guerreiros de cinzas ━ ouat x descendentes

14.ㅤㅤo velho covil 𓂃

Realidade: 024
REINOS UNIDOS DE AURADON

─ Deveria olhar por onde anda! ─ Chad ajeitou sua roupa, ele trancou o armário com força, agarrando uma caixa com suas coisas já que aquele era seu último dia na Auradon Prep.

A Fada Madrinha havia deixado os alunos ficarem em seus dormitórios algumas semanas depois da formatura, a escola estava um tumulto, com veteranos do último ano se despedindo, e jovens da Ilha se organizando nas turmas, a maioria tentando recuperar os anos perdidos no ensino precário da Dragon Hall ou da Serpent Prep.

A garota de cabelos loiros que esbarrara no filho da Cinderela paralisou de costas no corredor.

Em alguns mundos ela poderia se chamar Delahaye. Não nesse.

─ Seu pai não te ensinou as palavrinhas mágicas? ─ Chad fechou a língua quando notou um desenho estampado no casaco longo e vermelho da garota, como um brasão de família. Ela olhou por cima de seu ombro, os olhos azuis acinzentados. ─ Ah, óbvio que não.

─ Não ─ afirmou ela. ─ Mas desculpe ─ a garota sorriu com soberba. Chad teve certeza que ela apenas havia mostrado os dentes como forma de ameaça e provocação. A garota desapareceu pelo corredor, indiferente.

【 . ─ .✶. ─ . 】

─ Malzi! ─ Mal ouviu o estrondo da porta do seu quarto seguido pela voz estridente da garota. Bertha suspirou.

─ Oi, CJ.

Jane estava ao lado de Mal, ambas na beirada da cama da de cabelos roxos, elas ajeitavam algumas caixas, a loira imediatamente notou os olhos azuis elétricos arregalados de Jane na direção dela.

─ E... Jade?

─ É Jane ─ a filha da Fada Madrinha corrigiu ligeiramente, enquanto Bertha guardava suas últimas coisas numa caixa. ─ Você já sabe, se precisar de ajuda é só ligar, ou mandar um SMS. Ou um e-mail, ou uma carta, se estiver numa floresta sem sinal, você sabe, as vezes isso acontece por aqui. Se você assobiar, um passarinho...

─ Obrigada, Jane ─ Mal riu. A garota foi andando de costas até a porta, esbarrou em CJ Hook e se desculpou com um murmúrio baixo, a pirata apenas a encarou da cabeça aos pés.

─ Bonito. O seu broche ─ ela deu um peteleco em um broche de borboleta preso no vestido claro de Jane. A mesma exibiu um sorriso.

─ Ah, obrigada ─ articulou ela. A porta dessa vez se trancou com sutileza quando Jane a atravessou, acenando com a cabeça para se despedir. Bertha se entreolhou com a outra garota.

─ Qual o problema dela? ─ CJ apoiou as mãos na cintura.

─ Acho que ela tem medo de você ─ Mal fez uma voz rouca, erguendo os dedos como um monstro e fazendo a loira revirar os olhos.

─ Ela quase é minha xará, sabe. Jane. Calista Jane.

─ Acho que ela não sabe disso, todos te chamam de CJ. Por que vilões adoram abreviaturas? ─ Mal fechou uma das caixas.

─ Esqueci. Seu nome inteiro é Malévola Bertha. Aí, que mal gosto, ainda que bem que meu pai não usou a mesma tática, talvez esse seja o único favor que ele me fez. Não me dar um nome ridículo ─ CJ se jogou na cama, encarando o teto e tamborilando os dedos.

─ É até bom que você tá aqui. Fada Madrinha quer a gente no Dia da Família. Agora. Ela tá animada porque pela primeira vez vamos todos comemorar juntos a...

─ Que diabo é isso? ─ Calista interrompeu.

─ Acontece todo domingo, servia pra que os alunos que não fossem pra casa no final de semana vissem seus pais. Tem música, e morangos, e banquetes, e morangos... E morangos com chocolate. Morango com...