It's not his laugh or the way he dressed

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2010

Minha cabeça explodindo era um sinal de que o álcool era mau.

- Bom dia, meus queridos filhos! - Chuck, meu pai, nos cumprimentou quando sentei na mesa ao lado de Gabriel.

Nós três estamos tão deploráveis quanto possível, e o pior de tudo era que o dia mal começou. As únicas coisas boas eram que as panquecas parecem ótimas e temos chocolate quente.

- Por que está gritando, pai? - Miguel resmungou arrancando o mel da minha mão.

Começamos a comer em silêncio sendo observados por papai, tentei não parecer tão morto vivo quanto me sentia.

- Bom dia, meros mortais! - Lucifer apareceu da porta da cozinha, inacreditavelmente melhor que o costume. Ele se sentou ao lado de Miguel e sorriu para o papai.

Troquei um olhar chocado com meus irmãos, se nosso jeito morto vivo não nos entregou Lucifer vai nos entregar.

Não teve outro jeito. Papai largou os talheres na mesa fazendo Miguel se encolher com o tilintar.

- Vocês tem dez minutos pra contar.

- Papai, não aconteceu nada, ninguém tem nada pra contar. - Me arrisquei apelando por seus olhos analíticos.

- Você não penteou seu cabelo e está com a mesma roupa de ontem, Gabriel está com o braço roxo e um número de tinta permanente em cima, Miguel tem todos os sinais de uma ressaca e Lucifer sorriu! - Apontou pra cada um de nós seriamente.

- Luci só acordou de bom humor, Gabe esbarrou em uma menina que gostou dele no jogo que fomos ontem e Miguel está com sinusite atacada. - Nos defendi o mais rápido que pude.

Todos acenaram concordando e afirmando a mentira, porque apesar de não me lembrar que horas chegamos em casa sabia que nosso pai chegou essa manhã. Ponto positivo de seu pai ser o xerife.

- Cassie e eu vamos dar uma volta hoje, vou levar ele pra conhecer o campus. - Miguel jogou mudando de assunto.

- Vou pra casa dos Talbot, volto antes das 22h prometo. - Lucifer disse sem notar nossos olhares de surpresa, concentrado totalmente em encher o prato com panquecas.

- O que vai fazer nos Talbot, Luci? - Papai questionou parecendo agora realmente desviado do assunto.

- Bela.

Soltei o garfo com a cotovelada de Gabe e encaramos novamente Lucifer, até mesmo Miguel que sequer conhece Bela Talbot parecia surpreso.

Ele e Bela trocam farpas e arremesso de bolinhas de papel desde o sexto ano, ninguém jamais os viu conversando de forma civizilida. Talbot tem um grande histórico de mão leve e troca informações ou até mesmo gabaritos por grana, talvez tenha algo a ver com negócios em si.

- Desde quando você e Bela Talbot conversam sem se matar? - Gabe se meteu apontando a faca pra ele, os olhos cerrados.

- É verdade, como Talbot conseguiu se comunicar com você sem o tabuleiro Ouija? - Provoquei sentindo o terreno hostil que meu irmão se tornou de repente. - Ou ela também participa dos seus rituais?

- Que rituais?! - Papai exclamou me analisando e eu arregalei os olhos socando pelo menos um terço da panqueca na boca.

- Vamos Luci, desimbucha, deixa o lado negro sair por um instante. - Pediu Miguel sorrindo zombeteiro.

- Odeio vocês.

Luci resmunga pegando seu prato as pressas e saindo da mesa com sua toca preta quase voando da cabeça.

Acho que chegamos ao nível profundo de algo, o que é inacreditável vindo dele.

- Algo aconteceu, eu sei que aconteceu.. - Papai começou novamente e apontou pra cada um de nós três em aviso. - Mas eu vou fingir que não sei que aconteceu até um de vocês me contarem, e, deixem o irmão de vocês em paz.

Acenamos rápido e comemos o restante em silêncio. Gabe e eu limpamos a mesa, enquanto Miguel lavou a louça e papai subiu para o quarto descansar.

Nos arrumamos e vinte minutos depois quando fechamos a porta do carro é que o verdadeiro questionamento começou.

- Por que estamos indo para o campus? O que diabos aconteceu com seu braço e desde quando Lucifer sorri em uma manhã de domingo?!

Surtei aproveitando que já estávamos saindo da rua de casa.

- Você me bateu. - Gabe contou amargurado no banco de trás, o que me deixou incrédulo. - E Sam Winchester passou o número de telefone em cima da marca.

O que? A cada segundo as situações pioravam.

- Lucifer estava entre duas morenas góticas mais velhas e um cara grande todo tatuado, talvez ele tenha se dado bem. - Miguel explicou virando uma rua que eu conhecia bem. - E estamos indo para o campus porque Benny, um amigo, ele vai me dar algumas anotações que pedi e por algum motivo me perguntou sobre você.

- Está me usando como moeda de troca?!

- É claro que não! Você não precisa dormir com ele, só conversar. Ele é assumido e um pouco mais velho mas não é feio..

Gabriel ria como um louco e eu continuei surtando pelo resto do caminho, como meu irmão pode me negociar com um cara mais velho por anotações..isso é o cúmulo da tristeza.

- Não fique assim, Cassie! Ele não deve ser tão ruim, inclusive o que vai nos dizer sobre Dean Winchester dizendo por aí que não é pra nenhum garoto chegar perto de você?

Em choque voltei os olhos para Gabriel.

- Do que diabos você está falando?

- Amenadiel e Crowley ouviram ele ameaçando alguns garotos e até mesmo universitários a ficarem longe do "baixinho de olhos azuis brilhantes".

- Eu não me lembro de nada. Ontem a noite, eu me lembro da cerveja, da patada do Sammy em Harvelle, me lembro de ter fugido lá fora e do cara de boi- MEU DEUS! - Respirei fundo assistindo o pânico se espalhar pelo carro.

Quase que Miguel causa um acidente com meu grito mas ele finalmente para no campus. Eu os ignorei, pelo resto do tempo com os flash's tomando conta da minha mente, a única salvação era que é impossível de encontrar o desconhecido da boina novamente.

Acompanhamos Miguel em silêncio, o campus é bonito e parece mais cuidado e vazio do que da última vez que vim visitar. Passamos pelo prédio de Artes indo até o dormitório masculino, subimos pelo menos dois lances de escada até meu irmão bater na porta 14.

Meu dia não parecia ter começado ruim mas ele definitivamente não era meu dia de sorte. O cara que atendeu a porta não era qualquer um e seus olhos caíram diretamente em mim. Ele era bonito sem a boina, mas mesmo assim meu susto era o mesmo.

- Fico feliz de encontrar você de novo, não gostaria de esperar até semana que vem. - Disse sorrindo, os caninos mais alongados como se ele fosse um vampiro.

Me apoiei em Gabe sentindo uma vertigem e as palavras de Dean soando na minha cabeça como uma consciência insuportável.

- Esse é meu irmão, Castiel esse é o Benny. - Miguel nos apresentou sem notar a secada que estou levando.

- É ótimo ver ele sem o cão de guarda.

Queria meu cão de guarda desesperadamente

I'm in love with Sam's BrotherWhere stories live. Discover now