Capítulo 27

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Jungkook

— Você deveria ligar para ela — sugeri ao Jimin enquanto ele perambulava pela casa, arrumando coisas para se manter ocupado. 

Ele e a irmã só conversavam sobre coisas relacionadas ao trabalho havia algum tempo, mas, aparentemente, eles tiveram uma grande discussão. 

Eu tinha certeza de que os motivos corroíam Minie por dentro, mas ele fazia o possível para não falar sobre o assunto.

— Está tudo bem. Estamos bem — garantiu Minie.

— Mentiroso.

Ele se virou para mim e levantou a sobrancelha.

— Você não tem um livro para terminar?

Sorri diante de sua impertinência.

Adorava essa faceta da personalidade dele.

Adorava tudo relacionado a ele.

— Só estou dizendo que você sente falta da sua irmã.

— Não é verdade — respondeu Minie, sua expressão demonstrando o completo oposto de suas palavras. Ele mordeu o lábio inferior. — Acha que ela está feliz? Acho que não. Não importa. Não quero falar sobre isso.

— Jim...

— Quero dizer, ele a abandonou nos piores dias da vida dela. Quem faz uma coisa dessas?! Deixa pra lá, a vida é dela. Cansei de falar sobre isso.

— Está bem.

— Quero dizer, ele é um monstro! E sequer é um monstro bonitinho! Eu odeio ele, e estou furioso com Minah por ter preferido Suwon a mim, a nós. E hoje é o primeiro aniversário da Eun-ha, e Minah nem vai estar aqui! Não acredito que... Ah, merda! — gritou ele, correndo para a cozinha. Fui atrás de Minie e vi quando ele tirou o bolo de chocolate, que estava bastante queimado, do forno. — Não, não, não. — Ele colocou o tabuleiro sobre o balcão.

— Respire — falei, parando atrás dele e pousando as mãos em seus ombros. Os olhos dele se encheram de lágrimas, e eu ri. — É só um bolo, Jimin. Está tudo bem.

— Não, não está — contestou ele, virando-se para olhar para mim. — Nós íamos fazer um mochilão pela Europa. Começamos a juntar o dinheiro quando ela ficou doente. Criamos um pote de vidro chamado “Pensamentos Negativos”, e toda vez que pensávamos algo ruim sobre o diagnóstico dela ou toda vez que o medo nos dominava, colocávamos uma moeda no pote. Depois da primeira semana, o pote já estava cheio até a tampa, e nós começamos outro. Ela queria viajar logo depois do câncer ter entrado em remissão, mas eu estava com muito medo. Tinha receio de que ela não estivesse forte o suficiente, de que estivesse muito cedo, então a mantive em casa. Não viajamos porque eu não tinha coragem suficiente de entrar num avião com ela. — Engoli em seco. — E agora nós não estamos nos falando. Ela é a minha melhor amiga.

— Ela vai voltar a ser o que era.

— Eu a convidei para vir à festa de Eun-ha. Isso foi o que começou a discussão.

— Por que isso foi um problema?

— Ela... — A voz de Minie se desvaneceu, e ele respirou fundo. — Ela acha que isso é errado, você, eu e Eun-ha. Acha que é esquisito.

— É esquisito, sim, mas não quer dizer que seja errado.

— Ela disse que você não é meu. Que não é meu para que eu te ame.

Antes que eu pudesse responder, a campainha tocou. 

Minie se afastou de mim, pondo um sorriso forçado no rosto.

Inexplicable Attraction - JikookWhere stories live. Discover now