Meu Grande Amor ( Romance Lésbico) Livro 3

Capitulo 46 - De volta

KRISTEN ON

Não posso dizer que foi uma noite tranquila e agradável.
Sabe quando você mal consegue olhar ou falar com s pessoa com medo dela se arrepender? Era exatamente isso que eu estava sentindo.

Me perguntava quando Berta iria acordar e ver o quão lixo de pessoa eu sou.

Minha imaturidade e inexperiência em determinados assuntos da vida me deixavam vulneráveis a errar, mesmo sabendo que eu erraria a morena estava ao meu lado.
E eu tinha a certeza absoluta de que não a merecia.

O arrependimento e remorso me atingiram em cheio ao ver ela dormindo ao meu lado na cama.
Conferi o horário e já se passavam de quarto horas da madrugada, a noite estava sendo longa em um embate entre a razão e a emoção.

Sentei na cama me preparando para ir até a varanda fumar um cigarro.

- Acordada? - escutei Berta susurrar e acariciar minhas costas, olhei pra ela e mesmo o quarto estando praticamente todo no escuro consegui ver seus olhos castanhos.

- Não queria te acordar, apenas sem sono.  - falei acariciando seu rosto e senti ela se remexer na cama.

- Está se martirizando sobre o que aconteceu não? - perguntou

- Sim, eu estou! - fui sincera - Eu não te mereço Berta eu só erro, olha tudo o que passamos, meus erros, nunca pensei em você primeiro, sempre coloquei a porra do meu ego na frente de tudo. - suspirei derrotada - Eu não quero te perder, mas meus erros me levam a isso e eu sei que um dia você vai acordar e ver o quão retardada e lixo eu sou. - desabafei sentindo um no em minha garganta

- Hei. - disse acendendo a luz do abajur - Eu te perdoei ok? E sei que se arrependeu verdadeiramente, mais uma chance, para aprender e errar. - encostou a mão em meu rosto fazendo eu encarar ela - Não posso dizer que não fiquei chateada, magoada e muito menos que te entendo completamente, mas seus olhos não mentem. - beijou minha bochecha - Só não erre mais! Não desse jeito, eu não vou perdoar novamente não o mesmo motivo. - senti ela selar meus lábios com calma e eu apenas assenti

- Só...- tentei falar mas escutei meu celular vibrar na mesinha e levantei para pega-lo ao ver o número que estava me ligando senti um calafrio percorreu meu corpo por inteiro.
Encarei a menor e vi ela me olhar, seus olhos estavam me analisando.
Ela viu que eu estava nervosa.

Atendi o celular e coloquei no viva-voz.

- Kristen. - a voz falou e eu fechei os olhos antes de responder

- Diga. - respondi secamente, aquela pessoa, aquele horário, as notícias não seriam boas.

- Alfonsinho fugiu. - falou nervoso e eu encarei Berta que continuava sem entender.

- Quando? - perguntei

- Tem um pouco mais de 24 horas. - disse e escutei um arfar na linha - Não consegui contato antes, as coisas estão complicadas aqui depois da fuga. - vi sinceridade em sua voz

- Obrigada, vai me informando. - falei e logo desliguei a ligação

Fiquei alguns minutos escorada na mesa, analisando aquelas palavras.
Como uma balança, a mesma proporção que as coisss boas acontecem as ruins parecem vir instantes depois.
E eu me perguntava quando isso iria acabar.

- O que aconteceu? - perguntou Berta chamando minha atenção - Quem é Alfonsinho?

- Apelido do...- engoli sem seco sabendo que aquele nome atingiría ela.

- Do? - me incentivou a continuar a frase 

- Dannilo. - soltei analisando sua expressão que foi de surpresa para assustada. - O cara é liso...- esbravejei me levantando e por impulso dando um soco na mesa causando um estrondo no quarto. - Filho da puta. - fechei os punhos sabendo que enquanto ele estivesse vivo sempre teríamos um alvo em nossas costas. - PUTO. - gritei socando a mess novamente