06. Horda

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Bellamy dirigia pela rodovia rumo à Atlanta, mas não via vestígios de vida pelo percurso

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Bellamy dirigia pela rodovia rumo à Atlanta, mas não via vestígios de vida pelo percurso. Até as horas que ele estava passando dentro daquele carro, pareciam mortas.

O sol era um manto alto trazido pela tristeza, enroscando-se na imensidão de vales e campos desolados. Amortecendo a própria voz dos ramos batidos pelo vento.

A solidão tocava em Bellamy, nos recantos mais íntimos do seu ser.

Pela quinta vez, ele enviou uma transmissão pelo rádio, enquanto dirigia.

— Transmitindo no canal de emergência. Chegarei a Atlanta pela Rodovia 85. Alguém na escuta? Por favor, responda.

Após uma pausa sem resposta, Bellamy tentou de novo:

— Alô, alguém pode ouvir minha voz? Tem alguém aí? Alguém me ouve? Por favor, responda.

Ele repetiu várias vezes sem sucesso. Mas foi em vão.

Em certo ponto da viagem, Bellamy ficou sem gasolina, bem no meio da rodovia. Incapaz de encontrar um posto de gasolina por perto, ele pegou sua bolsa com armas, sua mochila e seguiu a pé.

O lugar estava completamente deserto, nem vivos, nem mortos e tampouco, mortos-vivos.

Andou o equivalente a um quilômetro até encontrar uma fazenda. Havia uma casa simples. Ele então gritou, antes de se aproximar.

— Olá! Alguém em casa? Vocês têm gasolina?

Bellamy esperou um pouco, mas não ouviu resposta alguma. Ele deixou sua bolsa de armas na escadaria da casa e foi até a porta, apenas segurando a mochila no ombro. Bateu, mas não ouviu nenhum ruído, então, se aproximou de uma das janelas. Havia cortinas impedindo que ele tivesse uma visão do interior da casa, mas uma das janelas de vidro estava com a cortina um pouco aberta e então ele pôde ver.

Lá estava, no chão, deitada, uma mulher. Ela não estava deitada, apenas, ela estava morta. Sua cabeça estava rodeada de moscas e os olhos abertos, sem vida.

Bellamy percorreu o local com os olhos e viu que ao lado do corpo da mulher, havia um homem sentado no sofá, com uma espingarda na mão. Tinha sangue por todo rosto do homem, sua cabeça estava estourada e rodeada de moscas.

Na parede uma frase escrita com tinta vermelha.

"Que Deus nos perdoe".

Ele se afastou da janela com o cenho franzido e bastante atordoado. Só então ele percebeu que estava sem ar. Precisava respirar.

Bellamy se sentou no primeiro degrau da escada e tirou a mochila dos ombros. Claro que ele já tinha visto alguns tipos de morte em sua vida. Mas o que acabara de ver, significava muita coisa.

Muitas pessoas perderam a esperança.

E se alguma das pessoas que ele amava, também tivesse perdido a esperança?

HERDEIROS DA TERRA| Bellarke [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora