Capítulo 28

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Céus, eu sempre tentei ser uma pessoa discreta, aquela que sequer é
percebida em qualquer lugar e agora estou prestes a virar o assunto da minha turma e talvez até da universidade.

- Sr. Hiddleston, desculpe, mas preciso roubar sua aluna por um tempo.
Tenho um assunto importante para tratar com ela - é tudo o que ele diz antes de sair da sala, me obrigando a ir junto com receio de que o vexame seja ainda maior.

Vergonha é o meu segundo nome agora, contudo este não é o único
sentimento que me domina. Sebastian precisa entender de uma vez por todas que não pode nem deve tomar atitudes impensadas como esta.
Principalmente agora que estou pleiteando meu espaço na universidade.

Puxo seu braço quando nos afastamos da sala e chegamos ao meio do
corredor. Ele para a contragosto, se encostando na parede enquanto passa suas mãos pela nuca, deixando claro seu nível de estresse.

- Está louco, Sebastian? Não havia necessidade de toda aquela cena na sala de aula. Se sua atitude tiver consequências, eu nunca vou te perdoar. Eu não estou brincando na universidade, isso aqui é meu futuro.

- Não era isso que parecia, Mary. Aquele moleque estava claramente
tentando me provocar e você entrou direitinho no jogo dele. Eu não sou de ferro, droga!

Raiva é uma palavra muito suave para expressar o que estou sentindo.

- Respeito é o mínimo que eu posso exigir de você e de qualquer pessoa
que fale comigo. Não vou admitir que me trate desse jeito, muito menos a um amigo a quem estimo muito.

- Ele te quer, será que não entende? Como você acha que devo reagir
quando um homem faz declarações para minha namorada na minha cara?

- Era apenas um exemplo de Cantigas de Amor. Você tem que ver
maldade em tudo e em todos?

- E você? Precisa parecer tão inocente o tempo inteiro? Eu quero que se afaste dele.

- Vá se foder, Sebastian.

Dou passos para me distanciar. Ele segura meu braço.

- É sério, Mary. Ele é homem e quer o mesmo que eu - seu tom de voz se
torna ameno. - Por favor, me prometa que vai manter distância dele.

Rá! Nem morta vou dar esse tipo de ousadia para alguém.

- Ou? - ergo a cabeça, o desafiando.

- Ou vou ter que voltar à sua sala e me tornar aluno ouvinte com mais
frequência, mesmo que isso não esteja nos meus planos.

Não. Ele só pode estar blefando.

- Sabe como isso soa? Parece tão... perseguidor.

- Não me importo como soa. Se vão me julgar como perseguidor, que
julguem. O que importa é que cuido do que é meu e não sei lidar com a
derrota. Não vou perder você para um aspirante a professor.

- Escritor. O que ele almeja é ser escritor.

- O que seja. Não quero e não vou te perder.

- Pois bem. Eu também não quero e não vou perder um amigo. Espero que
fique claro que eu não pretendo me afastar dele.

Antes que eu perceba, Sebastian me joga contra a parede e toma meus lábios em um beijo ardente e faminto. Ele parece querer provar algum ponto, marcar território.

Me deixo levar pelo seu poder de sedução, a princípio, mas me dou conta de que eu preciso dar um basta em seu ciúme doentio. E me derreter como
manteiga em seus braços não vai ajudar em nada para que isso aconteça.

- Chega, Sebastian. Eu não estou de brincadeira. Você é meu namorado, mas não é meu dono. Assim como eu não dito quem deve ou não ser seu amigo, não permito que tome decisões em meu lugar. Sou uma mulher adulta.

UM CEO PARA CHAMAR DE MEU - SEBASTIAN STANWhere stories live. Discover now