Francesca é uma jovem italiana que trabalha para a equipa de Formula 1, Scuderia Ferrari. É alguém dedicada ao trabalho e que adora o que faz, visto que é uma grande fã do desporto.
Percorre o mundo com a sua equipa e com os pilotos que são conhecid...
Finalmente o meu esperado dia de folga! Hoje o dia era dedicado a mim e apenas a mim, eu dormi até às dez da manhã, fiz um pequeno-almoço demorado e vou almoçar ao meu restaurante preferido. Saí de casa e caminhei até ao estabelecimento, visto que o mesmo não é muito longe de minha casa, aproveitei para apreciar o belo dia de sol que estava hoje em Maranello e enquanto caminhava reparava nas pessoas à minha volta. Observei um casal que passeava pelo parque de mãos dadas e imaginei-me naquela situação, imaginei-me numa relação apaixonada, porém, quando imaginei a minha cara metade, ela era o piloto espanhol da Ferrari e quando fechei os olhos e sacudi a cabeça para afastar esses pensamentos foi Daniel Ricciardo que ocupou o seu lugar. Assustada com a minha própria mente respirei fundo e esvaziei os meus pensamentos, queria ter um almoço em paz e relaxado onde não estão presentes os dois homens que me têm ocupado a mente nos últimos dias.
Quando cheguei ao restaurante, sentei-me na mesa mais próxima da grande janela com vista para a rua movimentada da cidade, fiz o meu pedido e esperei ansiosamente pelo meu belo prato de massa carbonara, era a minha preferida. Para acompanhar a minha refeição, pedi vinho tinto, como sempre, e estava a disfrutar do sabor do mesmo enquanto observava tudo à minha volta, se não tenho ninguém com quem conversar, então observo tudo ao meu redor. Os meus olhos correram todo o salão até se encontraram com os olhos castanhos que tinham acabado de entrar, engoli em seco e sorri como cumprimento.
-Estás sozinha?- perguntou assim que se aproximou de mim.
-Sim. É a minha folga, então eu aproveito para descansar e passar algum tempo comigo mesma.- respondi sincera e vi o espanhol desenhar um sorriso nos seus lábios.
-Então não me posso juntar a ti?- questionou deixando-me surpresa.
-Claro que podes.- disse um pouco apreensiva, não sabia até que ponto isto era uma boa ideia, mas se concordamos em esquecer o que tinha acontecido e continuar amigos então não havia como correr mal certo?
-Obrigada.- agradeceu enquanto se sentava na cadeira disponível à minha frente.- Não me apetecia nada almoçar sozinho hoje, mas a Charlote está cá e então não quis estar a chatear o Charles.- confessou e eu fiquei feliz por ele me ter encontrado, apesar de tudo eu ainda me preocupava com ele.
-Mas está tudo bem? Se precisares de falar, eu estou aqui e olha que tenho muito tempo porque estou de folga.- brinquei para tentar amenizar a situação.
-Pequenos problemas que todos juntos criam um grande.- tentou explicar e eu encarei-o confusa.- Esquece.- disse seguido de uma pequena gargalhada.- Só preciso mesmo da tua companhia.- confessou e mais uma vez o meu estômago começou a ficar embrulhado tamanho era o nervosismo.
-Aqui está.- interrompeu o empregado enquanto colocava o prato à minha frente e eu agradeci mentalmente por ele ter aparecido.- O senhor também vai querer almoçar?- questionou e Carlos acenou afirmativamente com a cabeça.
-Pode ser o mesmo que ela pediu.- disse o piloto ao funcionário do restaurante que apenas sorriu antes de abandonar a nossa mesa.
-Sendo assim eu espero por ti.- disse depois de dar um gole no vinho.
-Não precisas, se esperares a comida vai ficar fria.- respondeu e eu apenas sorri antes de pegar nos meus talheres e iniciar a minha refeição.- Então passas as tuas folgas sozinha Fran?- perguntou.
-O Luca e a Emily são os meus amigos mais próximos mas eles estão a trabalhar porque temos folgas em dias diferentes.- expliquei enquanto Carlos me ouvia atentamente.
-E família? Nunca soube se eras de Maranello ou não.- comentou e eu sorri, gostava quando as pessoas se interessavam pelas minhas raízes.
-Sou de Manarola, vivi lá a minha vida toda até ingressar na faculdade e, mais tarde, começar a trabalhar na Ferrari.- disse entusiasmada.
-Manarola não faz parte das famosas Cinque Terre?- questionou interessado e depois agradeceu ao empregado que lhe tinha trazido o seu prato.
-Sim, andas a estudar Carlos.- brinquei e ele gargalhou.
-Por acaso gostava de ir lá, por isso é que sei. Acho que aquilo é tão lindo, deve ter sido uma sorte crescer lá.- eu sorri com o seu comentário, estava a ter recordações da minha família, dos meus amigos e da minha vida na minha querida terra.
-Eu adoro Manarola, mas como podes imaginar eu vou poucas vezes a casa. Só consigo ir uma ou duas semanas no verão e aquele mês e alguns dias depois de a época terminar. Todos os dias sinto falta da minha família e de acordar e ir direta ao mar sempre que me apetece.- respondi nostálgica, Maranello era lindo e eu adorava viver aqui, mas Manarola era onde estava o meu coração.
-És filha única?- fez outra questão sobre mim.
-Não.- respondi com um sorriso e peguei no meu telemóvel à procura de uma fotografia da minha família.- Estes sãos os meus pais.- mostrei a fotografia apontando para os meus progenitores.- E este é o meu irmão mais velho.- apontei agora para o meu irmão Benoit.
-És muito parecida com o teu pai.- comentou analisando a fotografia, eu já estava habituada a ouvir este tipo de comentários porque toda a minha vida me disseram que eu era a fotocópia do meu pai, era verdade claro, eu e ele éramos muito parecidos fisicamente.
-Foi ele que me transmitiu o amor por fórmula 1, cresci a passar os domingos sentada no sofá com ele a ver corridas.- contei enquanto me lembrava dos meus dias em casa.- Claro que ele é um fã louco da Ferrari.- completei.
-Então quando soube que ias trabalhar na Ferrari deve ter delirado.- supôs o espanhol depois de degustar um bocado da sua massa.
-Ele ficou muito feliz mesmo. Ainda por cima o teu colega de equipa gosta de lhe mandar presentes, sempre que vou a casa e comento com ele eu acabo sempre por levar uma camisola da Ferrari assinada por ele, ou então um chapéu dele, está sempre a encher o meu pai de presentes.- respondi a sorrir.
-Tens que me dizer quando fores a casa então porque também quero que ele tenha camisolas minhas, agora também sou piloto da equipa dele.- interveio muito simpático.
-Ele já te adora Carlos, acredita.- confessei e vi um sorriso aparecer nos seus lábios.
No fim do almoço eu e o Carlos já tínhamos falado sobre tudo, ele quis conhecer um pouco de mim e eu também tive oportunidade de conhecer um pouco dele e da família dele. Despedimo-nos e eu estava genuinamente feliz por conseguirmos manter uma relação de amizade depois de tudo. Caminhava para casa, mais uma vez perdida nos meus pensamentos e em tudo o que se passava à minha volta quando ouvi o meu telemóvel tocar.
-Isto já são saudades?- perguntei assim que atendi o telemóvel ao australiano.
-E se forem?- respondeu com outra pergunta.
-Não me admirava nada Daniel Ricciardo.- disse enquanto me sentava num banco de jardim.
-Eu desisto, não consigo disfarçar e não.- disse vencido.- Eu liguei porque estava com saudades, desculpa.- completou e rapidamente apareceu um sorriso nos meus lábios.
-Não tens que pedir desculpa Danny.- respondi sincera.- Podes ligar sempre que quiseres.- continuei.
Continua (...)
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