Carta aberta de Dom Pedro II
Escrevo essa carta em agradecimento a minha imperatriz, melhor amiga e companheira de vida, a quem só tenho a agradecer. Cruzou os mares para se casar comigo. Encontrou o marido prometido, e promessas nunca cumpridas. Amo-a sim, com o fogo de toda minha paixão, com cumplicidade de quem nunca pode e poderá ser dono de sua própria vida.
Dom Pedro pegou a carta, colocou em um envelope e abriu sua gaveta, colocando a carta em meio de várias outras dentro de uma caixa e fechando a gaveta novamente. Saiu de sua sala rapidamente, andando pelos corredores, encontrando alguns criados que o faziam reverência, mas com a sua pressa não deu a mínima atenção. O corredor era longo, e o final dele não parecia ter fim. Teresa também andava pelos corredores com um livro em sua mão, à procura de Celestina. Teresa olhava para seu livro, admirando uma capa dourada que, com a luz que havia atrás das cortinas fechadas, fazia a capa do livro brilhar. Pedro avistou Teresa andando pelos corredores e, por livre e espontânea vontade, se aproximou dela, a puxando pelos braços.
- O que significa isso, Pedro...
Teresa foi interrompida rapidamente por um beijo, a deixando imprensada na parede. O palácio estava cheio, e os criados passavam de um lado para o outro, o que os deixava espantados por saberem que os Imperadores não estavam no melhor momento do casamento. O livro que Teresa estava segurando caiu no chão.
Isabel e Leopoldina, que também andavam pelos corredores à procura de Dom Pedro, que não estava dentro do escritório, ficaram surpresas ao verem os pais aos beijos nos corredores.
- Você está vendo, Dina? Eu disse que a felicidade nesse palácio aumentaria... Se estamos felizes agora, deveriam me agradecer...
- Não pense que eu estava bem com tudo que havia acontecido... ao contrário...
- Dina... agora terá que me ajudar com outra coisa. Digo... terá que me pagar por isso, até porque, se agora está feliz...
- Não é para ficar jogando na minha cara que você que proporcionou tudo isso! Agora diga, o que quer de mim?
No início do beijo, Teresa não correspondeu, mas logo depois acabou se entregando àquele beijo, passou-se alguns minutos, e quando o fôlego já se fazia preciso, Teresa empurrou Pedro.
- Pedro... o que pensa que está fazendo? Acha que somos dois adolescentes... não anda pensando mais no que faz? - (Teresa olhava para Pedro, se abaixou e pegou o livro que estava jogado no chão)
E saiu andando pelos corredores, entrando em um dos quartos que parecia ser de algum dos empregados.
- Pelo que vejo, você não resolveu os problemas, Bel!
- Como assim... o que aconteceu, por que a minha mãe saiu? - (Isabel ficou confusa)
Teresa Sentou-se em uma cama pequena que havia ali e começou a pensar alto demais.
Levantou-se e começou a falar sozinha.
- Dio santo... será que fui muito grosseira? - (Colocou a mão na cabeça) Claro que não! Ele me agarrou no meio de todos... mas é o meu marido...
- Mas não tinha esse direito... - (Teresa estava confusa) Será que eu deveria ir pedir desculpas? Dio santo, por que estou com dúvidas, é claro que eu deveria... agora como vou olhar para a cara de Pedro... ele deve estar chateado... Dio santo, muito chateado... é capaz até de não querer nem olhar na minha cara... Será que eu correspondi o beijo... eu acho que sim... ele vai tirar proveito disso!
- Cale-se, Teresa, você é a imperatriz desse Brasil... mas se eu correspondi o beijo, por que briguei com ele? Mas e se eu não correspondi? - (Teresa respirou fundo algumas vezes) Io Teresa Cristina vou sair desse cômodo e vou pedir desculpas... Si... si é isso que Io vou fazer, é claro que é isso que vou fazer!
Teresa estava com a mão na maçaneta quando deu meia volta.
- Mas e se ele não me perdoar? Dio santo... ele foi até mim e me deu um beijo... deve estar realmente arrependido... e eu aqui desconfiando de seu caráter... Se Pedro fizesse o que eu fiz com ele, não o perdoaria nunca! Dio santo, agora eu tenho certeza, ele não vai me perdoar.
- Parabéns, dona Teresa Cristina! - (bateu palmas) Passei de todos os limites que alguém poderia passar! É claro que ele quer o meu perdão... na verdade, agora eu que preciso ser perdoada!
- Ele realmente estava certo... pareço uma tola que não lembra dos momentos que tivemos juntos! - (Respirou mais vezes)
- Chega! Agora é a hora, Io vou até Pedro! Irei pedir desculpas!
Teresa saiu do cômodo, mesmo vendo todos os criados a olharem, ela seguiu reto, indo em direção ao escritório de Pedro. Chegando perto da sala, respirou fundo e bateu na porta. Por incrível que pareça, Pedro não a respondeu.
- Pedro, sou eu! - (falou alto)
- Entre! - (Pedro respondeu)
Teresa respirou fundo mais uma vez e adentrou o cômodo!
- O que faz aqui, majestade? - (Pedro perguntou sorrindo)
- Perché está a me chamar assim? Bene, esse não é o caso...
- E qual é o caso? O que quer conversar? - (Pedro perguntou)
- Io vim pedir desculpas! Non deveria ter falado aquilo! Você é o mio maritto e Io estou aqui para o que precisar. Como dever de uma Imperatriz, devo obedecer mio maritto! - (Teresa falou olhando para baixo)
- Teresa, não fale isso! Sabe que jamais irei forçá-la a fazer nada... Não sou esse tipo de imperador... - (Pedro respondeu ainda sentado em sua cadeira)
- Mas Io errei, não deveria ter feito aquilo! E todos viram... e Io fiquei envergonhada... Me perdoa...
- Não se preocupe, o que eu queria eu já tive, Napolitana... - (Pedro foi ligeiramente interrompido)
- O que? Dio santo, bem que Io falei, não deveria ter vindo pedir desculpas nenhuma para você! E Io aqui como una tola, achando que estava arrependido!
- Se acalme... Teresa... - (Pedro pediu sorrindo)
- Non!! como queres que Io me acalme, há? Passei minutos pensando como pediria desculpas para você, e o tempo todo estava aqui... deveria estar rindo de mim!
- Passou é? - (Pedro sorri)
- Passei? - (Teresa lembra que não deveria ter falado) Non... non passei. Você deve estar ouvindo coisas... Io disse que... fique preocupada de ter ficado chateado! Foi isso que Io disse!
- Você disse que passou minutos pensando como iria pedir o meu perdão, por eu ter demonstrado uma forma de amor e carinho por você e logo depois ter sido deixado sozinho... e ainda ter brigado comigo! - (Pedro falou sorrindo)
- Non precisa jogar na minha cara que Io o magoei... - (Teresa olha para baixo falando)
- Agora eu posso falar o porquê eu consegui o que eu queria? - (Pedro pergunta)
- Pode...
- Primeiro quero saber, dona Teresa Cristina, por que vossa Majestade correspondeu ao beijo? - (Pedro pergunta sorrindo)
- Io? Io non correspondi!
- Claro que correspondeu! E você sabe disso só não quer aceitar! E eu só precisava de uma prova para saber se ainda me amava... E o beijo foi a prova que eu já sabia! (Sorri se aproximando) Agora eu preciso escutar da sua boca!
- Teresa Cristina, você me ama? - (Pedro pergunta)
Pedro se aproximava cada vez mais, ambos já sabiam a resposta daquela pergunta. No entanto, Pedro queria ouvir aquela resposta vindo dos lábios vermelhos de sua Imperatriz.
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O amor Pedresa...
FanfictionEssa fanfic mostra um amor um pouco "proibido", por assim dizer. Claro, os imperadores tinham total liberdade para serem um casal completamente livre, mas com todas as amantes que o imperador já teve, começa a surgir uma desconfiança entre o amor de...