Olha pra mim - Parte 01

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CLARA

Eu só sei que subi a tempo de ver meu irmão dar uma surra tão absurda nos outros que o negócio tinha ficado até engraçado.

O único que realmente bateu de frente com ele, não foi nem Sehun e nem o todo poderoso CEO da Sansung. Foi o Jin. E ele mesmo ficou tão abismado com o que meu irmão fez, que até o cumprimentou.

JIN – Foi bom jogar com alguém profissional depois de tanto tempo.

SG – O que você disse?

Eu ri de nervoso. Suga brincou com meu irmão. E Sehun tinha me dito à poucos dias, que embora Namjoon parecesse o líder, na verdade ele era o interlocutor. Um mensageiro dentro da irmandade, porque quem mandava agora era o SUGA. Então eu simplesmente ficava de olho em tudo que ele fazia. E ve-lo, ele e o próprio Jin que era o braço direito dele tão próximos de meu irmão me dava calafrios.

No fim, meu irmão desistiu de tudo que ofereceram, todo o dinheiro que tinham colocado na mesa e apenas pediu um estágio na matriz da Sansung como engenheiro. O Lee Kun-hee cedeu na mesma hora.

LK – Você tem uma mente perspicaz. Vai ser muito bem vindo. Vá à matriz na quarta feira e peça que lhe encaminhem pra diretoria. Se fizerem pouco de você, diga cachorro late, seu nome e mais umas letras que vou mandar pro seu celular. – A essa altura do campeonato, eles já tinham trocado números e tudo o mais. E quando digo eles, eram todos que estavam na mesa.

D.O – Vamos mudar o número dele quando voltarmos pra não correr risco dele ser rastreado pelo Jimin. – Foi o que ele me cochichou quando estávamos saindo de lá e indo pro estacionamento.

Jennie antes de ir embora, deixou uma carta cair acidentalmente no colo de Hoseok com apenas uma frase escrita:

"Parabéns, babaca!"

Só a assinatura que era num nome esquisito que eu não entendi.

Sehun pediu um carro e eu decidi voltar com ele.

Resumindo a festa, todo mundo saiu ganhando. Eu mesma ganhei um pote de merda pra digerir.

Assim que entrei no carro, a única coisa que eu consegui fazer, foi ficar olhando a janela. Como eu estava em frangalhos. Que tipo de idiota eu sou? Me senti uma bela de uma estúpida quando me peguei pensando naquilo tudo.

Eu realmente achei que quando disse a Minhye pra se aproximar de Jungkook, que eles apenas iam conversar mais próximo. Como um casalzinho daqueles de drama coreano que estão se conhecendo. Mas puta merda, como a realidade pode doer bem mais.

Eu fui mesmo muito imbecil de achar que eles só ficariam nisso. Até porque Taehyung estava lá. Mas quando subi ele parecia tranquilo, e ria de algo que via pelo celular. Vai ver ele não liga mesmo. Deve ser um desses excêntricos sei lá. Talvez a própria Minhye seja uma dessas pessoas com a cabeça bem pra frente.

Mas a imagem dos dois se beijando não saía de minha cabeça.

Eu causei aquilo. E por mais que soubesse que o plano estava correndo hiper bem diante dos comentários idiotas de Nancy, eu estava me sentindo apenas péssima.

Minhas lágrimas eram silenciosas. O choro guardado. Mal percebi quando elas começaram a cair.

Na verdade nem percebi nada dentro do carro. Apenas quando chegamos em frente à minha casa e Sehun pegou em minha mão pra me alertar foi que me dei conta de verdade que estava ali sofrendo com ele me olhando e sem falar nada esse tempo todo.

SH – Você quer que eu desça com você?

CL – Não. Tudo bem. Eu fico aqui sozinha. – Dei um beijinho na bochecha dele que eu sabia que ele gostava e desci. Quando fechei a porta do carro ele baixou o vidro.

SH – Tá liberada hoje! – Ele fez um sinal de positivo com o dedo polegar pra mim sorrindo e depois mandou o motorista seguir.

Liberada do que?

Liberada pra me sentir um lixo.

Cheguei antes de todo mundo. Abri a casa, liguei as luzes da sala pra que soubessem que eu estava ali, fui pro meu quarto e tranquei a porta pra que todo mundo soubesse que eu não queria ser incomodada.

Capotei na cama assim que me deitei. Graças a Deus.

...

Mas acordei meio enérgica.

No relógio eram ainda 2:55 da manhã. Faziam apenas 1 hora que eu tinha chegado em casa. Não acredito que estava cansada daquele jeito e só consegui dormir uma hora.

Eu ainda estava vestida.

Sacudi um pouco os cabelos e levantei rápido. Fui ao banheiro da suíte e lavei o rosto. Tirei a maquiagem e fiquei um tempo ali me olhando pelo espelho.

OK. Aos poucos as imagens da noite iam tomando minha cabeça novamente.

Eu entendi que ficar ali não era uma opção naquela noite.

Peguei um casaco pesado em meu guarda-roupa e desci. Apenas a luz da varanda estava acesa, porue sempre deixava-mos. Era um jeito de avisar a quem estava fora, que tinham pessoas ali.

Peguei minha chave da casa e saí.

Comecei a caminhar pela calçada do condomínio. Praticamente todas as casas estavam fechadas e sem luz alguma. Eu então senti o bolso de meu casaco vibrar. Quando fui ver. Tinham mais 400 mensagens. A ultima vez que eu tinha visto o celular, tinham 340 sem ler. Eu costumava fazer isso no fim do dia.

Mas então um nome sobressaiu do resto.

Jungkook tinha mando 12 mensagens.

Quando vi o nome dele revirei os olhos. O que ele queria?

Abri. Se era pra sofrer que pelo menos eu fizesse isso de uma vez só. Sofresse tudo que tinha de sofrer de uma vez.

"CLARA

PRECISO FALAR COM VOCÊ

OU EU VOU ENLOUQUECER!

VOCÊ NÃO PODE FAZER O QUE BEM ENTENDER NISSO TUDO

EU NÃO SOU UM PEÃO

E NÃO GOSTO DE SER TRATADO COMO UM

SE ESTIVER DORMINDO AGORA EU VOU AGUARDAR

QUANDO VOCÊ MENOS ESPERAR EU APAREÇO

MAS NÃO PENSE QUE ISSO VAI FICAR ASSIM

NÃO MAIS!

EU NÃO AGUENTO ISSO."

Meu coração gelou tanto que nem percebi que estava praticamente correndo. Quando olhei pra frente, estava na área comum do condomínio. O que era ótimo. Porque eu estava ficando realmente com frio. Pelo celular, hoje estava fazendo 4 graus.

Eu corri, abri a porta de madeira com a minha chave e entrei. Repois fechei e olhei ao redor. Estava cansada. Me apoiei em uma das mesas pra recuperar o fôlego.

Sentei em uma das cadeiras e apoiei a cabeça sobre a mesa.

Foi quando ouvi um barulho atrás de mim e com o susto me ergui da cadeira virando pra trás. Estava escuro, mas como todas as luzes do lado de fora estavam acesas e boa parte das paredes do local tinham vidro, dava muito bem pra ver quem estava ali além de mim.

E a imagem me fez engolir em seco. Literalmente.

Porque Jungkook apareceu com o olhar baixo e vermelho, como se estivesse acabado de secar as lágrimas e ele parecia estranhamente ameaçador.

JK – Ótimo que você resolveu aparecer!

Pela primeira vez em toda minha vida, tive medo de estar ali sozinha com ele. E pra piorar levantei o olhar rapidamente pras câmeras de segurança atrás da cabeça dele. Estavam desligadas.

Uma Irmandade Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora