Conversa à grega

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Minha mãe vivia dizendo pra ir arrumadinha pras aulas, porque ela conheceu meu pai na faculdade. E o que fez a diferença, foi que ela não usava jeans horroroso e chinelos como as outras meninas, embora eu ache meio difícil ter meninas usando jeans e chinelos num curso de medicina.

Então eu sempre ia pra faculdade, como se existisse a possibilidade de sair depois da aula. E hoje, justamente porque eu sabia que teria de ir comer fora, resolvi me arrumar mais um pouquinho e usar minha bolsa Louis Vitton que meu pai havia me dado de presente de natal no ano passado.

Sehun tinha indicado um restaurante em Ganghan. O que não deveria ser surpresa pra mim, uma vez que os melhores restaurantes estavam lá. Mas como eu sabia que ele pagaria, afinal foi ele quem me chamou pra jantar, fui sem me preocupar.

O restaurante era grego. O que me deixa um tanto aflita, pois é uma comida que é oito ou oitenta e eu preciso estar inteira pela manhã.

Mas não falei nada.

Apenas entrei. O local era lindo. E tocava musiquinhas típicas que era uma gracinha.

Sehun se levantou da mesa pra que eu sentasse primeiro que ele.

Então pegamos o menu, e eu escolhi de entrada triangulo de queijo, depois Risone com carne e tomates e de sobremesa, Sehun indicou bolinhos fritos com mel e eu acatei. Iríamos comer a mesma coisa, com vinho de Málaga com uva moscatel. Mas vinho realmente era com ele. Eu era uma negação. Só bebia cerveja...

Então logo após o garçon encher nossas taças com vinho e sair, ele voltou seu olhar pra mim.

SH – Pois bem, Maria Clara. Consegui em um único dia, seu número de telefone e trazê-la pra jantar comigo.

CL – Por favor, faça bom uso de meu número, pois não tenho o costume de usa-lo com frequência e não tenho paciência pra passar mais de dois minutos nele. – Ele riu silencioso – E se não se importa, pode me chamar apenas de Clara por favor? Maria Clara normalmente só é usado por minha mãe, quando ela descobre algo que não deveria e vem me repreender.

SH – Apenas Clara.

CL – Clara!

SH – Eu devo admitir, que estou surpreso por ter aceito meu convite.

CL – Porque? Até onde me lembre, você nunca havia me chamado pra sair antes.

SH – Touche! – Ele deu um gole em seu copo de água – Mas a verdade é que embora seja bastante popular entre os alunos, você não costuma ser vista em festas ou em encontros.

CL – Eu namorei SooHo por dois anos. E durante esse tempo, frequentei todas as festinhas que ele ia. – Isso era muito verdade. Apesar de particularmente nenhuma ter me agradado. Pessoas com conversas rasas. E na maioria com problemas sérios pra lidar com a pressão da faculdade. – Nenhuma faz o meu estilo.

SH – Eu terminei meu colegial nos Estados Unidos. Sei bem o quão diferente nossas reuniões costumam ser. Talvez essas americanas, no estilo que fizemos na casa de Chanyeol seja mais a sua cara.

CL – Na verdade, no Brasil, nós costumamos ir à um bar, ou restaurante, curtir uma bandinha tocando musica ao vivo e bebendo até o local fechar.

Sehun me olhou incrédulo no que eu estava falando.

SH – Pode fazer isso? – A pergunta soou estranhamente empolgada.

CL – Se você é maior de idade, não tem  problema.

SH – Essa eu queria ver.

CL – O Brasil esta lá Sehun, você só precisa se deslocar.

Ele olhou pra mim divertido pela primeira vez. Parecia formatar na cabeça a possibilidade de poder beber e dançar num simples bar.

Uma Irmandade Entre NósWhere stories live. Discover now