De Mafiosa à Babá

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Exatamente às cinco e meia da tarde, as ruas de Gangnam começavam a ficar mais movimentadas. Grupos de jovens se reuniam em praças, ouvindo músicos de rua e assistindo apresentações de dança. Enquanto isso, eu observava de dentro do Café GNG, o local onde o pai da garotinha que eu salvei pediu para nos encontrarmos. Estava vestida de forma casual, esperando apenas por uma breve conversa antes de seguir em frente, com um pouco de dinheiro no bolso para me ajudar a deixar Seul e talvez recomeçar em uma vida simples no interior.

Os olhares das atendentes começaram a me incomodar. Não tinha pedido nada, nem me lembrava de ter dinheiro suficiente para pagar por um café ali. O atraso do próprio homem que marcou o encontro já estava me deixando constrangida. Peguei meu celular para disfarçar e fingir que estava ocupada, mas uma das atendentes veio até mim segurando uma caneta e uma comanda.

— E então, já decidiu?

Sorri, escondendo minha frustração atrás dos lábios cerrados, e fixei meu olhar em seu rosto, soltando o ar devagar. Ela mantinha um sorriso amarelo e desagradável nos lábios.

— Claro.

Olhei para o cardápio na mesa e apontei para um macchiato e três tipos diferentes de sobremesa.

— Vou querer esses.

A mulher mordeu os lábios levemente, como se estivesse com medo de dizer algo, mas mesmo assim, falou.

— Desculpe-me, mas, você pode pagar por isso?

Sua pergunta repentina me deixou perplexa. Eu não podia pagar, mas ela não sabia disso. Estava apenas julgando a situação com base na minha aparência.

— Como é? — perguntei séria, encarando-a.

Ela apertou levemente a comanda com as mãos e seu sorriso desapareceu.

— Você está aqui sentada há meia hora, não pediu nada, parecia estar apenas aproveitando o ar-condicionado até dois minutos atrás. Não posso pedir que preparem isso sem saber se pode pagar.

Mal terminei de ouvi-la quando meu corpo se levantou quase automaticamente. Bati as mãos na mesa e a mulher deu um pulo para trás, surpresa, enquanto as outras atendentes olhavam em nossa direção imediatamente.

— Escuta aqui, sua...

Antes que eu pudesse terminar, um homem alto e bem vestido se aproximou, interpondo-se entre mim e a atendente.

— Está tudo bem? Pode colocar tudo na minha conta.

Encarei o homem por alguns segundos, vendo a surpresa nos olhos da mulher. Ela se curvou várias vezes para mim e se afastou rapidamente. O homem se virou um pouco de lado, e pude ver a pequena Min segurando sua mão. Presumi imediatamente que aquele era o pai da garota. Ajeitei minha postura e me sentei novamente, como uma mulher civilizada. O homem soltou a mão da menina, que se sentou na cadeira próxima à janela, enquanto ele se sentava ao seu lado.

Enquanto ele se acomodava, pude prestar atenção em sua postura. Ele usava uma roupa social, com gravata e tudo. Seu cabelo estava bem penteado, tão negro quanto a noite. Seus olhos castanhos lembravam os da menina, era inegável que ele era seu pai, já que se pareciam muito. Seus lábios tinham a cor de um morango, com uma charmosa pinta logo abaixo. Confesso que foi a primeira vez que prestei tanta atenção em um homem.

— Lee Hwa Young. — Ele disse, sem expressão, olhando para mim.

— Jeon JungKook. — Respondi, juntando minhas mãos sobre a mesa. —E esta é Jeon Min Ah.

Olhei para a menina ao seu lado. Seus olhos estavam fixos em mim, e sorri gentilmente, mas ela apenas olhou para o pai, esperando que ele dissesse ou fizesse algo.

Another LifeTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang