RESTAURY

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Eu acreditava genuinamente que o que Wanda tinha feito comigo fazia parte de algum tipo de domínio mental. Mas alguma parte inexplicavelmente oculta dentro de mim me convencia do contrário.

Amanheceu novamente, em torno de nove horas da manhã quando acordei pensativa sobre isso em uma cama da enfermaria. Yelena estava debruçada com a cabeça em seus braços bem ao lado da minha cintura. Ergui meu tronco de forma lenta para não acorda-la mas tudo o que consegui foi fazer a cama ranger tão alto que tornou a tarefa impossível.

— Meu deus, nem acredito que eu dormi aqui. - Ela disse com um lado do rosto amassado ao despertar toda preguiçosa.

— Eu que estou surpresa em ver você aqui. Ficou preocupada comigo de verdade? - Questionei minha irma de consideração que revirou os olhos pra mim de imediato.

— Nao seja uma chata Natasha, esse papel fica melhor em mim. - Pontuou, sorrindo. — É claro que me preocupei. Quando a notícia chegou aos dormitórios eu vim correndo ver como você estava.

— Eu já me sinto melhor comparado a ontem Lena. -  Flash dos acontecimentos anteriores passaram em minha mente. — Você tem notícias sobre a bruxa? Sabe me dizer o que aconteceu?

— Não, eu não sei. E acho que você deveria esquecer essa bruxa um pouco não acha? - Yelena questionou por preocupação. Ela era bem protetora quando queria. Então nem tentei rebater de qualquer maneira, apenas assenti.

Ela se levantou colocando um travesseiro de uma forma onde ficasse confortável atrás da minha nuca. E eu me acomodei em uma posição melhor do que a que eu estava.

— Yelena.. - Tomei a fala depois de breves segundos.
— Você acha que nossos verdadeiros pais estão vivos por aí?

— Nossos pais? - Ela indagou me encarando —  Que conversa é essa Natasha? - A loira me olhou confusa e parecia estranhar eu tocar nesse assunto, já que nunca mencionava questões de fora da corporação com ela.

— Exatamente, os nossos pais. Será que estão vivos? - Continuei.

— Eu não faço ideia, mas acho que não deveríamos nos preocupar com isso e muito menos pensar sobre isso. - Ela apenas respondeu e parecia querer desconversar.

— Ontem quando eu estava lá na cela daquela bruxa, ela disse que eu não era tão diferente do que ela. Que eu era uma prisioneira, e minutos depois eu fui arrastada para um tipo de sonho medonho, onde uma criança muito parecida comigo sofria um acidente de carro e depois ia parar em uma sala cheia de guardas estranhos como um rato de laboratório. - Confessei para Yelena, pois sabia que aquilo que eu sabia que não sairia da minha mente nem tão cedo.

— Ela mexeu mesmo com a sua cabeça né? - Yelena me encarou com a mesma expressão de preocupada de antes. — Pelo o que eu sei, todos os guardas que tentaram entrar na cela dela sofreram coisas parecidas. Pesadelos no qual não conseguem lembrar sem se borrar de tanto medo.

— Mas não parecia ser um pesadelo, parecia bem real pra mim. É isso que eu estou tentando te dizer... - Respondi, e meu tom apesar de calmo aparentava afobação e receio.

— Natasha, ela induziu você, assim como fez com os outros. Entrou na sua cabeça e mexeu com ela. - A loira colocou a mão sobre meu rosto deixando um carinho suave no local. — É normal você se sentir assustada, mas se te serve de consolo posso pedir para o Bucky deixar você ir comigo na missão de campo hoje.

— Yelena eu sei o que eu vi. - Insisti na ideia, pois pra mim, aquilo fazia todo o sentindo.

— Você não viu, ela quis que você visse é diferente. - Ela retrucou novamente só provando mais uma vez que não acreditava em mim.  — Você tem que descansar se quiser ir comigo hoje a tarde.

VERMELHO ESCARLATE • Wandanat Where stories live. Discover now