Dark Wings, o mesmo estampado nas costas da minha jaqueta; havia feito algumas outras mudanças para deixá-la mais rápida e silenciosa. Aquele conjunto de metal era certamente um dos bens que eu mais estimava.

O Bebê Proibido | NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora