Capitulo 16

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P.O.V Noah Urrea.

Servi um pouco mais de vodca para mim e tomei a dose em uma única golada. Não poder sair no sol era algo que havia me afligido muito ao longo dos anos, mas nunca o tanto como naquela tarde. Depois de Sina quase ter sido morta por uma das vampiras em que mais confiei, ficar ali, esperando, enquanto a mulher que carregava o meu filho estava lá fora, era angustiante, estando ela ou não na companhia de policiais. Nem vinte deles teriam a mesma força que eu para defendê-la.

Katherine era como qualquer outro de nós, amaldiçoada a uma vida nas sombras, contudo, se o meu irmão estava certo, como ele sempre estava, a raça da Sina provia aos vampiros a possibilidade de andar no sol. E se Katy houvesse descoberto isso e ido atrás da Sina para terminar o que havia começado?

Ouvi o som de alguém se movendo pelo salão do bar e quebrei o copo no balcão, virando-me rapidamente, pronto para usar o vidro como arma.

— Abaixe isso! — Vi Nicolas sentar no banco ao meu lado.

— O que está fazendo aqui? — questionei-o entre presas. — É melhor não me dar sustos desse jeito ou pode acabar morto.

— Eu que me pergunto o que faz aqui. Não costuma subir para o bar durante o dia, muito menos para beber. Achei que estivesse se divertindo com o seu saco de sangue especial.

— Sina saiu, estou preocupado. Depois que a Katy quase a matou ontem, temo que possa voltar para terminar o que começou.

— Em plena luz do dia? — Nico cruzou os braços e ficou me encarando de esgueiro.

— Foi você quem me falou que o sangue dos nefilins é conhecido pela propriedade de nos permitir andar no sol. Se a Katy souber disso...

— Vai livrar você de um estorvo. — Nicolas sorriu e eu fui para cima dele.

Fazia muito tempo que eu não avançava no meu irmão daquele jeito, mas aquele não era um bom dia para me provocar com a sua total falta de sentimentalismo. Torcer para que a Katherine matasse a Sina era o cúmulo.

Poderia não se importar com ela, mas deveria ter o mínimo de respeito por alguém que era importante para mim.

Segurei o pescoço dele entre os meus dedos e apertei. Eu possuía força o suficiente para arrancar a cabeça dele do corpo apenas daquela forma.

Contudo, Nicolas não teve medo, diante de minha atitude ameaçadora, ele manteve o maldito sorriso sarcástico nos lábios.

— Está disposto a se livrar do único outro imortal que compartilha o mesmo sangue que você, e estaria ao seu lado por toda a eternidade, por causa de uma mulher? Uma mulher não, uma menina.

— Não me provoque! — rosnei, mostrando as presas para ele. — Sempre me disse que sou desequilibrado, então não teste os meus limites, irmão. — Soltei o pescoço dele e me afastei alguns passos.

— Se se preocupa tanto com o que a Katherine pode fazer a ela, por que a deixou sair? Deveria mantê-la aqui.

— Prometi que a deixaria ver os pais.

— Coração mole! — Balançou a cabeça em negativa, pulando o balcão, indo ficar perto das garrafas de bebidas. — Você já foi menos fraco, irmão.

— E você já foi menos infeliz.

— Não preciso de uma fedelha prenha para me sentir feliz.

— Precisa de quê?

— Apenas de mim. — Deu de ombros.

Definitivamente, não estava disposto a continuar discutindo com Nico a respeito daquilo. Ele nunca iria compreender o que estava passando dentro de mim e, por mais diferentes que fossemos, imagino que se eu estivesse no lugar dele, poderia agir como aquele babaca. Não havia nada no universo dos vampiros que nos preparasse para o que estávamos vivendo.

O Bebê Proibido | NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora