Capítulo 2

14 4 0
                                    

CONVERSAS

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

CONVERSAS


— FIQUE À VONTADE. – Eu disse para Valentina assim que entramos na minha casa. Apontei enquanto lhe explicava – Pode seguir por esse corredor. No final, à direita, há dois quartos de hóspedes, escolha o que mais te apraz. Tome um banho, você precisa tirar toda essa tinta de você. Depois volte aqui. Deve ter algo preparado para comermos. Vou conferir.

— Ok, mas não tenho o que vestir.

— Vou providenciar algo, mas é provável que só chegue pela manhã.

— Vou dar um jeito. É por esse corredor?

— Sim, esse.

Fui à cozinha. As cozinheiras sempre deixavam a comida preparada. Eram informadas sempre que eu saia do clube. Então, quando eu chegava, a refeição sempre estava servida. Independente do horário.

Quando cheguei à sala de jantar, o réchaud mantinha o filé de salmão em crosta de nozes na temperatura ideal. Outro permitia que os aspargos não esfriassem. Ainda tinha duas saladeiras e uma molheira para ornamentar o jantar. As louças estavam dispostas impecavelmente.

Aproveitei a ausência de Valentina para ir trocar de roupa.

Quando cheguei à sala-de-jantar, estava me esperando. Observando as esculturas que decoravam o ambiente, enrolada apenas num curto roupão feminino. Por ser curto demais, quando se moveu para confirmar minha chegada, vi a polpa de sua bunda sendo revelada de leve. O laço frouxo do roupão tinha feito que sua abertura revelasse mais do contorno marmóreo dos seus seios do que precisava.

Desviei o olhar, disfarçadamente, para as esculturas. Repreendendo-me mentalmente por permitir que meu escrutínio imperasse por tempo demais. Por não ter desviado agilmente, como um verdadeiro amigo faria.

— Quer jantar agora? Temos filé de salmão numa cama de nozes. Aspargos e salada. Também há molho cítrico que combina perfeitamente com a suculência do peixe.

— Impressionante. Não adianta querer se gabar, dá para ver que não foi você quem fez.

— Eu não sugeri o contrário. Apesar de saber cozinhar, tenho me privado desse prazer. O mérito pelo jantar de hoje não é meu.

— Credo, não está mais aqui quem falou.

— Não fui grosseiro, lamento por meu tom ter sugerido o contrário. Acho que a tensão pelo que aconteceu no clube mais cedo ainda não foi completamente liberada.

— Sinto muito por isso, dá para ver que o clube é importante para você.

— Muito importante. Quando os clientes vão ao Triplo A, procuram por um lugar tranquilo e seguro para que possam relaxar das suas vidas diurnas. É a segunda falha de segurança que acontece apenas este ano. O clube será bastante descreditado entre os frequentadores.

DESEJO | Triplo AOnde histórias criam vida. Descubra agora