Every weekend when we hangout

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2010

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— Você não pode sair assim. — Gabe se enfiou na minha frente quando tentei sair do quarto.

— O que tem de errado? — Analisei minha camisa social branca e o jeans um pouco surrado e solto, era uma roupa normal.

— Tudo. — Lucifer quem respondeu com um dos seus chocolates caros em mãos. — Está indo pra igreja ou pra um encontro?

— Não é um encontro!

— Não importa o que é desde que você esteja bem vestido. Luci, pode emprestar um de seus jeans preto?

Lucifer deu de ombros entrando de novo em seu quarto. Era uma das únicas coisas em que ele não ligava de nos emprestar. Só tinha uma regra realmente severa pra conviver bem: "Não toquem em nada sem permissão". Gabriel sumiu no quarto de Miguel, mas logo os dois voltaram ao mesmo tempo me empurrando uma camiseta do ACDC, o jeans rasgado nos joelhos, um dos perfumes caros do nosso irmão mais velho e dez dólares.

— Rápido, já são quase sete e quarenta. — Gabe me apressou enquanto eu ainda analisava o que tinham me dado.

— Por que o dinheiro? — Sussurrei já indo largar tudo na cama. Os dois ficaram na porta me assistindo trocar de roupa desesperadamente.

— O que estão fazendo e por que diabos tem um opala preto na frente de casa? — Ouvi meu pai questionar me fazendo arregalar os olhos.

Passei o perfume tossindo quando não notei estar do lado errado e chequei rápido no espelho como estou.

Parecendo uma versão suave de Luci

Não se preocupe, Cassie. Ele não costuma partir pra cima de cara. — Confidenciou meu irmão gótico com um sorriso ladino.

Gabe riu e empurrei os dois pra descer as escadas correndo como um idiota. O relógio ainda não tinha chegado nas oito horas quando abri a porta da frente avistando o carro. Respirei fundo sem saber muito o que dizer ou fazer e apenas entrei no carro em silêncio.

—Camiseta legal. — zombou girando a chave. — Onde estão suas roupas?

Esperei o carro sair da frente de casa pra respondê-lo, olhar pra ele dirigindo é uma das coisas que eu devia guardar bem na mente.

— E quem disse que essas roupas não são minhas?

Seu olhar de canto junto ao sorriso deixavam claro que ele não acreditava.

— Então me diga, qual sua música favorita do ACDC?

Droga eu não sei o nome de nenhuma

— Aquela que faz..— Imitei um "taranuranana" e depois o "pampam", no ritmo que ouvi algumas vezes vindo do quarto de Luci.

Ele riu me deixando surpreso e envergonhado, não conseguia parar de prestar atenção em mais nada além desse som e o modo como ele dirige. Tentei não me deixar levar por muito mais tempo que o permitido, a minha consciência pesando com o sermão de Sammy se repetindo pelo resto do caminho silencioso. Dean parou o carro frente a uma lanchonete e acenou como uma confirmação antes de descer, andamos lado a lado até lá dentro onde procurei por gente da nossa escola dando de cara com Crowley e Adam que me encararam de volta com espanto.

— Não se preocupe, podemos nos sentar do outro lado. — O loiro me tranquilizou nos guiando até lá. — Nancy. — Fez sinal pra uma das garçonetes e ele realmente parecia conhecer tudo.

— Winchester, o de sempre? — A ruiva perguntou sem precisar anotar nada, meus olhos voaram para o decote indecente automaticamente.

— Em dobro e duas cervejas. — Acenou pra que ela saísse e se voltou para a mesa antes de me encarar novamente. — O que está te preocupando, Cass?

— Por que estamos aqui? — Tirei os olhos dele pra me dar mais coragem, meu coração quase saindo pela boca, como no dia que Luci quebrou a janela do vizinho e jogou a culpa em mim.

— Eu gosto dessa lanchonete e sempre trago meus encontros pra cá.

Sua voz grave foi firme frisando o necessário, me senti um pouco encurralado mas tentei deixar passar. Dean é popular, é capitão do time, todos adoram ele ou pelo menos tenho a impressão que sim mas ainda é Lawrence e nem todo mundo aceita a diversidade.

—  As pessoas sabem que você gosta de homens?

Talvez tenha sido um erro, vejo pela sua postura mais ereta e o batuque dos dedos na mesa.

— Por que acha que deviam saber? — Ele arqueou uma das sobrancelhas segurando minha mão, qual dei um pulo sem perceber. — Você se importa com as opiniões de desconhecidos em sua vida? Se sim, você é um idiota.

Retirei minha mão ofendido mesmo que um sorriso pequeno estivesse enfeitando seu rosto bonito.

— Lawrence tem 88.263 habitantes, as pessoas me conhecem por onde eu vá graças ao emprego do meu pai, muitos são preconceituosos e mais uma coisa.. Você já viu algum casal homossexual aqui?! — Descarrilhei mostrando toda a minha preocupação sem nem mencionar o quanto Sam me bateria.

— Castiel. Você definitivamente é um idiota. — Ele riu.

Segurei o palavrão na ponta da língua por Nancy ter chegado com nossos pedidos, e assim que ela deu as costas pisei no pé dele.

Eu não sou idiota

— Estou dizendo que, hipoteticamente, se fossemos um casal haveria consequências que um casal hetero não tem que passar como violência gratuita e ofensas mentirosas.

— Ninguém tocaria em um fio de cabelo seu, Cass. — Assegurou oferecendo a cerveja aberta. — Eu gostei de você, é tão ruim assim?

Engasguei tentando limpar disfarçadamente os cantos onde derramei a bebida.

— Você não gosta. Eu não acredito em uma única palavra que você diz, Lucifer disse que você é mais rodado que um prato de micro-ondas e Sammy
avisou pra ficar o mais longe possível.

— Me surpreende você ter aceitado jantar comigo então, depois de tantos avisos. — O sarcasmo disfarçado realmente faz parte da personalidade dele, eu notei.

— Isso não é um encontro.

Ele lambeu os lábios negando com a cabeça.

— É o que você quiser que seja, me conte mais sobre você e até o fim da noite veremos se é ou não é.

Sem saber muito o que fazer continuei bebendo sob o seu olhar predatório.

I'm in love with Sam's BrotherHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin