PRÓLOGO

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Domingos são sempre meio chatos e tediosos, né? Por isso eu decidi lançar o primeiro pedacinho dessa história hoje. O suspense sobre a data foi só pra deixar vocês levemente ansiosas, mas não fiquem bravas por isso, ok?

Não vou me prolongar, mas peço que recebam Match Point de olhos atentos e corações abertos, prometo que vai ser divertido, intenso, caótico, dramático, mas sempre escrito com todo meu amor. Nos vemos lá embaixo, boa leitura!

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NARRADORA

A vida constantemente nos coloca diante de momentos decisivos, mas são nossas ações ou a ausência delas que determinam como e o quanto seremos impactados.

O casamento estava fadado ao fracasso, talvez a mais tempo do que Gizelly gostaria de admitir. Não queria atribuir toda a culpa a si mesma ou a esposa, apesar de sentir-se constantemente rejeitada. As brigas frequentes eram um sinal claro de que não estavam mais em sintonia como casal e apesar de ambas terem ciência de que uma conversa definitiva era inevitável, Beatriz não se esforçava minimamente para que resolvessem a situação de uma vez por todas.

A advogada tinha receio de que aquele conflito afetasse diretamente a pequena Lara, que apesar da pouca idade, era esperta o suficiente para sentir que algo entre as mães não andava bem. Os questionamentos frequentes eram sempre contornados pacientemente por Gizelly, que se esforçava para poupar a filha de qualquer sofrimento.

O fim era irremediável e ela sabia que uma vez que decidisse pelo divórcio, não teria volta. O que a preocupava de verdade era saber que de alguma forma aquele rompimento pudesse ser capaz de fazer o sorriso que lhe recarregava todas as manhãs desaparecer.

Gizelly poderia aceitar que a futura ex-esposa fosse indiferente aos seus sentimentos e desejos, mas jamais permitiria que Beatriz agisse dessa forma com sua filha. Ela precisava ser a mãe que Lara merecia.

Ainda encarando a imagem da pequena na tela do celular, teve sua atenção desviada ao ouvir a voz fina e algumas batidas na porta. Respirou fundo e se apressou em enxugar as lágrimas que insistiam em transbordar os olhos castanhos. De forma alguma queria que a filha a visse tão fragilizada.

— Pode entrar, meu amor. – Encostou-se na cabeceira da cama e esperou que a filha se aproximasse. – Tá tudo bem, filha? Aconteceu algo?

— Eu tô bem, mamãe. – Sentou-se no colo de Gizelly e foi prontamente envolvida em um abraço carinhoso. – E sei que você tava chorando, os seus olhos estão vermelhinhos.

— Tá tudo bem, filha, não se preocupa. – Apertou um pouco mais a filha contra seu peito e segurou as lágrimas que ameaçavam transbordar. – A mamãe só tá muito cansada do trabalho.

— Tive uma ideia brilhante. – Se afastou rapidamente do colo da mãe e se colocou de pé sobre o colchão. Levou uma mão à cintura e encarou Gizelly com um sorrisinho. – Eu vou te contar uma história bem legal e depois te abraçar até você dormir, amanhã vai se sentir bem melhor, eu prometo.

— Essa é mesmo uma ótima ideia, filha. – Sorriu cheia de orgulho e trouxe Lara para perto outra vez, segurou as duas mãozinhas e encarou os olhos castanhos. – Eu te amo mais que tudo, ok? Pra sempre. – Deixou um beijo na pontinha do nariz e a viu assentir sorrindo. – Agora a mamãe vai vestir um pijama e você pode ir até o seu quarto buscar o livro, o que acha?

— Essa é mesmo uma ótima ideia, mamãe. – Saiu apressada em direção a porta, mas antes de sair virou-se para Gizelly. – Não esquece de escovar os dentes, viu?

A forma com que Lara transformava facilmente o seu humor era mesmo surpreendente e naquele momento não seria de outra forma, a advogada sequer se lembrava daquela angústia que estava sentindo antes da filha chegar ao seu quarto.

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