Capítulo 47

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CHARLES CASTRO

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CHARLES CASTRO

De volta ao Brasil, depois de trabalhar por anos com algumas pessoas importantes do meio politico, como segurança particular nos Estados Unidos, tudo que queria eram algumas semanas de férias para matar a saudade da minha família que não via a muito tempo e descansar.

Porém com uma única entrevista acabei mudando todos os meus planos.

Apesar do olhar cansado, percebi naquele exato momento que tinha encontrado o ser humano mais lindo que já existiu nesse mundo. Ao mesmo tempo que era gentil, atenciosa e doce, também era imponente, decidida e até um pouco brava. 

Carla Diaz, tinha algo de especial.

Mas, como nem tudo era perfeito, durante nossa entrevista, acabei enxergando um belo anel de noivado em sua mão direita. Confesso que, até saber de sua história e onde estava, tive um pouco de inveja do noivo moribundo.

[...]

Nas primeiras semanas de trabalho, eu mal conseguia olhá-la nos olhos de tão intimidado que ficava, pouco passávamos dos cordiais "bom dia", "boa tarde" e "boa noite".

Durante todo esse tempo eu a reparava até nos mínimos detalhes; As melhores gargalhadas que sempre eram para a filha, como caminhava na ponta dos pés como se fosse uma bailarina mesmo estando de tênis, a forma que passava os dedos pelos cabelos e depois alinhava apenas a parte de cima da mecha da frente, como se transformava de uma menininha de lenço na cabeça, para uma mulher super poderosa de terno e batom vermelho, como sempre ficava abatida após as visitas ao noivo e se apegava ainda mais a filha como se fosse alguma espécie de amuleto.

Pouquinho a pouquinho, dia após dia, durante os minutos que passávamos juntos no carro de um caminho a outro pela manhã, ou presos no trânsito quando ia chegando a noite, passei a me sentir mais a vontade na presença dela e a conversa fluía livremente. Contávamos sobre os nossos sonhos, família, trabalhos, fracassos, experiências.

Era impossível alguém não se apaixonar por ela, ao contrário de mim, que por ter a cara fechada por conta do anos de trabalho militar, as pessoas já me olhavam receosas. Catarina era um exemplo disso. Hora ou outra a pegava revirando os olhos na minha direção ou mostrando a língua.

[...]

Dois meses depois e eu continuava a nutrir sentimentos pela minha chefe. O problema é que estava cada vez mais evidente.

As vezes me pegava pensando se meu poder aquisitivo fosse melhor, eu teria coragem de chamá-la para sair e me declarar. 

— Bom dia, Charles — Disse Carla me tirando dos meus devaneios. 

— Bom dia, dona Carla — Respondi abrindo a porta do carro para ela e a filha.

 — Já lhe disse para não me chamar de "Dona Carla". Somente Carla já é o suficiente.

O Amor Não Tem FimOnde histórias criam vida. Descubra agora