Capítulo 11

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Madelaine Petsch

Surfar em águas rasas é uma experiência horrível. Por mais que eu tenha usado a minha roupa de látex, ainda assim estou toda cortada. As ondas estão fracas, mas ainda consegui aproveitar um pouco. A verdade é que estou torrando nesse sol e não aguento mais levar quedas atrás de quedas.

Pego a minha prancha e saio do mar. Vou direto para os chuveiros para tirar um pouco do sal que está no meu corpo. Não tiro a roupa de látex completamente, a deixo um pouco abaixo da barriga. Após lavar os meus olhos e garantir que o meu cabelo não ficará uma palha, volto para baixo do guarda-sol e sento na areia, bem ao lado de Vanessa.

- Quer pedir alguma coisa para comer?

- Não, obrigada. Eu estou bem.- ela me responde de forma seca.

- Sua cara de bunda não engana ninguém.

- Madelaine, você já sabe o motivo de eu estar assim, por que continua com essa insistência?

- Estamos em uma praia, Vanessa. Este lugar é completamente livre de problemas e de mau humor. Por que não experimenta dar um único sorriso?

- Por que não volta a me ignorar como fazia antes? Eu me sentiria bem melhor.- quando Vanessa me encara, noto a raiva nos seus olhos. Se eu continuasse, ela poderia me bater agora mesmo.

- Eu sei que está chateada, mas não precisa descontar todo o seu estresse em mim.

- Você faz o mesmo comigo, por que não posso retribuir?

Todo esse estresse e mau humor de Vanessa está me irritando. Amo vir a praia e relaxar, prefiro ignorar todos os meus problemas e imaginar que esse é o meu último dia na terra. Faz parte do meu processo de relaxamento.

- O que quis dizer com isso?- uma das muitas coisas que aprendi com os meus pais, foi de ouvir o outro independente de tudo.

- Não fui clara o suficiente?- nego com a cabeça e espero que ela continue - Você me trata mal desde que entramos naquela kombi, mas nunca reclamei disso. Agora que estou apenas retribuindo o que faz comigo constantemente, se vê no direito de reclamar?

- Claro, não estou gostando de ser tratada assim.- ela me olha com incredibilidade, parecendo extremamente surpresa- Ainda mais agora que estou tentando ser agradável. Além do mais, se estava se sentindo mal com o meu comportamento, por que não veio até mim?

- Eu não tenho que te avisar que estou me sentindo mal com a forma como me trata, você mesma deveria se tocar quando está sendo mal educada.

Vanessa realmente está magoada, então decido não insistir nessa discussão sem fundamento. Tenho que admitir a mim mesma que fui chata com ela, mas eu tinha os meus motivos. Ela nunca foi uma pessoa muito fácil de se lidar, mas era uma ótima garota antes de se envolver com o Drew.

Como estou com muita fome, peço uma porção de batata-frita com molho rosé. Quando chega, começo a comer quase que imediatamente. Olho para o lado e vejo Vanessa com a mesma cara de antes, a mesma expressão de poucos amigos. Empurro delicadamente o pote com batatas para perto dela, que vira o rosto e me encara com confusão.

- Podemos fazer as pazes agora ou ficar discutindo pelo resto da viajem.- lhe explico, pegando uma batata e molhando no molho- Eu prefiro que resolvamos os nossos problemas agora mesmo, não acho muito produtivo gastar a nossa energia discutindo todos os dias.

- Não tem como fazermos as pazes. Independente do que falarmos aqui, você nunca vai mudar.

- Se isso for me deixar mais feliz, posso fazer um esforço a mais para mudar.

The TripWhere stories live. Discover now