Capítulo 31 - Sebastian 🔥

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Eu nunca fui um homem de raízes. Eu nunca ficava por muito tempo.
As mulheres entravam e saiam da minha vida com o mesmo prazer que eu sinto em tomar um copo de água. Um prazer necessário, contudo sem sabor.

Quando a palavra compromisso surgia, era chegado o momento de dizer adeus.
E a palavra sempre surgia.
Eu era um caçador. E elas eram a caça, mas perdiam a graça no momento
que a conquista era dada como certa.

Nenhuma fazia surgir em mim o desejo de permanecer. Até ela...
Por que com Elizabeth foi diferente, uma vez que com ela sim, eu assumi um compromisso? Assumi, não nego, mas há muito mais envolvido nessa história que as pessoas, precisam saber antes de me condenar.

- Então, Sebastian, vai ficar aí parado olhando para mim? Explique a essa
ragazza quem sou eu.

Eu sempre tive orgulho do meu controle e de dominar qualquer situação considerada difícil. A questão é que, a partir do momento que eu descobri a importância de Mary em minha vida, tenho perdido a noção do que é certo e do que é errado.

As únicas certezas que tenho é que a amo e não quero perdê-la. O desespero dessa possibilidade está me mantendo inerte, congelado, uma vez que preciso ser racional e encontrar um jeito de dar um basta em todo esse teatro.
Pego minha calça do chão e visto, antes de lhe responder.

- Elizabeth, o que você está fazendo aqui? Quem a deixou entrar?

- Rá! - ela solta um riso sarcástico, passando a andar pelo quarto. Eu a
cerco, impedindo-a de se aproximar de Mary. - Desde quando eu preciso de
permissão para entrar em qualquer lugar que seja seu? Tudo que você tem
futuramente será nosso. Quem trabalha para você sabe disso, então por que me
impediriam de entrar?

- Deixe de delírios. Nós já tivemos uma conversa na Itália. Nada do que
é meu se tornará seu.

- Veremos.

Seu tom é ameaçador, mas eu não tenho medo. Sei que por trás de toda essa casca há uma mulher nervosa e temerosa de ter todos os seus planos
estragados. Ela sabe que aquela em minha cama não é apenas mais uma em minha vida e esse é o principal motivo dela estar aqui.

Mary se levanta e deixa o lençol cair. Ela não se importa de sua nudez,
apenas parece apressada para sair daquele circo armado por outra mulher.

- Saia daqui, Elizabeth. Você não tinha o direito de invadir meu quarto desse jeito.

Ela me ignora com naturalidade, seus olhos fixos em minha namorada que
já começa a se vestir. Não é Mary quem precisa sair. Nunca. Eu falei tão sério
quando a pedi para vir morar comigo que me questionei várias vezes como
não tive essa ideia antes.

Parece certo ela estar aqui como se sua presença me desse de fato a sensação de lar que eu não tenho desde que meus pais foram embora e que jamais tive ao lado de uma mulher.

- Você está colocando sua noiva para fora da casa que um dia vai
pertencer a ela?

Mary para de se vestir e me olha assustada. Seu silêncio está me
incomodando porque não é típico dela. Nunca preferi tanto que me desafiasse, discutisse, xingasse que fosse. Vê-la tão sem reação me leva ao inferno e ao
mesmo tempo me enche de gana para enfrentar Elizabeth.

Ela já não faz parte da minha vida, enquanto Mary é minha própria existência.

- Você não é mais minha noiva. Achei que tinha deixado isso claro quando saí da Itália.

Elizabeth parece furiosa agora. Ela sempre foi o tipo de mulher de se fazer
de vítima e nunca aceita um não como resposta. Eu não sei onde estava com a
cabeça no dia que decidi aceitar a sugestão da minha mãe de pensar em formar uma família justo com ela.

UM CEO PARA CHAMAR DE MEU - SEBASTIAN STANWhere stories live. Discover now