Capítulo 28 🧁 Luana 🧁

1.1K 150 2
                                    

Sentindo um arrepio frio me dominar, ando a passos rápidos por trás de Cláudia, estávamos seguindo Ítalo até fora da casa, sentido a festa que acontecera lá fora no jardim.

Assim que chegamos, ouço o soar estrondoso da voz de Ítalo entoar o ambiente.

- Se afaste do meu filho! - era uma ordem. Todas as atenções se voltaram para nós.

Ao olhar para Louis, vejo o menino sorridente com um brinquedo em mãos. Era um helicóptero de controle remoto ao qual ele conduzia muito bem no ar, voando baixo. Havia também uma mulher bem a sua frente. Era Renata. Ela em muito se parecia com o menino, a única coisa diferente era os olhos. Os de Louis eram verdes, igual os do pai, os dela, eram pretos.

Parado ainda de frente para os dois, ítalo tentava se controlar, percebi isso ao olhar suas mãos que se fecharam em punho.

Renata o olho com um singelo sorriso. Ela parecia o fitar com os olhos. E isso me incomodou.

- Ítalo! Quanto tempo! - respondeu ela como se não houvesse acabado de levar uma bronca.
- Vá embora! - ordenou ítalo.
- Mas, eu acabei de chegar! - protestou ela de forma amigável. Ela parecia não se importa pelo o fato de ítalo estar a odiando. Isso era visível.
- Desapareça! - disse ele seriamente. Nesse momento, um rapaz que estava um pouco afastado de Renata se aproxima.
- Amor, é melhor irmos! - diz ele ao tocar no braço dela gentilmente. Ela olha para o rapaz e olha para ítalo, parece estar indecisa.
- Está bem! - diz ela vencida ao soltar a respiração pesada. - Até mais Louis, foi bom te rever! - diz ela gentilmente ao menino. Louis sorri. - Até breve Ítalo! - diz ela ao voltar sua atenção a ele. Italo nada diz.

E assim, ambos saem da festa deixando para trás um rastro de descontentamento.

- Ítalo, acho que já é hora de partimos o bolo! - Cláudia diz aí se aproximar do filho.
- Tem razão! - responde ítalo ainda olhando na direção que Renata saiu.

E assim, seguimos todos para a mesa do bolo. No centro estava Louis, nas extremidades estavam ítalo, Cláudia, eu e vovô Samu. E assim cantamos parabéns e cortamos o bolo, todos felizes tentando esquecer o que havia acontecido ali antes.


************


- Ele dormiu! - digo ao adentrar na sala de visitas.

Estavam sentados no sofá Cláudia e vovô Samu, em pé parecendo atordoado, ítalo parecia pensar longe.

- Ele capotou. Estava cansado. - digo ao me aproximar.
- Obrigada Lua! - diz Cláudia. Sorrio em resposta.

Todas as atenções se voltam para ítalo.

- Meu filho, calma. Tudo vai se resolver! - diz Cláudia.
- Quero saber o que ela veio fazer aqui! - responde ele.
- Talvez ela.queira se aproximar do menino! - diz vovô Samu.
- Acho difícil Samuel, ela nunca quis o menino. Se não fosse por ítalo, ela teria o abortado. - responde Cláudia. Olho surpresa.
- Eu, eu preciso descobrir. - diz ítalo ao andar para fora da sala.

E assim ele parte, sem olhar para trás.

- Lua querida, perdoe ítalo. Ele está descompensado! - diz Cláudia.
- Não se preocupe Cláudia, eu entendo... Bom, foi um dia longo e agitado, acho melhor irmos vovô, amanhã precisamos estar de pé cedo. - Eu já havia terminado o estagio e estava na reta final da faculdade. 
- Sim, tem razão. - diz vovô Samu ao se levantar.

Nos despedimos de Cláudia e seguimos para casa.

Mais tarde naquela noite, depois de um banho relaxante, me deitei sob minha cama. Com o quarto a meia luz, ergui um pouco a blusa do meu pijama e acariciando minha barriga me perdi em pensamentos.

Mesmo sendo tão pequeno, mesmo sendo ainda um feto, eu já o amava. Eu simplesmente não conseguia entender o motivo de uma mulher que havia gerado uma criança de uma forma normal não a querer. O amor materno já me dominava, o instinto de proteção já havia se aposado sob mim, e eu não conseguia entender porque algumas mulheres faziam isso. Aborto, era algo tão sério, tão pesado.

Louis....

Era um menino tão meigo, tão carinhoso, tão gentil. Como a mulher que o gerou não o quis?

Presa nesses pensamentos, ouço meu celular vibrar. Era ítalo.


- Oi! - digo ao atender.
- Lua! Me desculpe ter saído daquele jeito. - diz ítalo.
- Tudo bem! - respondo.
- Eu, eu estou apreensivo com a volta dela. Estou tentando descobrir o que ela quer... Me desculpe! - ouço sua respiração pesado.
- Não se preocupe, Louis agora é prioridade. Eu entendo.
- Obrigado Lua! - há uma pequena pausa. - Você queria me dizer algo antes de mamãe entrar na sala. O que era?
- Ah! Acho melhor falarmos sobre isso pessoalmente e com calma.
- Aconteceu algo? - pergunta ele preocupado.
- Não se preocupe, está tudo bem!  - asseguro. - Esse assunto da pra esperar um pouco!
- Tudo bem. - diz ele parecendo cansado.
- Tente descansar! Você precisa. - digo.
- Tem razão!
- Boa noite! - digo.
- Boa noite. - ele desliga.

E assim seguiu minha noite. Cheia de incertezas.

Com Açúcar E Com AmorWhere stories live. Discover now