Trip

2.7K 256 130
                                    



– Esposa? – Catra indagou assim que colocaram os pés no apartamento e Adora bateu a porta atrás de si.

– Huh? Ér... e-eu, bem, eu... – coçou a nuca sem graça, com as bochechas corando. Catra cruzou os braços e arqueou a sobrancelha, mas adorando o jeito desajeitado da outra – É que foi o jeito mais fácil de conseguir ter acesso a você sabe, se fosse a-alguém... alguém da família. – engoliu seco torcendo para que aquilo não estragasse nada com a gata.

Catra se manteve inexpressiva, querendo rir do jeito bobo da outra, mas no fundo querendo saber mais sobre o que aquele "família" significava. Seu coração ainda estava a mil, tudo foi tão rápido e intenso, nunca temeu tanto quando percebeu que havia algo errado consigo. Não queria fazer mal àquele bebê, e pensar que algo de ruim poderia acontecer com ele a deixou pior ainda. Descruzou os braços e deu as costas para Adora.

– Tanto faz, preciso de um banho, tenho que ir trabalhar – deu de ombros.

– O quê? Não, espera, Catra... – Adora a seguiu até o quarto – Catra você precisa de repouso.

– Eu estou bem! – afirmou arrumando as coisas para o banho.

– Catra... – Adora tentou protestar enquanto a gata ia de um lado para o outro no quarto.

– Entrapta precisa de mim na empresa – respondeu tirando a camiseta e jogando na cama.

– Pela deusa! Você quase teve um ataque cardíaco, Catra! – bradou, um pouco nervosa, recuando ao ver a arqueada de sobrancelha da outra.

– Estamos com uma equipe de novos arqueólogos em campo e eu preciso monitorar...

– Por favor! – de repente a voz quebrada a fez parar de falar. Adora se aproximou e sentou na cama à sua frente, pegando em sua mão gentilmente, fazendo seu coração errar mais uma batida aquele dia, a imensidão azul lhe encarou com tanta preocupação e carinho ao mesmo tempo – Por favor Catra, não me faça me sentir mais culpada ainda – viu os olhos azuis marejarem, enquanto o polegar acariciava lentamente o dorso de sua mão.

– Adora...

– A culpa foi minha – a cortou antes que pudesse falar qualquer coisa – Eu que fiz você se sentir mal, eu que te acusei sem te deixar explicar nada, a culpa foi minha você ter parado no hospital – confessou, deixando as lágrimas caírem, junto com o seu remorso.

– Não foi sua culpa Adora – tentou acalmá-la – A Horda e toda essa merda que vem junto, não é sua culpa, não é culpa de ninguém – limpou as lágrimas da outra.

– Mas eu te engatilhei – soluçou – Me desculpa, Catra, eu não sabia, mas ainda sim foi minha culpa. Eu coloquei você e nosso filho em risco, eu não me perdoaria se algo acontecesse com vocês.

– Filha! – corrigiu, vendo a outra parar de soluçar, Sorriu para a loira tentando afastar aquela culpa que ao seu ver era sem sentido, pois essas coisas acontecem e poderia ter acontecido a qualquer momento.

Parou subitamente e ficou alguns segundos a encarando até finalmente sorrir encantada ao lembrar que agora sabia o sexo de seu bebê. Uma menina, uma menininha de cauda inquieta e olhos azuis como o seus, doce e arteira ao mesmo tempo, tal qual como Catra, se fechasse os olhos poderia imaginar seu rostinho e orelhinhas, a amaria tanto, a ponto de sua vida depender disso. Olhou para Catra novamente, e como desejava tê-la ao seu lado nos momentos mais importantes de sua bebê. Era fácil imaginar uma vida ao lado dela, Catra era apavoramente encantadora, e sua filha também seria. Sorriu de canto puxando a gata mais para perto, sua barriga aparente, na altura de seu rosto, acariciou as laterais ternamente.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Where stories live. Discover now