Testemunhas de Assasinato

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Quando chegamos, estranhamente ela insistiu em fazer algo, embora eu soubesse que essa criança não fosse tão ativa como parecia nos últimos dias.

— A garota tem razão. — concordou Hyu. — Logo o inverno vai começar, então é melhor aproveitar o calor.

A menina me encarou com seus grandes olhos castanhos, idênticos aos de seu pai, devo lembrar.

— Eu não tenho roupa para isso. Tudo que eu tenho são camisas brancas ou pretas, e algumas calças. Não me imagino usando essas coisas.

Pude ouvir uma risada debochada da mulher ao meu lado.

— Está com receio de mostrar o quê? Você não tem nada. — Hyu zombou, apontando para minha "traseira estreita".

— Que engraçada. — Respondi, revirando os olhos. — Vista ela para mim, Hyu. Enquanto isso, vou ver se consigo encontrar algo mais leve para vestir.

Min estava empolgada para nadar na piscina e, de acordo com Hyu, nunca havia tido a oportunidade de fazer isso, nem com os pais, nem sozinha. Entrei no meu quarto e peguei uma blusa branca larga, vestindo-a em seguida junto com um short que ia até os joelhos. A sensação de usar algo mais curto me fazia sentir um pouco exposta, e minhas pernas brancas, que raramente deixava à mostra, me deixavam um pouco envergonhada. Mas lembrar que estaríamos apenas nós em casa tornava as coisas mais fáceis.

Ao descer as escadas, Hyu me entregou boias e equipamentos de segurança. Min já estava com sua boia e outros acessórios. Fomos nós três para a área da piscina, e Hyu se sentou para nos observar enquanto eu me preparava.

— Bem, a piscina é bem funda, então vou entrar e guiar você com a boia, está bem?

Ela concordou com a cabeça. Parei à beira da piscina e fechei os olhos, me preparando psicologicamente para entrar na água. Mesmo sendo um pouco mais tarde, o tempo ainda estava quente e seco. Demorei alguns segundos e, quando estava prestes a entrar, pequenas mãos empurraram minhas pernas na direção da água, me fazendo cair. Os sons foram abafados por breves segundos até que eu me levantei novamente na superfície e ouvi Hyu gargalhar alto. Encarei a pequena Min, que ria junto com a mulher que havia causado minha queda. Era a primeira vez que eu a via sorrir assim, de verdade, sem ser de forma induzida. Achei graça da situação e sorri fraco, segurando seus bracinhos.

— Vem aqui, sua traidora! — puxei-a em minha direção na água. Imediatamente, ela prendeu a respiração e, num segundo, mergulhamos juntas.

Não demorei muito para voltar à superfície e, assim que o fiz, pude ouvir a risada da criança. Sua risada me deu mais energia para continuar brincando. Hyu acabou sendo nosso alvo e saiu dali encharcada, resmungando algumas coisas e xingando enquanto ia se trocar para ir embora. Depois que anoiteceu e percebi que a água começou a esfriar, tirei a garota da piscina. Enrolei uma toalha em volta dela e me deitei ao seu lado na espreguiçadeira. Ficamos em um silêncio confortável até que o barulho do portão automático se abrindo quebrou minha concentração. A garota ao meu lado deu um salto. Era a primeira vez, desde que comecei a trabalhar naquela casa, que ela via seu pai chegar do trabalho.

— Hwa! Meu Appa chegou! — ela colocou suas mãos sobre mim e me balançou de leve.

Fechei os olhos e fingi estar dormindo. Eu estava cansada, só queria um momento de paz para nós.

— Hwa, você está dormindo? — Fiquei calada. — Posso ir ver o Appa? — permaneci em silêncio.

A garota pareceu desistir de me incomodar, mas não de ir atrás de seu pai. Pude ouvir apenas o som de seus passos molhados correndo para longe. Suspirei, relaxando o corpo. Eu precisava tomar um banho e tirar a roupa molhada, mas parecia que meu corpo estava grudado na cadeira. Quando pensei que nada mais poderia me separar dela, ouvi passos se aproximando. Até que a voz de Jungkook me deu um leve susto, mas continuei inexpressiva.

Another LifeWhere stories live. Discover now