𝐈𝐈𝐈

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tw!! pensamentos de ódio contra si mesmo e automutilação, leia com cuidado :)

Betty, I won't make assumptionsAbout why you switched your homeroom but
I think it's 'cause of me
Betty, one time I was riding on my skateboard
When I passed your house
It's like I couldn't breathe

Betty, by Taylor Swift

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 Sirius Black pensou em Remus Lupin toda hora, todo segundo e por muito tempo depois de fazer o que fez. 

Ele se culpou todo milissegundo de seus dias e teve vontade de morrer o tempo todo. 

Fez teorias. Pensou em desculpas. Imaginou outros cenários.

Ele pensou que seu cérebro podia ter parado de funcionar na hora que contou a Snape. Ele pensou que estava fora de si, que não era ele pensando. Pensou que havia esquecido que estava lá, que aquilo era um sonho. Pensou em mil desculpas, mas a verdade que ele tinha sido apenas egoísta, vingativo, horrendo, nojento e todos os outros xingamentos que se possa imaginar. 

Ele tinha sido um dos Black's. Aquilo era algo que a família Black se orgulharia. Algo que eles planejariam. 

Sobre a conversa com Snape, Sirius se lembrava de tudo com perfeição. Ele estava irritado e  Snape havia falado algo sobre a lua cheia, que Remus ficava doente com frequência, todo mês, na lua cheia. E Sirius mergulhou no ódio, na vingança e contou. Contou que, no Salgueiro Lutador, tinha um pequeno nó perto da base da árvore, e que se ele estava tão certo de suas teorias malucas, podia ver ele mesmo. 

Naquele momento, ele achou que Snape não iria ir até lá, que ele não se daria o esforço, que ele não iria conseguir achar o nó e passar. Mas ele foi, e ele conseguiu. E aconteceu o que aconteceu. 

Snape não morreu por causa de James, porque James não era Sirius, e ele pensava. 

Mas a grande verdade daquilo tudo era que Sirius não pensou em Remus. Em vários momentos, a única coisa que a mente de Sirius enxergava era Remus Lupin, mas naquela hora a raiva o cegou e fez sua visão vermelha, e ele só pensava que queria que Severus se machucasse. 

Sirius recebeu grandes punições, obviamente, detenção o resto do ano, cem pontos perdidos e sem quadribol. Ele não ficou triste ou com raiva, ele não podia ficar. Na época, Sirius fez um silencioso juramento: ele não iria sentir raiva de Remus se não perdoasse. Ele não iria sentir raiva se fosse expulso. Ele iria aceitar toda e qualquer punição, porque ele merecia. Ele não iria se perdoar. 

Mas Sirius também estava com vergonha. 

Ele poderia ter visitado Remus na enfermaria, após o ocorrido, contar sua própria história. Mas ele estava tão culpado e tão envergonhado, então ele foi covarde, como sempre. 

E quando Remus o encontrou na biblioteca, Sirius estava chorando silenciosamente. Estava chorando por trair Remus em sua mesa favorita, e aquilo podia facilmente ser considerada outra traição e falta de respeito. Mas Sirius estava com saudade também, saudade de Remus e das várias tardes que passaram lá juntos, foi por isso que estava lá e por isso que chorou.

Chorou se lembrando de um dia gelado, estavam no inverno e vários alunos usavam cardigãs e suéteres enormes. Remus estava com seu cardigã favorito, cor de creme, velho e manchado de tinta preta nas mangas. Sirius amava aquele cardigã, amava ver Remus nele e como parecia amável, lindo e doce, como Remus realmente era no fundo. 

Sirius não pensou naquela possibilidade, mas era óbvio que Remus apareceria lá. E ele foi, parado, o encarando, vestindo aquele mesmo cardigã, e Sirius não aguentou. Saiu correndo e não olhou para trás, apenas por medo e vergonha, por culpa e falta de esperança em si mesmo. 

CARDIGAN, wolfstarWhere stories live. Discover now