Capítulo 4 - Duplo K

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Mesmo após aquela tarde agradável, Alex não se sentia totalmente convencida. O que a fez sentir até uma ponta de culpa, pois Vik foi extremamente atenciosa e simpática com todos. Era muito inteligente e divertida, conhecia sobre motos como ninguém (o que rendeu vários minutos de conversa animada com Alex).

Mais tarde, conversando com Kara, expôs o que ainda pensava e ainda a afligia de certa forma.

— Kara, ela parece sim ser uma pessoa do bem, e não me deu nada para desconfiar das intenções dela. Mas a gente não a conhece. E se ela estiver ganhando nossa confiança para fazer algo depois? Eu não posso passar de novo por nenhuma situação em que eu possa te perder, Kara! Você não entende isso?

Kara abraçou a irmã. Entendeu o receio de Alex afinal. A insegurança de quem já havia quase perdido alguém que ama, repetidas vezes. Reign, Lex, Red Daughter, zona fantasma... tantas vezes em que Alex teve que lidar com a possibilidade da morte da irmã.

— O que eu posso fazer para acalmar seu coração, Alex?

— Não sei... precisamos saber sobre ela, conhecer os poderes e fraquezas. E se... e se a gente fizesse os testes com ela que nem fizemos com você no início? Poderíamos ver se ela tem sua fraqueza ou se ela é como Reign... poderíamos ver a estrutura dela para nos manter seguros, se acontecer algo...

— Alex, tem certeza? Você vai usar kriptonita nela?

— Só se for preciso... e eu espero, sinceramente, que não precise. A gente precisa saber com quem estamos lidando, Kara. Convenhamos que é bastante estranho tudo isso. Ela disse que saiu de Krypton com 5 anos, o que a faz mais velha que o Clark. No entanto, ela parece mais nova que você! E você ficou 24 anos parada no tempo, na zona fantasma. Tem alguma coisa que não se encaixa nessa história, Kara. Você não achou isso estranho?

— Não havia parado para pensar nisso...

— Então! A gente precisa saber com quem estamos lidando... precisamos desses dados dela. Por bem ou por mal.

— Não, Alex! Vocês não vão capturar a Vik como se ela fosse um bandido ou uma ameaça real, seja razoável!

— Pois então converse com ela, da forma que você achar que deve. Mas eu preciso fazer esses testes para me sentir segura. Para saber que ela não é uma ameaça... e que você vai ficar segura também.

Kara suspirou. Concordou em conversar com Vik para tentar convencê-la a ir ao DEO afinal. Mas era tão constrangedor pedir isso a ela... Será que ela entenderia os motivos de Alex?

(...)

Kara chegou ao DEO acompanhada de Vik. Alex agradeceu que ela tenha vindo e pediu desculpas por este constrangimento. Informou a Vik que, por segurança, ela gostaria de colocar um bracelete com radiação de kriptonita em seu pulso, apenas para que pudessem fazer os testes garantindo a segurança dela e da equipe.

— Ah não, Alex! Que absurdo! Ela já veio por livre e espontânea vontade, para que você precisa submetê-la a este constrangimento e desconforto? — Kara se interpôs entre as duas, impedindo que Alex colocasse o bracelete em Vik.

Vik colocou a mão no ombro de Kara.

— Está tudo bem, Kara. Não tem problema. Posso usar o bracelete, se isso deixa Alex mais segura. Entendo o lado dela... ela não me conhece. E depois de tudo o que vocês já passaram, não tiro a razão dela.

Vik estendeu o braço para Alex, que ficou paralisada por um momento. Não achou que Vik entenderia o motivo daquele equipamento e, com aquele ato, Vik já começou a ganhar a confiança de Alex. Alguém com má intenção jamais se submeteria àquele bracelete sabeendo que ali estava a fraqueza dos kriptonianos. Hesitou em colocar o bracelete, mas ouviu Vik dizer tranquilamente, sorrindo para ela:

Você e Ninguém MaisWhere stories live. Discover now