PARTE UM

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A REVELAÇÃO

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A REVELAÇÃO

Sanford, Flórida, EUA.

15 de Junho de 2001.


Clark estava voltando para casa depois de um dia bastante exaustivo na Delegacia, quando resolveu parar no Walmart para comprar algumas coisas que estavam faltando em casa. O último mês foi difícil, desde que contou sobre seu caso no passado com a mãe da jovem assassinada não conseguia pensar em outra coisa. O resultado do exame de DNA ainda não havia ficado pronto, desta forma ele achou por bem não contar nada para a sua esposa, afinal não queria preocupá-la antes da hora.

Era final de quarta-feira, e o mercado por um milagre estava vazio. Após finalizar suas compras, Clark se dirige para o seu carro que estava em um dos cantos mais afastados do estacionamento. Ele sempre costumava estacionar na mesma vaga, uma de suas muitas manias. Quando estava pegando as chaves do carro no seu bolso traseiro da calça, sentiu a presença de alguém. Ele então se virou, mas não havia ninguém nas suas costas. Então ao virar-se novamente em direção ao carro, uma mulher estava parada encostada na porta do lado do motorista do meu Buick Riviera 1998.

— Melinda, é você? 

Clark não acreditava que a mulher do seu passado estava ali, na sua frente. Os vinte anos que se passaram, não fizeram bem aquela mulher. Ela em nada lembrava aquela linda jovem por quem ele se apaixonou na juventude. As rugas marcavam seu rosto antes delicado. Os cabelos estavam descuidados e bagunçados. Suas roupas eram largas e desleixadas. Ela estava com um aspecto de suja. Então ela o encarou e com a sombra de um sorriso nos lábios, lhe respondeu:

— Quanto tempo hein Clark?! Vinte anos se passaram desde que você me largou grávida em Cordele. Você lembra? Quando arruinou minha vida e veio para a Flórida correr atrás do seu sonho de ser policial.

— Eu não... — Clark tenta se defender, mas a mulher não o deixou.

— Eu fiquei em Cordele, grávida e abandonada à própria sorte.

— Mas Melinda, você me disse que não teria o filho e que eu poderia seguir minha vida e lhe esquecer. Disse que você faria o mesmo. — Clark fala, está surpreso com o que Melinda está lhe dizendo.

— E o que você queria que eu tivesse dito John? Você ficou em choque quando lhe contei da gravidez, chegou a duvidar que era o pai. Só falava que sua vida estava arruinada, que seu sonho de ser policial na Flórida estava acabado. Eu fiz o que fiz por amor, por amor a você. Mas você ao invés de se sacrificar por mim, aceitou tudo e partiu. Partiu levando com você o meu coração. E eu fiquei sozinha. Meus pais me expulsaram de casa. Morei de favor com uma amiga até o bebe nascer. Comi o pão que o diabo amassou. Mas jurei que um dia, um dia você me pagaria por tudo. E hoje teremos o nosso acerto de contas, finalmente.

Clark tentava entender o que estava acontecendo, mas sua cabeça só pensava em pegar a arma e acabar com tudo ali mesmo, naquele estacionamento vazio do Walmart. Melinda era um fantasma, uma assombração do passado, um pesadelo do qual ele queria acordar. Um lembrete de um momento da sua vida que ele não queria lembrar.

— E o que você fez Melinda? Você teve o bebe né? E ela era a jovem que foi assassinada. Ela era minha filha não era? Quem a matou, Melinda? Quem escreveu meu nome em seu peito? Quem mais sabe da nossa história?

Nisso, chegou um carro e estacionou próximo deles. Clark recuou a mão que já estava indo em direção ao coldre da arma.

Melinda percebeu e se aproximou dele.

— Lembra Clark, quando você me deu o dinheiro para abortar e fugiu como um cachorrinho com o rabo entre as pernas, você lembra Clark?

O Inspetor Clark estava suando frio. Era verdade, ele havia ficado tão desesperado com a ideia de ter um filho que deu dinheiro para que Melinda abortasse. E ele só foi embora de lá, pois ela jurou que abortaria e que ficaria bem, que seguiria a vida.

— O que você quer, Melinda?

— Vingança.

Gritou ela e continuou:

— Sim, ela era nossa filha Clark. A filha que você nem queria. A filha que você queria que morresse antes mesmo de nascer. Se eu tivesse abortado, você seria tão assassino quanto eu.

— Melinda, fale baixo. Quem mais sabe desta história? Quem mais sabe que eu era o pai de Christie? — Clark fala se aproximando ainda mais da mulher e lhe segurando pelo braço.

— Ninguém. Nunca contei para ninguém quem era o pai dela. Guardei isso para que quando chegasse o momento certo, minha vingança fosse perfeita. Você será o culpado pela morte dela. Eu deixei isso registrado em uma carta.

— Carta? Onde? — Melinda podia achar que o pegaria, mas Clark era mais inteligente.

— Não direi.

— Melinda, minha doce e linda Melinda. Você se esqueceu de todos os nossos momentos? Como pode fazer isso comigo? Querer me incriminar pela morte da nossa filha? Se eu soubesse, eu não teria ido embora, eu achei que você não queria ser mãe tão jovem.

— Você teria ficado comigo John? — A mulher que estava visivelmente perturbada e desequilibrada questiona.

— Claro, minha linda. Mas me conta, onde está essa carta? Vamos destruí-la juntos. Esquecer tudo isso e recomeçar. Vamos fugir juntos eu sempre te amei, nunca te esqueci.

— Oh John, você não sabe o quanto sofri, o quanto eu te amo. Eu deixei a carta em uma gaveta na escrivaninha do quarto de Christie...

— Onde você está morando Mel?

Após a mulher lhe passar o endereço, Clark a abraça, ela começa então a chorar compulsivamente. E no meio do barulho de seus soluços o som de um tiro se ouviu.


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E agora, o que será que aconteceu?

Não esqueçam de deixar seu comentário!!!

Beijos da Gabi 💋


Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 20, 2022 ⏰

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