Ruptura

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A princípio, Taehyung supôs que estava sem saída. Apontando a arma com firmeza para Yoongi, sabia que não teria muito tempo até que o outro sujeito armado atirasse em Hoseok, e terminasse tudo de uma vez por todas. Contudo, o treinamento naquela facção não era apenas físico, mas também psicológico, emocional e mental, de modo geral. No tempo que ali permaneceu, aprendeu não só a atirar, bater e se defender, como também a pensar rápido em situações de perigo, bem como a ser forte em hipóteses dos mais diversos tipos de torturas.

Foi assim que Taehyung soube, tão logo colocou sua mente no lugar, o que deveria fazer.

Sem dizer coisa alguma, Taehyung se virou para o outro atirador, apertando o gatilho em dia direção. O homem, ao notar o movimento, não hesitou em atirar na direção de Hoseok, mas com o movimento inesperado, o tiro não acertou o ponto que ele inicialmente apontava, e sim atingiu Hoseok na coxa, o fazendo gritar e cair no chão com o ataque.

O rapaz sabia que não poderia evitar que seu amado recebesse um tiro, porém, poderia tentar, ao menos, fazer com que a investida não fosse fatal. Foi um risco pouco calculado, e quando a ameaça se concretizou, Taehyung precisou se segurar para não sair do plano rapidamente traçado e olhar para trás, a fim de checar se Hoseok tinha sido atingido de forma mortal ou não. Em vez disso, correu na direção do atirador e, com bastante perícia, conseguiu desarma-lo, empunhando o revólver com a mão livre.

Ainda agachado no chão, apontou as duas armas na direção de Yoongi, que olhava a tudo com um estranho ar de apatia.

— Eu não esperava que em tão pouco tempo você fosse ficar tão bom assim. Bem que me disseram que você era um jovem prodígio, Taehyung.

O som da voz de Yoongi era tranquilo demais para alguém que estava sob a mira de revólveres, e isso deixava Taehyung em alerta, na espera de que algum plano maior tivesse sido feito para algo assim. Queria conseguir pensar melhor, mas a visão periférica abarcava a imagem de Hoseok no chão, sangrando, e seus gemidos começavam a lhe atrapalhar.

— Eu não quero machucar você. — Disse sem grande entonação, sem saber ao certo para onde estava levando a situação.

— De onde estou, parece que quer. — Yoongi continuava impassível.

— Nós só precisamos ir embora.

— Isso não vai acontecer. Não da forma que você pretende, pelo menos.

— Então eu não tenho escolha.

Mal a frase saiu dos lábios de Taehyung, um tiro estalou no recinto, acertando o ombro de Yoongi. O ferimento o fez balançar para trás, segurando o ombro, mas sem expressar sequer um murmúrio.

— Você pode me matar, se quiser, mas não vai sair daqui ainda assim.

Taehyung não duvidava disso, mas não deixaria de tentar. Por isso, acabou atirando novamente em Yoongi, acertando mais abaixo do braço, o fazendo, finalmente, cair. Com Yoongi no chão, o rapaz foi até Hoseok, avaliando, num primeiro plano, o estrago que a bala tinha feito para, então, o livrar das amarras que o prendiam.

— Merda, Taehyung... — Hoseok se esforçou para sentar, tocando a própria coxa, de onde vinha vertendo uma boa quantidade de sangue. —Que loucura é essa?

— Não temos tempo, hyung... — Tirou a camisa que usava, a usando para estancar o sangramento e prender a área. — Confie em mim só mais essa vez, por favor.

Hoseok fez um sinal de negativo com a cabeça, junto a uma careta de dor devido ao que Taehyung vinha fazendo. Com um esforço que nem sabia ser capaz, e também com a ajuda do namorado, o jovem professor conseguiu se botar de pé, prendendo o choro e tentando fingir que a dor não o estava paralisando.

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