𝐗𝐈

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Quando eles saíram do trem e pisaram na estação King's Cross, Remus pôde finalmente respirar. Como uma estação de trem cheia de bruxos podia ser mais tranquilizante que Hogwarts, seu suposto lar? Bem, Remus pensou, o lar deveria te lembrar apenas coisas boas, não? 

Remus não achava que iria sentir raiva de Hogwarts, um castelo obviamente não podia ser culpado pelos acontecimentos que machucavam Remus. Mas eles aconteceram lá, aquele castelo o fazia lembrar de coisas que ele não gostava de pensar. 

Ele afasta aqueles pensamentos, ele não queria ficar triste. Remus estava feliz e animado demais para aquilo, sorrindo quando desceu do trem e avistou a mãe de James lá, esperando por eles. 

Sirius desce logo atrás dele, tocando levemente no ombro de Remus para não perder-lo. Quando os quatro marotos já haviam descido do trem, Peter se despede dos amigos, dizendo que passaria na casa de James qualquer dia, e logo depois sai da vista deles em busca de sua mãe. James, Remus e Sirius se entreolham e lutam para passar por todos as crianças e pais bruxos na estação, e no meio de um monte de mãos, as de Sirius e Remus se agarram, quase como imãs.

— Mãe! — James chama, levantando a mão no ar e andando em direção a sua mãe. 

Os dois outros garotos veem a mãe e o filho se abraçarem, exalando saudade. Os olhos de Sirius brilhavam, Remus percebeu, mas não tinha certeza se eram lágrimas. Logo depois, os dois são puxados para um abraço amoroso da mulher, surpreendendo Remus. 

— Muito bem, garotos, vamos para casa agora. Se segurem em mim. — Euphemia avisa depois de se afastar do abraço, dando um leve tapinha no ombro dos dois.

Os três se seguram nela e Remus fecha os olhos com força quando sente seu corpo saindo do chão e aparatando, como se o mundo estivesse se desmontando. Quando ele sente seus pés no chão de novo, uma tontura atinge sua cabeça e ele sente seu corpo se desequilibrando para trás, caindo na calçada em frente a casa da família Potter. 

— Ai! — Ele geme, seu quadril batendo no chão. Ele ouve a risada alta de Sirius e sorri, mesmo com dor. 

— Tudo bem aí, Moony? — Sirius pergunta com um tom sarcástico, Remus levanta o olhar e vê o outro garoto inclinando o corpo a sua frente, a mão estendida. Remus a agarra, se levantando com a ajuda. 

— Oh, pobrezinho. Ainda não se acostumou, querido? — Euphemia diz, suas sobrancelhas curvadas e um pequeno sorriso nos lábios. 

Remus esfrega a mão no cabelo e pega sua mala caída no chão, envergonhado. 

— É. Acho que sim. — Ele responde, Remus nunca gostou de aparatar. 

Euphemia sorri e abre o portão de madeira que dava entrada para o jardim florido da casa acolhedora, com paredes de tijolos vermelhos e a porta e janelas de madeira clara. Os quatro vão para a pequena varanda da casa, a mulher subindo nos dois degraus e abrindo a porta, que dava em uma pequena entrada. 

James e Sirius entram depois de Euphemia e Remus segue atrás dele. 

— Fiquem a vontade, garotos, vocês já conhecem a casa. — Euphemia sorri e chama o elfo doméstico, Gully, que corre com suas pequenas perninhas para pegar as malas dos meninos e leva-las para os quartos.

Os olhos de Remus correm pelo interior da casa, o chão de madeira claro que fazia um contraste perfeito com o papel de parede florido branco e amarelo, fotos emolduradas da família que se movimentavam. Sirius observa Remus por cima do ombro, segurando a manga de sua camiseta e o puxando para a sala de estar, sorrindo brilhante. 

CARDIGAN, wolfstarWhere stories live. Discover now