𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐘𝐎𝐔 𝐀𝐍𝐃 𝐈, 𝘑𝘰𝘴𝘩 𝘉𝘦𝘢𝘶𝘤𝘩𝘢𝘮𝘱 𝘹 𝘺𝘰𝘶

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Califórnia - Los Angeles

Sou jogada no asfalto duro e molhado de chuva. Tiro do meu rosto minhas madeixas de cabelo molhado e tento entender o que está acontecendo ao meu redor.

Minhas costas doem muito.

Vejo um carro vermelho caindo lentamente em um penhasco na minha frente. Ainda sem entender o que está acontecendo, vejo de relance um braço sendo levantado, como um pedido de socorro. Me arrasto no asfalto o mais rápido que posso para tentar salvar a pessoa que estava dentro do carro.

Mesmo com as costas doendo. Mesmo com a chuva insistindo em cair. Mesmo meu subconsciente me avisando que as chances de eu conseguir salvar aquela pessoa eram muito baixas.

Não podia desistir. Eu não iria desistir.

Me lanço em direção ao penhasco e por um milagre, consigo agarrar aquela mão. Fico satisfeita comigo mesma por saber que consegui salvar aquela pessoa.

Mas esse sentimento não dura por muito tempo...

A chuva que aparentemente ficava mais forte a cada segundo, me dificultou de segurar firmemente aquela mão. Quanto mais tentava puxar a pessoa para o asfalto firme onde eu estava, mais a minha força se esgotava e a cada segundo a morte puxava aquela pessoa para si.

Até que minha mão escorregou de vez. Não, minha mão não escorregou. A pessoa se deixou ser levada.

Olho apavorada para a pessoa e encaro seu rosto. Naquele momento, o que eu mais queria era salvar aquela pessoa a qualquer custo. Mas quando encaro seu rosto logo o reconheço e então percebo o motivo do meu desespero.

Eu congelo.

Não consigo acreditar. Não quero acreditar.

Sou conduzida por dois braços que me colocam de costas para o penhasco. Escuto alguém gritar em meu rosto: "isso é culpa sua!"

Encaro a pessoa que me segura com força e o vejo. Nesse momento, a sensação de culpa me acerta em cheio e com mais intensidade.

Como pude deixar isso acontecer?

Ele sorri de um jeito malicioso e me empurra do penhasco gritando.

"Isso é culpa sua!"

.

⏤ AII!!! - grito sentindo minha cabeça doer

Abro os olhos ainda sonolenta e vejo minha prima, Dytto na ponta da cama perguntando se eu estava bem.

⏤ S/a, você está bem? - pergunta Dytto me olhando com um semblante preocupado

⏤ Sim, eu acho que estou sim. - respondo

Eu caí da cama?

Observo a situação em que me encontro e percebo o edredom cinza de Dytto esparramado em volta do meu corpo e o meu travesseiro em cima da escrivaninha de Dytto.

Sim, eu caí da cama.

⏤ Então levanta logo para não perdemos o dia, gatinha! - Dytto saí da cama cantarolando