Pique-Namorinho.

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        Capítulo 5, Pique-Namorinho

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        Capítulo 5, Pique-Namorinho.
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                  Apenas as nossas risadas altas emanavam por todos os cômodos da casa. Pietro, como sempre, já era um insuportável e ficava “vigiando caixão”. Enquanto eu contava até trinta, ele me esperava falar: “Prontos ou não, lá vou eu!” e batia a mão na geladeira, que era o ponto do pique.
   
      “Pique!”, gritou, mostrando língua pra mim. Respirei fundo, pegando ar para não acertar um soco bem dado nele. Mas nem tudo estava perdido, precisávamos achar o Juliano, que com certeza, estava escondido na sala, segundo meu sexto sentido.

           Pietro e eu caminhamos rumo às cortinas, mas não havia nada lá. Procuramos atrás do fogão, do armário e até mesmo atrás das pequenas cortinas embaixo da pia. Nada. Ele era muito bom em se esconder, por isso não tinha graça nenhuma brincar com ele, nem com Pietro, que roubava em todas as brincadeiras.

          “Como ele arruma tanto lugar pra se esconder?”, perguntei, cruzando os braços e quase desistindo. Os únicos lugares que eu me escondia, eram embaixo das camas e atrás das portas. Um dia o Pietro abriu a porta do banheiro rápido e pegou bem no meu nariz. Sangrou um pouco e eu desisti de me esconder atrás de portas.

        Quando estava quase assumindo a derrota, um espirro soou vindo da janela. Caminhei lentamente até lá, até que Juliano pulou de lá. Ele estava do lado de fora da casa, embaixo da janela. Quando preparei minhas pernas para correr, para poder bater o nome dele, barulhos de cacos de vidro soaram.

          Olhamos para trás e vimos que Juliano tinha caído em cima da mesa de vidro, que ficava no centro da sala. Sangue estava em todo lado. Estávamos só nós em casa. Para quem íamos ligar?!

           Eu nunca chorei tanto igual aquele dia. Fiquei muito preocupada com o Juliano, que estava sangrando no chão. Pietro correu até a casa da sua avó, e ele foi levado para o hospital. Ficou alguns dias internado e teve um dos braços engessado. Após a saída do hospital, sua avó nos odiava mais ainda e o proibiu de nos ver. Mas ele esperava ela sair pra pular o muro e brincar com a gente.

         Olhando bem para o seu rosto, aquela carinha redondinha não existia mais. Uma mandíbula bem formada se formou em sua face, que se tornou mais “madura”. Ele ainda tinha alguns riscos bem clarinhos no seu rosto, que eram cicatrizes dos vidros.

— Você me quer como namorado de aluguel? Desculpe, Roseta, não estou à venda. — Disse, batucando seus dedos na mesa e com o caderno de Elle em mãos.

— Rosa. — O corrigi — Viram? Eu disse que ele não ia aceitar. Não sei porque insistimos com isso. Vamos, meninas. — Murmurei, me ajeitando para levantar.

Michelle e Christina pareciam decepcionadas. Por mais que Chris tivesse me mandando desistir, pareceu que ela ficou realmente esperançosa quando o viu entrar no Lima-Azeda. Elle também soltou um longo ar, com certeza pensando que tinha armado todo um plano para nada.

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