I'm in love with Sam's Brother

Cause' I spend my weekends hanging at hes house

2010

**

Não fui ao treino mas liguei pra Sam perguntando se poderia ir até sua casa mais cedo que o costume, ele concordou mas pareceu chateado pela falta.

O jogo é amanhã às duas da tarde, não me lembro o nome do nosso adversário mas sei que o time está a frente no campeonato estadual.

Fomos liberados mais cedo hoje por não ter nenhuma atividade no período da tarde, por enquanto apenas me joguei na cama fingindo que morri. Estava perto de cair no sono quando fui chacoalhado.

- Cassie, você viu aonde Luci escondeu a caixa secreta? - Gabriel sussurrou ainda me balançando.

Aproveitei o travesseiro perto e joguei nele, me virando pra enxergá-lo.

- Não mexa nas coisas dele, sabe que ele fica nos aterrorizando depois. Por que não vai comprar seus próprios doces?

-Você não é divertido! - Revirou os olhos. -Azazel, aquele amigo emo do Luci, é sobrinho do dono de uma fábrica de doces e por isso ele tem tantos que ainda nem foram lançados.

Me sento rapidamente, então é por isso que ele esconde tanto a maldita caixa?
Balanço a cabeça seguindo Gabriel para o corredor, paramos de costas um pro outro, cada um em uma porta.

- Vou procurar no quarto do Miguel e você revira o dele, não tenho coragem de entrar naquele calabouço. - Pedi e vendo sua confusão parei com a mão na maçaneta. - Luci pode esconder aqui porque nosso irmão odeia doces.

Ele sorriu antes de sumir no breu.

Encarei a cama impecável com a colcha azul assim como as paredes, sem nada além do diploma do ensino médio em um quadro. A escrivaninha ao lado com o notebook desligado, alguns livros da faculdade de direito e dois porta retratos. Um deles apenas com ele e nossos pais e outro com nossa última foto no Natal. Vou até o armário abrindo todas as gavetas, tudo organizado por cor e tamanho. Todos sabemos do toc dele sobre suas coisas então tomei cuidado pra não ficar nada diferente do que estava. Depois de quinze minutos achei a bendita caixa, atrás de uma pilha de livros antigos dentro da última gaveta, eu não sei o peso de Lucifer mas tenho certeza que essa caixa preta pesa mais que ele, ignorei os avisos de "Toque e morra" pintados de vermelho-sangue dando de cara com o paraíso dos chocolates.

-Gabe! - Gritei sentando na cama de Miguel, mexi entre os doces tirando uma barra de 500g de um chocolate de aparência cara e pedaços de avelã. Lindt Swiss Premium.

- Vamos rápido com isso, falta pouco para aquele ritual satânico dele acabar. - Alertou com os olhos brilhantes sobre a caixa, se sentou maravilhado.

- Luci não foi a um ensaio da banda dele? - Perguntei confuso e com uma das sobrancelhas erguidas.

Gabe concordou retirando alguns chocolates sem nem mesmo selecionar.
Mostrei a minha barra com orgulho. Abrimos um pacote de gotas de chocolate Hershey's meio amargo para dividir.

- E o irmão do capitão, vocês são só amigos mesmo? - Gabe perguntou depois de um tempo de silêncio. Confirmei balançando a cabeça por estar mastigando. - Eu sei que você é gay, acho que todos nós sabemos. Até acho que esse garoto goste de você, passam todo o final de semana grudados.

Me engasguei e depois de tossir cinquenta vezes respirei fundo encarando meu irmão. Ignorei seu devaneio sobre Sam.

- Como assim? Desde quando?

- No sétimo ano vi você babando em um garoto da turma de Miguel.- Comentou simplista, e sorriu. -Lucifer apostou cinquenta pratas de que você nunca iria sair do armário, então por favor você precisa dizer em voz alta no jantar de amanhã!

-O que? Não! Não estou pronto!

- Qual é, Cassie mesmo que você não esteja pronto para o dia não poderá ser noite pra sempre. - Ofereceu o resto do pacote que dividimos fazendo sua cara de ator.

Estava prester a rebater seu súbito ar de filósofo quando um barulho no andar debaixo nos fez acordar.

- Lucifer!- Sussurrei assustado e pulamos da cama. - Fecha logo, vai vai vai!

Gabriel fechou a caixa jogando os doces que escolhemos debaixo da cama, abri a gaveta e juntos colocamos a caixa de volta no lugar. Peguei dois livros e joguei na cama deixando em páginas aleatórias.

- Senta, se prepare pra atuar. -Obedeci ouvindo os passos pesados de Lucifer já no corredor, percebendo minhas mãos trêmulas peguei um dos livros encarando Gabe que começou um choro horrível. - Minha pobre alma desolada pela morte trágica de Safira!

Eu riria, se já não tivesse visto Lucifer encostado no batente da porta.

- Não quero saber o que estão fazendo, mas desde quando vocês sabem ler? - Sorriu fechado ao ouvir o suspirar de Gabriel que se virou pra mandar o dedo a ele, já estava dando as costas pra nós e voltou rápido. - Ei Cassie, seu amigo Sally é gay.

-Que?

- Eu disse!

Dissemos eu e Gabe ao mesmo tempo.

- Você tem minha permissão pra sair com ele, o garoto tem saúde. - Soltou antes de entrar no seu covil.

- Não estamos saindo! - Gritei uma última vez. Peguei meus chocolates roubados e fui buscar minha bolsa. Passei por Gabe avisando que estaria no Sam caso papai perguntasse.