HOGWARTS SERPENTS • Draco Malfoy

{34} Carta De Morte De Salazar Slytherin.

Sandy saiu da enfermaria alguns minutos depois, e quando pisou no chão do corredor, ela deu uma bela de uma bronca em Draco por ele não conseguir parar de provocar Potter até quando o garoto estivera acabado de acordar de um desmaio.

Mas, ela estava ansiosa com outra coisa.

Após o jantar, Sandy esperou na comunal até que o relógio marcasse as onze da noite e quando chegou, ela se despediu de seus colegas e seguiu caminho as escondidas até o quadro do batalhador Fillips.

O caminho ficava cada vez mais escuro conforme os passos de Sandy, e a masmorra se esfriava ainda mais. E então, os barulhos que os alunos tanto temem chegaram aos seus ouvidos e ela soube que chegara.

Ao olhar o corredor completamente escuro, utilizou a varinha para formar um Lumus e uma bolinha de luz sair da ponta e flutuar ao seu lado, facilitando seu trajeto.

O homem barbudo e magrelo, de olho roxo e cicatrizes profundas por todo o corpo estava atrás do quadro, e a voz falhada de Sr. Fillips ecoou pelo corredor vazio:

- Veio visitar a Viúva, Srta. Sytherin? - Ele pergunta e Sandy ficou confusa de como o homem soubera seu nome. - Ou o Barão Sangrento? Não são muito visitados, mas com certeza são mais que eu. De todos os anos e décadas que passei dentro desse quadro, muitas crianças passaram por esse corredor, sabe? Umas voltaram com novas descobertas, já outras... eu não as vi passaram novamente para retornarem as suas camas.

- Uhm, vim visitar a Viúva. - Sandy estremeceu e se sentiu com mais medo ainda após a fala do homem no quadro, preocupada se seria uma das crianças que não voltaram. - Ela está?

- Ali dentro, na última porta, querida. - O homem a olhou curioso.

- Obrigada... - Passou o mais rápido que conseguia pelo quadro e foi até o fim do corredor, onde já era gelado ao extremo.

Olhou para a porta preta de madeira e bateu três vezes com o ferro. E em milésimos o buraco da porta se abriu, e um olho gélido e morto apareceu ali. Era a fantasma da Viúva Vingativa.

- Querida! Como você está? Parece que durou dias até você vir! - Ela deu uma risadinha após abrir a porta.

Sandy riu nervosa e entrou no lugar apreensiva, mas sua curiosidade era bem maior do que o temor.

- Então, vai me contar? - Sandy foi direta e se sentou em uma cama velha e de lençóis mofados que havia ali, e então pulou de susto após a porta bater com força. - AAAAH!

- Me desculpe, senhorita. Eu bati a porta sem querer, não queria assustá-la. - Olhou no fundo dos olhos de Sandy e sorriu, então começou. - Sei que quer saber de tudo logo, então não vou enrolar.

A fantasma deu uma pequena olhada rápida no lugar, algo que Sandy não compreendeu, e começou a contar:

- Bem, eu conheci Salazar quando ingressei na escola. Ele era meu professor de poções e um homem muito inteligente, todos os alunos quando o observavam ensinar queriam ser igual a ele quando crescerem, e eu posso provar, porque eu era uma dessas pessoas. Ele era extremamente astuto e determinado, e além disso, foi considerado um dos melhores bruxos de sua época, respectivamente como Ofidioglota e um habilidoso Legimente.

A mulher suspirou ao contar e o mesmo aconteceu com Sandy, ela estava admirada de que realmente seria herdeira desse homem de grande poder. Se sentia empolgada, e a cada fala, se imaginava sendo como o homem, sendo grandiosa e ficando marcada na história para sempre.

Pensava se esse talvez pudesse ser seu legado.

- Muitos dizem que, graças a rivalidade entre a Grifinória e a Sonserina, Godric e Salazar também fossem grandes inimigos. Mas na verdade não. Quando os dois estavam na juventude eles eram amigos. Mas acabaram brigando seriamente por meio de um duelo, juntamente com uma guerra civil que ocorreu entre as casas. O motivo da briga era que Salazar queria que apenas os nascidos de sangue-puro pudessem estudar na escola, achava que eram os únicos dignos, o que era totalmente diferente do pensamento de Godric. Então, Salazar decidiu deixar a escola, e para trás, deixou uma câmara conhecida como a Câmara Secreta.

- Ele era extremamente vaidoso, e ainda mais, orgulhoso. E não é atoa que na Câmara Secreta há uma estátua de grande porte com seu rosto. - A fantasma continuou, Sandy conseguia ver pequenas lágrimas caindo dos olhos da mulher, e percebeu a grande admiração que ela tinha pelo seu ancestral. - O que poucos sabem é, que pouco antes de Salazar morrer, ele foi até Hogwarts e se desculpou com os outros fundadores, aliás, eles o acolheram e o tornaram grande, o que ele também ajudou a acontecer com os outros três, então não queria que se sentisse arrependido ou culpado após a sua morte. Ele também era loucamente apaixonado por Rowena Revenclaw, o que muitos eram, ela era uma mulher e tanto.

- Eu me lembro de um dia, que sinceramente, marcou a minha vida e olha que eu estou aqui na terra a séculos. - Suspirou emocionada. - Eu estava no dormitório quando do nada uma coruja entra pela janela, era de madrugada, e duas cartas caíram ali. Uma para mim e outra para minha antiga melhor amiga, Debby era o nome dela, e nós duas éramos muito próximas de Salazar. Então ele escreveu um bilhete para seus alunos mais próximos, que não eram muitos. Salazar estava prestes a morrer, na verdade, morreu na mesma madrugada. Provavelmente minutos depois de mandar o recado. E lá estava escrito...

A fantasma flutuou até uma mesinha que ficava do lado da porta, e então apontou para um pergaminho muito, muito velho, dizendo:

- Pegue, foi enviado a você.

Sandy se levantou e pegou o pedaço de pergaminho, ali estava caligrafado por uma letra caprichada e bela, era a letra do próprio, Salazar Slytherin.

Então estava escrito:

"Acredito que meu dia chegou. Sei que não errei em criar a minha casa, a minha querida Sonserina, mas eu não acho que minha única e rara astúcia tenha que acabar aqui também.

Sei que alguém em um futuro próximo ou muito distante também clama por poder, também quer ser grandioso.

Herdeiro ou Herdeira, se um dia estiver lendo isso, eu peço que não se deixe levar pela ganância e gula. Porque no fim das contas os que realmente merecem a grandiosidade são os que menos esperam, são os inferiores a visão dos comuns.

Não ache que os seus verdadeiros aliados são os que sempre concordam com você. Observe as pessoas, não se sinta amado apenas por ter recebido um sorriso carismático. Se sinta amado por ter levado uma boa surra e lição de moral, e assim, tenha certeza de quem realmente está do seu lado.

O poder não é apenas o que é bom.
O poder é mal, e muito guloso.

A qualquer momento ele pode te devorar e apenas deixar a sobra.

Sim, claro, seja poderoso. Mas não ache que o poder virá até você. Há um caminho imenso e quase infinito para que cheguemos até o nosso objetivo.

Por fim, eu peço que o meu herdeiro que estiver lendo essa carta cumpra a missão que eu não terminei.

Eu fracassei. A Sonserina ficou marcada como a casa dos vilões, dos monstros e mal falados, e isso tudo graças a mim. E o sangue dos Slytherin's foi desperdiçado graças a minha imensa gula.

Então faça da Sonserina a casa dos astutos, determinados e inteligentes, como o que eu sempre quis mas não conquistei.

E apenas quero que se lembre que, no fim das contas, sempre vamos morrer.

Com confiança, Salazar Slytherin."

Sandy lera a carta com o coração martelando, e após ler, ficou ainda mais forte.

Ela tinha o dever de fazer com que sua casa seja grandiosa, e que as pessoas não temam fazer parte dela.

E isso não a deixou sobrecarregada, e sim, ainda mais inspirada a chegar a grandeza... mas sem querer trazer-la a força para si.

- Obrigada, muito obrigada mesmo! - Sorriu emocionada para a Viúva.

Se despediram, Sandy levou o papel para seu dormitório e o guardou entre sete chaves.

Mas, durante o caminho, passou por um corredor lotado de janelas, dando visão aos campos e morros de Hogwarts. Mas algo a assustou bastante, ao olhar para fora, em um dos morros mais altos perto da floresta proibida, no reflexo da lua como uma sombra estava um lobo negro enorme, uivando para algo... ou alguém.

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