↳11↰⸻ 𝐅𝐄𝐄𝐋𝐈𝐍𝐆𝐒┇気持ち༉

1K 141 44
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Por que sinto que estou afundando em meus próprios sentimentos? Meu peito aperta a cada passo que dou, consigo ouvir meus portões invisíveis fraquejarem

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Por que sinto que estou afundando em meus próprios sentimentos? Meu peito aperta a cada passo que dou, consigo ouvir meus portões invisíveis fraquejarem. Tento disfarçar cada punhalada, mas ainda sim...Deixo transparecer minha luta interna através de lágrimas tão insistentes quanto essa ventania. Sinceramente, está mais frio dentro de mim, do que aqui fora.

- Não precisa voltar para casa só porque chegamos._Mitsuya interrompe minha silenciosa caminhada, e por algum motivo ele e suas irmãs me seguem.

- Nunca disse que estava indo embora por conta de vocês, o parque é público._Ainda não consigo encarar seus olhos, porque sei que de alguma maneira ele consegue me ler, odeio isso.

Seus passos me fazem questionar qual seu destino, ele está me acompanhando ou faz parte de seu caminho? As duas meninas continuam conversando entre si, calmamente.
Pego meu celular em meu bolso e concluo que meus pais já devem estar de volta, não acredito que desperdicei toda essa calmaria. Mas não tem problema, tenho mais do que certeza que conseguirei mais oportunidades como esta. A única coisa que me preocupa agora é o típico comportamento da minha irmã em relação ao dia de hoje, o humor de Saki muda drasticamente em ocasiões como essa. Coincidentemente não sou muito expressiva ou atenta a qualquer palavra dita, prefiro ignorar tudo o que pode me machucar.

- Até amanhã, Sakura._Sua voz me faz recuar o passo, viro-me recobrando o momento.

- Até, Takashi.

- Tchau, onee-san!_Disse a mais velha com as bochechas coradas.

- He!_Acenou a mais nova com um sorriso.

- Onee-san?_Me questiono entre sussuros

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Onee-san?_Me questiono entre sussuros. - Tchau para vocês também!_Aceno para as duas que começam a caminhar em uma direção contrária a minha, ao lado de seu irmão mais velho.

Por alguns segundos foco naquela cena, parecem unidos...Às vezes penso se todas as famílias são como a minha, ou se alguém mais se sente como eu. Lógico que não considero única, com certeza não! Mas gostaria de saber se outros me entendem, oque parece impossível de se descobrir, enfim, tudo oque posso fazer é permanecer na curiosidade. Fecho meus olhos balançando a cabeça, volto minha atenção para meu destino e sigo em frente.

 Fecho meus olhos balançando a cabeça, volto minha atenção para meu destino e sigo em frente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Como imaginei, minha irmã está de cara fechada, todos os anos é basicamente o mesmo esquema. Vou até a cozinha para tomar um copo de água e sou abordada por ela, minha mãe está assistindo tv, meu pai sentado na bancada jantando enquanto digita algo no notebook. Como um espelho, Saki para em minha frente, os olhos emanam descontentamento e até um certo desprezo. Eu também me desprezaria, é até imaginável o porquê.

- Quanto tempo planeja continuar com isso?_Meu pai suspira deixando o que quer que esteja fazendo de lado. Não respondo nada, apenas desvio de seu caminho, mas sua mão segura meu ombro.

- Saki._Diz meu pai.

- Todo ano você faz isso._Nosso olhos permanecem em contato.

- Isso oque?

- Não se faça de desentendida!

- Mudaria algo?_Pergunto e os dois prestam atenção em mim.

- Oque?

- Se eu for prestar homenagens, vai mudar algo? Não é como se eu fosse trazê-la de volta à vida.

- Sakura._Chama meu pai com uma voz firme, os olhos de Saki se enchem de lágrimas. Me desfaço de sua mão e desvio dela indo até meu quarto, mas sua voz me faz parar.

- Você alguma vez chorou, quando ela se foi?_De costas uma para a outra essa pergunta me atravessa como uma flecha.

- Saki, por favor._Mais uma vez meu pai chama sua atenção, levando uma das mãos até a testa.

- Faz diferença, pra você?_Pergunto sem ao menos demonstrar um pingo de remorso.

- Por que age como se não se importasse? Ela adorava você, se não conseguiu se despedir poderia ao menos fazer isso em seu túmulo!_Sua voz aumenta.

- Saki, deixe-a! Chega disso, Sakura tem seus motivos e você sabe.

- A vovó te amava! E você nunca se preocupou em demonstrar um pouquinho de dor depois que ela se foi.

- Saki! Pare!_Meu pai se levantou.

- Do que adianta demonstrar afeto depois da pessoa ter partido?_Pergunto e todos se calam. - Não preciso convencer você de que a amava, ou qualquer um._Viro a cabeça um pouco para o lado. - Se ela sabia dos meus sentimentos, pouco me importa oque os outros pensam.

Meu pai permanece imóvel, Saki paralisa e na cozinha se forma um silêncio devastador. Volto minha atenção para o corredor e sigo até meu quarto, ao trancar a porta deslizo por ela até o chão, me aconchego ainda com a cabeça encostada. Meus olhos tremem e sozinha neste pequeno cômodo deixo as lágrimas caírem livremente, e aquele sentimento me consome novamente. A expressão de choro aumenta e a dor em meu peito se espalha.

- Eu ainda preciso de você..._Sussurro quase em um suspiro de dor.

A pior mentira que alguém "frio" pode contar é que não liga para nada, ignora cada palavra, gesto, expressão, risada, presença. Talvez naquele momento, isso não venha a afetar tanto assim seus princípios. Mas no silêncio da noite, em sua cama, próximo a madrugada tudo se junta em uma única esfera gigante. E depois ela explode, seus ouvidos precisam de silêncio, sua mente projeta imagens dolorosas, vozes e mais vozes invadem cada cantinho de seu quarto. Enfim, toda aquela postura forte e inquebrável não passou de uma capa de proteção altamente sensível.

Está próximo às duas da madrugada, e ainda sim as lágrimas de Sakura não cessaram. A culpa a corrompe lentamente, o medo, a dor da perda voltam à tona e seus gritos silenciosos se espalham pelo cômodo. Todo ano, nesta mesma data a agonia abraça a garota, mas ela nunca se concentrou em tentar superá-la. Suas mãos ágeis abrem com cuidado a porta de seu quarto, rapidamente seus passos se dirigem ao banheiro. Ao trancar a porta, seu sangue é misturado às lágrimas salgadas e a leveza é viciante o suficiente para tirar suspiros leves de sua boca tão vermelha quanto sangue em seu braço e dedos.

- Me desculpe..._Digo entre fungadas.

Nesse instante meu braço descansa sobre minhas pernas, estou sentada no chão, as costas e cabeça junto da parede. Estou uma bagunça, por dentro e por fora. Acho que não estou chorando apenas pela minha avó, as vezes isso acontece, e tudo oque preciso é de uma pequena faísca. Isso é exaustivo de certa forma, guardar tanto até quase se eliminar...
Qual é o meu problema afinal? Fecho os olhos voltando à realidade, suspiro cansada diante da sujeira que fiz.

- Droga.

𝐈𝐍𝐕𝐈𝐒𝐈𝐁𝐋𝐄 || 𝐓𝐀𝐊𝐀𝐒𝐇𝐈 𝐌𝐈𝐓𝐒𝐔𝐘𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora