Quarto capítulo: Besta.

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Ficamos em silêncio a viagem inteira, e pela demora, arrisco dizer que estamos do outro lado da cidade, local afastado e depois de alguns trechos de mata. Descemos em um galpão que dá impressão de ter sido abandonado ao olhar de fora. Otávio desce do carro e vem até mim.
—Te trouxe aqui porque tenho uma proposta para te fazer.—Ele fala, seriamente. —O que tem atrás desse portões pode te levar aos céus e ao inferno, tudo depende da tua resposta.
—Qual é a tua proposta? —Pergunto, curiosa.
—Se queres Aventura e adrenalina, posso te arrumar os melhores clientes desse mundo. Mas a maioria deles não se satisfaz só com sexo, e é aí que eu entro. Isabela, eu sou dono do maior cartel de drogas do Brasil, preciso de parcerias, e se você quer adrenalina e ficar milionária, é teu momento. Ou podes ir embora do Rio de Janeiro depois de assinar um termo de confidencialidade o qual a quebra vale a sua vida.
Penso por alguns minutos no que estou prestes a me meter. Mas sinceramente, se eu saí de casa em busca de adrenalina, é exatamente o que acabei de encontrar.
—Eu aceito.
Otávio tira o terno e pega um molho de chaves, indo até o galpão. Ao abrir, fico imóvel. Por fora, um galpão velho. Por dentro, uma sala climatizada com estufas? Armários numerados, sala de reunião e uma sala de jogos com uma televisão que vai de extremidade à extremidade.
—Esse, Isabela, é o meu império. Nessas estufas são cultivadas todo tipo de maconha que tu imaginares. Nesses armários há drogas importadas de todas as partes do mundo em quantidades elevadas. Naquela sala ali, recebo donos de cartéis no mundo todo, investidores e políticos que financiam o mercado por diversos motivos. E ali  é a sala de jogos, onde guardamos todo tipo de arma, tenho um arsenal de artilharia pesada ali atrás.
—E eles? —Pergunto, olhando para três homens que manipulavam as estufas.
—Funcionários.
—Eles não dão com as línguas nos dentes?
—Ficariam sem línguas. E creio que eles não queiram isso.—Otávio responde, rindo sadicamente. Enquanto anda até os fundos, abrindo a porta que dá acesso à uma plantação gigantesca de cocaína e maconha de todos os tipos.
—Puta merda! —deixo escapar, impressionada.
—Cresci vendo meu pai traficar. Vi todo tipo de arma, dinheiro de pilhas e barras de ouro puro,  aprendi a nunca ser pego.
—Como? Como se movimenta um mercado tão arriscado sem nunca ser pego?
—Pagando quem me pegaria. Incluindo os poderosos. Agradando-os e sujando-os tanto quanto eu. No mercado que eu movimento, Isabela, a confiança é uma armadilha. Não existem amigos. Todos têm chances iguais de tomar uma bala no crânio, tenho provas do envolvimento de todos no negócio, se um dia eu cair, todos caem.
—Como vai funcionar isso comigo? —Pergunto à Otávio, que pega uma folha de coca e mastiga.
—Vamos para a sala de jogos, te mostro as armas e explico tudo.
Ao entrarmos, ele abriu um armário embutido repleto de armas que ia de bestas à fuzis.
—Eu nunca tinha visto uma besta de perto. É tão bonita. —Falo, admirando a arma.
—Quer atirar com ela?
—Não faço ideia de como fazer isso.
—Eu te ensino. —Ele diz, tirando a besta do armário e indo até a parede de alvos, repleta de marcas de tiro de todos os calibres. —Vem aqui. —Ele diz, enquanto me aproximo. Ele põe a besta nas minhas mãos e se posiciona atrás de mim, apoiando minhas mãos.
—mantém teus braços firmes e olha para o teu alvo, só atira quando estiver segura. VAI. —Aperto o gatilho.
—Boa, garota. —Ele diz, pegando a besta para guarda-la, e tirando do armário uma pequena glock 9mm e sentando no sofá vermelho do quarto enquanto põe balas na arma.
—O que vai fazer? —Pergunto.
—Essa aqui é sua.
—Por qual razão eu precisaria de uma arma?
—É para sua segurança. Nunca se sabe quando pode trombar com um filho da puta.
—Entendi, mas não sei atirar.
—Você vai aprender. Mas, Isabela, agora vamos tratar de negócios. Hoje Miguelito Martinez virá ao Brasil. Ao Rio, mais especificamente, e ficará hospedado no quarto que estivemos mais cedo. Será seu primeiro peixe. Sua missão não é só dar prazer à ele, mas levar mercadoria.
—Você está falando de drogas?
—Acorde, Alice! É claro que estou. Mas não é muita coisa, Miguelito veio atrás de drogas sintéticas. Lsd e Ecstasy. O pacote dele é esse. —Otávio me entrega uma caixa, embalada muito bem, com o nome de Miguelito em cima.
—Ponha na bolsa. Ou na vagina, como preferir.
—Acho que na bolsa é menos incômodo.
—A escolha é sua. Apenas não seja pega. —Otávio fala, Frio.
—Que horas ele chegará?
—Provavelmente depois das 4 da tarde. Até lá, fique e me faça companhia.
—Você tem filhos ou esposa? Família? —Pergunto, e seu rosto fica sombrio e sério.
—Sou sozinho, Isabela.
—O Bruce wayne do Rio de Janeiro. Misterioso e sozinho, e ainda por cima tem uma batcaverna.
—Bruce wayne salva. Eu mato, trafico, e faço menininhas inocentes e curiosas como você chorarem no meu pau. —Ele fala, me pegando pela cintura e jogando em cima da mesa de bilhar, tirando as calças e me invadindo, sem dó, dando estocadas violentas e ininterruptas enquanto minha respiração se torna ofegante e meus gemidos abafados ecoam na sala, não demorando muito para me encher.
—Isso é para que você aprenda a não fazer tantas perguntas.
—Se essa é a punição, farei muito mais. —Ele sorri ao me ouvir desafiá-lo enquanto enxuga o rosto, que pinga suor devido ao esforço que fez em cima de mim.

AdrenalinaWhere stories live. Discover now