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PRINCE CASPIAN

Então chegamos no tal rio, ou melhor, no agora precipício.

-Viu só?- Começou Susana; -Com o tempo, fica mais fundo devido à erosão do solo.

-Ah, para de falar.- Ordenou Pedro.

-Amor!- Eu briguei.

-Tem como descer?- Perguntou Ed.

-Tem, caindo.- Respondeu Trumpkin.

-Bem, nós não estávamos perdidos.- Pedro disse.

-Há uma passagem perto de Beruna. Que tal irmos a nado?- Sugeriu o anão.

-Eu prefiro nadar a andar.- Opinou Susana.

-Aslam?- Chamou Lúcia; -É o Aslam! É o Aslam, ali! Não estão vendo? Ele está bem... ali.

Quando Lúcia disse isso todos nós nos viramos e não vimos nada.

-Está vendo agora?- Debochou o mais baixo.

-Eu não sou louca! Ele estava ali. Ele queria que nós o seguíssemos.- Explicou Lú.

-Tenho certeza de que há vários leões nesta floresta.- Pedro disse à irmã; -Como aquele urso.

-Acho que reconheceria Aslam, se o visse.- A mais nova disse ao meu marido.

-Não vou me atirar de um penhasco atrás de alguém que não existe.- Trumpkin se defendeu.

-Não última vez que eu não acreditei na Lúcia, eu acabei fazendo papel de idiota.- Edmundo falou, e eu o abracei de lado. Soube o quão difícil foi para ele com toda a questão da feiticeira branca.

 -Por que eu não o veria?- Perguntou Pedro.

-Talvez não estivesse olhando.- Murmurou Lúcia.

-Sinto muito, Lú.- Desculpou-se Pedro, saindo. Ficaram ali apenas eu, Ed e Lu.

-Lúcia. Venha.- Eu disse abrindo os braços e abraçando-a.

[...]

Homens. Homens cortando árvores. Desmatando uma floresta inteira. Era isso que eu via. Eram como máquinas, fazendo o mesmo movimento sucessivamente, sem parar. Rostos frios, sem cor, como se a vida fosse em preto e branco. Uns cortavam, outros pegavam as madeiras para construir uma ponte. Aquilo me chateava. Pedro pareceu perceber, pois segurou minha mão.

Catapultas ao lado, como se aquilo fosse a mais normal vida que alguém pudesse ter.

-Talvez essa não tenha sido a melhor maneira de vir.- Sussurrou Susana.

[...]

-Então onde exatamente acha que viu Aslam?- Perguntou Pedro à Lúcia.

-Queria que vocês parassem de falar como adultos. Morgan é a única que não faz isso!- Exclamou Lúcia; -E eu não acho que vi. Eu vi mesmo.

-Eu sou adulto.- Ed e eu prendemos a risada com a fala do anão.

-Foi bem...- Lúcia caiu.

-Lúcia!- Eu gritei em desespero.

-aqui.- Lúcia completou.

Então descemos as pedras e Pedro me ajudou quando eu quase caia.

[...]

Logo de noite fomos todos dormir. Pedro e eu dormimos grudados, aquilo me lembrava Cair Paravel.

[...]

-Pedro! A Lúcia sumiu!- Eu sussurrei.

-O que? O que foi, Amor?- O loiro disse coçando os olhos.

-Acho que ela foi por ali.- Eu apontei.

-Ok, você fica e acorda o resto. Eu vou achá-la.

-Ok.- Concordei, era o mais sensato a se fazer.

[...]

-Pedro!- Eu chamei.

-O Grande Rei Pedro.- Disse o jovem, quem eu creio que seja o Principe Caspian.

-Creio que nos chamou.- Disse Pedro cheio de pompa.

-Sim, mas... pensei que estaria mais velho.- O Principe estava um pouco confuso, provavelmente existiam lendas.

-Se preferir. Podemos voltar em alguns anos.- Pedro se virou para mim.

-Não! Não, tudo bem. Você só... Você não é exatamente o que eu esperava.- Caspian olhou para Susana.

-Nem vocês.- Notou Edmundo.

-Um inimigo comum une até os mais antigos dos adversários.- Disse um texugo.

-Esperamos ansiosamente por seu retorno, meu senhor e minha senhora.- Um ratinho se curvou para mim e para Pedro, eu retribui; -Nossos corações e espadas estão a seu serviço.

-Puxa vida, ele é tão bonitinho.- Lúcia sussurrou para Susana, mas eu consegui ouvir e dei um risinho.

-Quem disso isso?- O rato desembainhou a espada.

-Desculpa.- Lu lamentou-se.

-Oh. Vossa Majestade, com todo respeito... creio que corajoso, cortês ou cavalheiresco seja mais adequado... para um cavalheiro de Nárnia.

-Bom, pelo menos sabemos que alguns de vocês sabem usar uma espada.- Pedro debochou, se tivesse do lado dele, certamente lhe daria um tapa.

-Sim, de fato.- Disse o nobre ratinho cavalheiro; -E eu tirei proveito disso para reunir armas para seu exército.

-Ótimo. Porque vamos precisar de cada espada que possamos ter.- Pedro se virou para Caspian.

-Então talvez queira a sua de volta.- Caspian falou entregando a espada para Pedro.

-Vamos, Amor?- Pedro me ofereceu o braço, eu nobremente aceitei.

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é o ditado, quem é vivo sempre aparece...

21.05.2022

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