Capítulo 28

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Suspirei ao perceber
que minhas poesias frearam junto com minha vida,
é ainda minha? Não me sinto mais no controle de nada
Pra falar a verdade, nunca me senti.

No banco do passageiro estava indo,
vislumbrando lembranças passando pela janela,
sem nenhuma pretensão de retomar a alguma delas.
O que mais desejo é formatar meu cérebro, meu passado
para que não me ocorra mais nenhum destes pensamentos intrusivos.

Como consegui acabar com tudo?
é uma completa angústia me sentir culpado.
De sonhos vindouros me restou apenas o duradouro vazio,
sem nada, mas carregado de tristezas passadas.
Quando viverei algo digno de ser escrito num papel?
Quando me darei uma chance de viver?

Sem tentativas, mas com uma certeza
nem que seja somente por um efêmero momento,
sentir aquilo que sempre almejei,
mas que nunca passou de delírios.

Estar preso nesta dolorosa existência não me trará benefício algum,
sem saída, sem liberdade,
sem controle.
Conseguir a proeza de sobreviver mais alguns instantes me parece cansativo demais,
o que fazer quando me culpo em ficar, mas me sentirei culpado em partir?

Em um estado de quase morte,
precedendo o que não me deveria ser um atrativo.
Quero acabar com o pouco que resta,
não é suficiente para uma nova tentativa.

Ir embora,
sem pensar que é errado.
Por que é tão errado?

~ que saudades de postar aqui, espero que gostem (deixa o voto pra ajudaaar❤️)

Textos de JúpiterWhere stories live. Discover now